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Óvulos e fertilidade: qual a relação?

por Dr. Augusto Bussab



"O período reprodutivo das mulheres tem início na adolescência, mais especificamente na puberdade, quando acontece a menarca (primeira menstruação), e os óvulos, que foram produzidos durante o período embrionário, retomam o seu processo de desenvolvimento, e termina na menopausa, quando chega ao fim a reserva […]"
Óvulos e fertilidade: qual a relação?

O período reprodutivo das mulheres tem início na adolescência, mais especificamente na puberdade, quando acontece a menarca (primeira menstruação), e os óvulos, que foram produzidos durante o período embrionário, retomam o seu processo de desenvolvimento, e termina na menopausa, quando chega ao fim a reserva ovariana.

Diferentemente do que acontece com o corpo masculino, as células reprodutivas das mulheres são produzidas em sua totalidade durante o período embrionário, fazendo com que a reserva ovariana – que mensura a fertilidade da mulher pela contagem de óvulos disponíveis para fecundação, num determinado momento – e, consequentemente, a fertilidade feminina sejam finitas.

Entre a puberdade e a menopausa, a função reprodutiva feminina acontece de forma cíclica. Os hormônios sexuais passam a recrutar cerca de 1000 folículos por ciclo reprodutivo, mas apenas um consegue, também pela ação hormonal, atingir os estágios finais de amadurecimento, sendo então liberado num processo chamado ovulação.

Dessa forma, durante o período reprodutivo das mulheres, a reserva ovariana vai sendo consumida pelo recrutamento e amadurecimento folicular, até que na menopausa tem início um declínio natural da secreção e concentração dos hormônios sexuais, sincronicamente ao esgotamento da reserva ovariana, o que leva ao fim do período reprodutivo.

Por isso, as três premissas mais fundamentais para garantir a gestação e a vivência plena da fertilidade feminina é a integridade de todos os órgãos e estruturas do aparelho reprodutor das mulheres, o perfeito funcionamento da regulação hormonal desse sistema e a idade da mulher.

Quando qualquer uma dessas variáveis está alterada, muitos casais apresentam dificuldades em conseguir uma gestação, sendo diagnosticados com infertilidade. A Organização Mundial da Saúde estima que aproximadamente 15% da população mundial receba em algum momento da vida o diagnóstico de infertilidade, fazendo dessa condição um problema de saúde global.

Este texto aborda a relação entre a fertilidade das mulheres e a quantidade e qualidade dos óvulos contidos nos seus ovários, apresentando também as alternativas oferecidas pela medicina reprodutiva para reverter quadros de infertilidade, incluindo aqueles que derivam da idade avançada da mulher.

O que são óvulos?

Os óvulos são as células reprodutivas das mulheres, formadas durante a organogênese – desenvolvimento dos tecidos e estruturas e órgãos que compõem o corpo humano –, no período intrauterino, contidos em uma estrutura celular chamada folículo e localizados nos ovários femininos, situados nas extremidades das tubas uterinas, dentro da cavidade pélvica.

As células foliculares, especificamente as células da teca e da granulosa, são importantes estruturas para fertilidade feminina, pois nelas localizam-se os receptores para os hormônios sexuais, que disparam tanto o recrutamento quanto amadurecimento dos gametas durante os ciclos reprodutivos, além de protegerem o óvulo.

Já o óvulo é uma célula única composta por membrana plasmática, zona pelúcida – estrutura aderida à membrana plasmática que controla a entrada de espermatozoides durante a fecundação –, citoplasma e um pronúcleo, que contém metade do material genético de um ser humano. A outra metade é fornecida pelo espermatozoide na fecundação.

Fertilidade x infertilidade

A infertilidade é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a inabilidade de um casal em idade reprodutiva e sexualmente ativo conseguir uma gestação mesmo após 12 meses de tentativas, sem o uso de qualquer tipo de contraceptivo.

Em alguns casos, a infertilidade é causada por problemas genéticos que podem provocar a malformação de diversas estruturas que compõem o sistema reprodutivo de homens e mulheres, como acontece nos casos de hipogonadismo hipogonadotrófico, em que as próprias gônadas não conseguem se desenvolver, malformações tubárias e uterinas (como útero septado e didelfo).

Em outros casos, também alterações genéticas podem afetar a regulação da função reprodutiva realizada pelos hormônios sexuais, como é o caso da hiperprolactinemia e da SOP (síndrome dos ovários policísticos), que levam à infertilidade por anovulação, além de doenças adquiridas, como as ISTs (infecções sexualmente transmissíveis).

Porém, especialmente nas mulheres, a infertilidade não é causada apenas por anomalias genéticas e doenças adquiridas.

Em virtude de a reserva ovariana ser um estoque limitado de células reprodutivas, a partir dos 37-40 anos, há um declínio natural da fertilidade e da produção hormonal.

A combinação do declínio hormonal e da diminuição da reserva ovariana faz com que a função reprodutiva das mulheres chegue ao fim aproximadamente aos 50 anos.

Os óvulos e a reserva ovariana

Como dissemos, durante a organogênese (uma das fases do desenvolvimento embrionário) do sistema reprodutivo feminino, é produzida a totalidade das células reprodutivas disponíveis para a mulher ao longo de toda a sua vida. Isso significa que a reserva ovariana – quantidade de óvulos presentes nos ovários de uma mulher, em um determinado momento – é um estoque limitado de células reprodutivas.

Os exames que permitem a análise desse estoque estimam a quantidade desses óvulos e a dosagem do hormônio antimülleriano (HAM), que é responsável por inibir a atresia folicular e cuja produção também entra em declínio durante a menopausa, sendo útil, por isso, para indicar aproximadamente a velocidade com que a reserva ovariana está diminuindo.

Qual a relação entre óvulos e fertilidade?

Por isso, podemos concluir que a fertilidade das mulheres depende diretamente da integridade do sistema reprodutivo e da regulação hormonal de suas funções, mas também de uma boa reserva ovariana.

Reprodução assistida

Tanto para os casos de infertilidade decorrentes da diminuição natural da reserva ovariana, que acontece na perimenopausa, quanto para aqueles resultantes de doenças genéticas adquiridas, a medicina reprodutiva oferece soluções, com técnicas de reprodução assistida, para a maior parte dos casais diagnosticados com infertilidade.

Atualmente, três são as principais técnicas de reprodução assistida disponíveis: a FIV (fertilização in vitro), a IA (inseminação artificial) e a RSP (relação sexual programada).

A indicação da melhor técnica depende das características do casal.

Para saber mais sobre infertilidade feminina, toque no link.


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