O que é preservação social da fertilidade?

O ápice da fertilidade feminina ocorre aos 20 e poucos anos, quando a mulher, em boas condições de saúde, produz óvulos de qualidade e consegue ter filhos naturalmente com mais facilidade.

A partir dos 35 anos, no entanto, sua capacidade reprodutiva é menor devido à redução da reserva ovariana e, por isso, se considera ter filhos em idade avançada, situação comum na sociedade atual, deve entender o que é a preservação social da fertilidade.

Há diversos fatores pelos quais mulheres estão postergando a gravidez. O acesso à educação e a carreira profissional que elas conquistaram nas últimas décadas estão entre os principais motivos, mas a decisão também pode ser influenciada por recessões econômicas, instabilidade nos relacionamentos afetivos, necessidade de um planejamento familiar mais cuidadoso e até mesmo a incerteza sobre ter ou não um filho.

A preservação social da fertilidade é, por isso, um assunto muito importante, pois ajuda a postergar a gravidez para um momento mais oportuno.

Este artigo esclarece do que se trata o procedimento, quem pode se beneficiar e como é realizado. Se você tem cerca de 34 anos e ainda não sabe quando, mas considera a ideia de ter um filho no futuro, acompanhe o texto e entenda por que a preservação deve ser analisada e como pode ser importante para você.

O que é preservação social da fertilidade?

O método consiste na prorrogação da capacidade reprodutiva, por motivos sociais, de mulheres, devido à redução na fertilidade que ocorre naturalmente por ação do tempo.

Para isso, clínicas de reprodução assistida congelam seus óvulos ou embriões, procedimento conhecido como criopreservação, até o momento em que a paciente decidir ter filhos. Assim, ela tem sua fertilidade garantida, sem influência da idade.

A redução na fertilidade também pode acontecer com homens, mas esse não é um problema causado, geralmente, pela idade avançada e mesmo se a produção de sêmen diminuir, ainda é possível selecionar espermatozoides, que continuam a serem produzidos ao longo da vida.

As mulheres, por outro lado, já nascem com uma reserva ovariana que diminui a cada ciclo menstrual e, por volta dos 35 a 40 anos, sua fertilidade é reduzida significativamente. Ainda que consiga ter filhos biológicos naturalmente, há maiores chances de produzir óvulos de menor qualidade e maior probabilidade de abortos espontâneos e doenças genéticas no feto.

Assim, a preservação social da fertilidade viabiliza a gestação de um filho biológico em idade mais avançada, por meio da reprodução assistida, permitindo que mulheres planejem melhor as suas vidas e a constituição de suas famílias.

Quem pode ser beneficiário?

O público feminino é o maior beneficiário direto da Preservação Social da Fertilidade, pois são as mulheres que sofrem maior perda na capacidade reprodutiva. O procedimento é, portanto, indicado principalmente para mulheres que, por alguma razão desejam adiar a maternidade, ainda que não exista nenhum problema de saúde, infertilidade ou indicação médica.

Os óvulos podem ficar congelados pelo tempo necessário, com grande taxa de qualidade após descongelamento. No futuro, a mulher pode, independentemente de sua idade, dar à luz um filho biológico.

É interessante consultar um especialista em reprodução assistida para realizar a Preservação Social da Fertilidade com brevidade, se houver interesse pelo procedimento, pois quanto mais jovem for a paciente, melhores serão as chances de criopreservar óvulos de qualidade e ter sucesso na gestação futura.

Como a Preservação Social da Fertilidade é realizada?

A Preservação Social da Fertilidade ocorre no contexto da FIV (fertilização in vitro), único método da reprodução assistida que permite a manipulação e a criopreservação de óvulos.

O processo se inicia com a realização de alguns exames iniciais, que permitem avaliar a capacidade reprodutiva da paciente, como o teste da reserva ovariana, dosagens hormonais e ultrassonografia.

Após os exames, a mulher inicia o ciclo da FIV com a estimulação ovariana, procedimento que tem como objetivo aumentar a produção de óvulos em um único ciclo menstrual, por meio da administração de medicamentos hormonais, e, assim, obter uma maior quantidade de gametas viáveis para a fecundação. Esse processo dura cerca de 10 dias e é acompanhado por exames de ultrassonografia.

A etapa seguinte é conhecida como punção folicular, que consiste na coleta dos óvulos em ambiente cirúrgico, com auxílio de uma agulha e de um equipamento de ultrassonografia. Esse procedimento dura cerca de 20 minutos, sob anestesia.

O líquido coletado é enviado para laboratório para separação e seleção antes de prosseguir para a criopreservação dos melhores gametas. Quando a mulher optar pelo congelamento de embriões, é preciso coletar também o sêmen de seu parceiro para fertilização. Após descongelamento, o casal pode ter um filho biológico sem precisar passar pelas fases de coleta novamente.

A preservação social da fertilidade é um procedimento muito importante para os tempos atuais, em que mulheres estão conquistando mais espaço na educação e no mercado de trabalho e, por esses ou outros motivos, pode não estar pronta para ter um filho, embora considere a hipótese. O método permite o adiamento da maternidade para um momento em que ela tenha certeza do que quer, sem pressão por conta de sua idade.

Essa técnica da reprodução assistida pode ser aplicada também em outros casos, como nas hipóteses de pacientes em tratamento contra um câncer. Se quiser saber mais sobre o assunto, confira a nossa página sobre preservação da fertilidade.

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