A FIV (fertilização in vitro) é considerada a técnica de reprodução assistida mais avançada e complexa, sendo também a mais abrangente e com as melhores taxas de gestação, entre as disponibilizadas pela medicina reprodutiva hoje.
Um dos principais benefÃcios que a FIV trouxe para os casais com diferentes questões reprodutivas foi a possibilidade de realizar a fecundação fora do corpo da mulher, em ambiente laboratorial, por técnicas especiais, que tornam o processo altamente controlado.
Este texto mostra como a fecundação pode ser realizada na FIV, relacionando dos avanços no desenvolvimento da técnica à ampliação da sua abrangência e melhora nas taxas de sucesso.
O que é a fecundação?
A fecundação é o momento em que óvulo e espermatozoide se encontram e fundem seus pronúcleos – que contém metade do material genético de um ser humano –formando a célula primordial da vida humana.
Quando a fecundação ocorre por vias naturais, este encontro acontece no interior das tubas uterinas e é preciso que o casal mantenha relações sexuais sem o uso de nenhum tipo de contraceptivo durante o perÃodo fértil da mulher, que compreende o momento da ovulação, além dos dois dias anteriores e os dois dias posteriores à liberação do ovócito.
A fecundação pode acontecer naturalmente ou com o auxÃlio da reprodução assistida. A única técnica que realmente oferece formas alternativas para realizar a fecundação é a FIV, já que os demais procedimentos potencializam outros aspectos do processo reprodutivo, mas dependem de a fecundação acontecer nas tubas uterinas.
Como a fecundação é feita na FIV?
As formas de realizar a fecundação, desde a elaboração da primeira técnica de reprodução assistida até hoje, vêm se desenvolvendo e aprimorando seus procedimentos, sempre com o objetivo de aumentar as chances de gestação e ampliar a abrangência dos tratamentos.
A FIV representou um avanço para a medicina reprodutiva, pela possibilidade de realizar a fecundação fora do corpo da mulher, em ambiente laboratorial e de forma altamente controlada.
Essa possibilidade aumentou as chances de sucesso gestacional nas seguintes situações:
- Infertilidade conjugal pela idade avançada da mulher;
- Obstrução tubária;
- Anovulação;
- Alterações espermáticas;
- Possibilidade de transmissão de doenças genéticas hereditárias;
- Casais homoafetivos que desejam ter filhos;
- Preservação social da fertilidade;
- Preservação oncológica da fertilidade.
O que é a ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides)?
Entre o final da década de 1970 e o começo da década de 1990, a fecundação na FIV era realizada colocando-se o óvulo selecionado em contato com os espermatozoides, também previamente selecionados, no interior de uma placa de vidro – o que inclusive dá nome à técnica.
Contudo, a partir de 1992 foi incorporada uma técnica ao tratamento, com o objetivo de aperfeiçoar o processo de fecundação, ampliando as indicações da FIV também para os casos de infertilidade masculina grave: a ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides).
Na FIV com ICSI, os gametas masculinos são selecionados a partir do preparo seminal ou obtidos por recuperação espermática. Apenas um gameta masculino é selecionado e introduzido diretamente no meio intracelular do óvulo, com o auxÃlio de uma agulha especial.
A ICSI proporcionou um aumento nas taxas de gestação da FIV, principalmente para os casos de infertilidade masculina por alterações nos aspectos morfológicos (teratozoospermia) e na motilidade (astenozoospermia) dos espermatozoides.
Isso porque esses gametas apresentam maiores dificuldades para romper a zona pelúcida do óculo e a ICSI facilita esse processo, trazendo também benefÃcios para casais com infertilidade conjugal relacionado à idade avançada da mulher, que pode apresentar óvulos com a zona pelúcida mais espessa.
Como a FIV é realizada?
Assim como todas as outras técnicas de reprodução assistida a FIV é dividida em etapas: estimulação ovariana e indução da ovulação, punção folicular e preparo seminal, fecundação, cultivo embrionário e, finalmente, a transferência embrionária.
A estimulação ovariana é uma fase também compartilhada por outras técnicas, ainda que cada uma delas faça uso de protocolos com dosagens hormonais especÃficas, para atender a objetivos também especÃficos.
No caso da FIV, a estimulação ovariana utiliza doses mais altas das gonadotrofinas FSH (hormônio folÃculo estimulante) e LH (hormônio luteinizante), que promovem o recrutamento de diversos folÃculos em um mesmo ciclo.
Esse processo deve ser monitorado por ultrassonografia transvaginal, que acompanha o amadurecimento dos folÃculos e indica o momento ideal para a coleta deles.
A coleta de gametas femininos e masculinos deve ser feita de forma relativamente simultânea. Para obter os óvulos, os folÃculos são sempre coletados por punção folicular, um procedimento que introduz uma agulha especial por via vaginal até os ovários, para aspirar os folÃculos ovarianos um a um. Os óvulos são extraÃdos posteriormente em laboratório.
A forma mais comum de realizar a coleta de espermatozoides é a partir de uma amostra de sêmen obtida por masturbação, embora nos casos de infertilidade masculina por problemas obstrutivos os espermatozoides precisem ser coletados diretamente dos túbulos seminÃferos (TESE e Micro-TESE) ou dos epidÃdimos (PESA e MESA), procedimento conhecido como recuperação espermática.
É comum que os gametas passem por algum tipo de seleção antes da fecundação: no caso dos espermatozoides pode ser realizado o preparo seminal, e para a seleção de óvulos observa-se a presença de anomalias morfológicas ou genéticas. A fecundação é então realizada por ICSI.
Após a fecundação acontece o cultivo embrionário, uma importante etapa em que alguns procedimentos podem ser realizados, melhorando a seleção dos embriões mais aptos e geneticamente mais estáveis para a transferência embrionária, etapa final da FIV.
Após a seleção embrionária, portanto, os embriões são transferidos para o útero da mulher, por um procedimento simples que pode ser realizado na própria clÃnica, e espera-se que a implantação embrionária aconteça.
Quais as chances de engravidar com a FIV?
As taxas de sucesso da FIV são bastante altas quando comparadas às demais técnicas de reprodução assistida.
Conheça melhor a FIV lendo nosso conteúdo.
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