Preparo seminal: o que é e como é feito?

Atualmente, com o rápido desenvolvimento da tecnologia, é possível pensar em tratamentos, técnicas, procedimentos e instrumentos que poucas décadas atrás não existiam, como a fertilização in vitro (FIV) e o preparo seminal, fundamental para aumentar as chances de um casal infértil ter um filho. Esse movimento também influenciou a medicina.

Em se tratando de questões referentes a ter filhos, tais processos se mostram extremamente eficazes. Neste texto, veremos como é o preparo seminal e como ele é feito.

Para o cenário de um casal que deseja ter filhos, mas que por alguma razão não consegue, é possível alcançar esse propósito mediante as técnicas de reprodução assistida.

O que é fertilidade masculina

Para a grande parte da população masculina, a fertilidade sempre foi de extrema importância. Trata-se da capacidade que o homem tem, assim como a mulher, de se reproduzir.

Podemos dizer que a qualidade dos espermatozoides é um espelho do estilo de vida do homem. Por essa lógica, quanto mais saudável é o estilo de vida, melhor será a fertilidade.

Entre as principais orientações para manter um saudável estilo de vida e melhorar a fertilidade masculina estão:

• ter uma alimentação equilibrada em alimentos ricos em nutrientes, como vitaminas;
• prática de exercícios físicos para evitar o sedentarismo e desequilíbrio hormonal;
• peso ideal e pouca gordura corporal;
• viver com o controle do estresse e da ansiedade;
• dormir bem;
• não fumar e regular o consumo de álcool;
• fazer prevenção contra ISTs;
• sempre evitar o excesso de calor na região genital;
• monitorar a medicação.

O que saber da reprodução assistida?

A reprodução assistida é uma área que engloba a medicina e a tecnologia. Diversos recursos são empregados para aumentar as chances de gravides de um casal que tenha sido diagnosticado infértil.

Cerca de 40% dos casos de infertilidade são resultado de fatores masculinos. Hoje existem muitas técnicas para melhorar a capacidade reprodutiva do homem. As principais são o preparo seminal e as técnicas cirúrgicas para coleta de gametas dos epidídimos ou testículos, quando o homem apresenta oligozoospermia (baixo número de espermatozoides no sêmen) ou azoospermia (ausência de gametas no sêmen).

No entanto, o preparo seminal é a mais importante delas e é realizado sempre na inseminação artificial (IA) e na FIV.

O que é o preparo seminal e como é realizado?

Sabemos que o sêmen é o líquido ejaculado pelo homem. Em sua composição há diversos elementos, como o líquido prostático, o líquido produzido pelas vesículas seminais e espermatozoides.

Esses elementos contêm prostaglandinas, aminoácidos, enzimas, flavinas, vitaminas B e C, além de bactérias, que podem acometer o aparelho reprodutor feminino, dificultando a própria fecundação do óvulo.

Na IA e na FIV, o sêmen é coletado e passa por preparação, o que separa os melhores espermatozoides de todos os outros elementos desnecessários à fecundação.

Preparo do sêmen

Para a realização do espermograma, que faz a análise inicial do sêmen, laboratórios pedem abstinência sexual do doador por 3 a 5 dias antes da coleta. Ao chegar ao local de exame, o homem é orientado a fazer a higiene genital com um produto específico e, por masturbação, fazer a coleta em um recipiente também oferecido pelo laboratório, processos importantes para evitar a contaminação da amostra coletada.

O sêmen coletado é enviado para um laboratório específico, a fim de serem feitas as análises macro (do sêmen) e microscópica (gametas).

É importante informar o médico caso o paciente esteja tomado algum medicamento (antibiótico ou anti-inflamatório) ou se tiver passado por algum processo de febre nos dias anteriores à coleta.

Tendo a amostra seminal disponível, o laboratório realiza as análises pertinentes. O procedimento de preparo seminal ocorre no contexto das técnicas de reprodução assistida, depois da realização do espermograma.

A análise do sêmen pelo espermograma é muito importante para saber se os espermatozoides produzidos são de fato saudáveis para um tratamento de reprodução assistida. Entre os possíveis problemas de fertilidade masculina estão:

• azoospermia (ausência de espermatozoides no sêmen ejaculado);
• varicocele (dilatação das veias presentes dentro dos testículos);
• doenças genéticas;
• endocrinopatias;
• vasectomia.

Análise e processamento seminal

A qualidade seminal dependerá da análise feita dos espermatozoides no laboratório, que avaliará um conjunto de critérios, da mesma forma como acontece no espermograma, que auxilia o preparo seminal.

São analisados o sêmen e os espermatozoides:

Sêmen (análise macroscópica)

• Cor e aspecto;
• Tempo de liquefação;
• Volume;
• Viscosidade;
• pH.

Espermatozoides (análise microscópica)

• Concentração por ml;
• Concentração total;
• Motilidade;
• Morfologia;
• Vitalidade;
• Concentração de leucócitos.

Essas são as características do sêmen e dos espermatozoides. Para o preparo seminal, existem algumas técnicas que podem ser empregadas, de acordo com as características encontradas do sêmen. As duas principais são:

• migração ascendente (swim-up);
• gradiente descontínuo de densidade.

Migração ascendente

A migração ascendente é a técnica mais simples de preparo seminal. O sêmen é colocado em um tubo de ensaio com um meio de cultura. Depois de alguns procedimentos que envolvem o controle da temperatura e um tempo de espera, os melhores espermatozoides nadam para a superfície.

Após esse tempo, eles são coletados e mantidos em local adequado até a realização da fecundação, que geralmente ocorre pouco tempo depois.

Gradiente descontínuo de densidade

O gradiente descontínuo de densidade é, hoje, a principal técnica de preparo seminal. Pela força da centrifugação, os espermatozoides são forçados a enfrentar diferentes gradientes de densidade, o que separa os melhores dos piores e de elementos desnecessários à fecundação.

O objetivo do preparo seminal é selecionar, pelo grau de qualidade, aqueles melhores espermatozoides que passaram pelos testes e oferecem melhores chances de fecundação.

Existe diferença entre esperma e espermatozoide?

Sim, existe. O esperma é um líquido viscoso e ligeiramente esbranquiçado, que contém os espermatozoides e diferentes elementos. Já os espermatozoides são as células reprodutivas masculinas capazes de fertilizar os óvulos para formar o embrião.

Já os termos esperma e sêmen são sinônimos. Assim, o sêmen ou esperma é o líquido ejaculado pelo homem que carregam espermatozoides e substâncias fluídas produzidas no aparelho reprodutor masculino.

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