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O que é útero septado e como pode afetar a fertilidade feminina?

por Dr. Augusto Bussab



"As malformações uterinas congênitas ocorrem durante o desenvolvimento embrionário, podendo ter causas genéticas ou hereditárias. O útero septado é o tipo mais comum de anomalia uterina. Estima-se que tenha prevalência de 3% a 7% da população feminina. Muitas mulheres têm dúvidas sobre a relação das […]"
O que é útero septado e como pode afetar a fertilidade feminina?

As malformações uterinas congênitas ocorrem durante o desenvolvimento embrionário, podendo ter causas genéticas ou hereditárias.

O útero septado é o tipo mais comum de anomalia uterina. Estima-se que tenha prevalência de 3% a 7% da população feminina.

Muitas mulheres têm dúvidas sobre a relação das malformações com a fertilidade, que nem sempre está clara.

Leia e confira: o que é útero septado? Quais outras malformações podem ocorrer? Qual é a relação do útero septado com a infertilidade?

O que é útero septado?

Útero septado é uma malformação uterina congênita, ou seja, se desenvolve ainda durante a gestação, período intrauterino. Essa anomalia é caracterizada pela divisão da cavidade do útero por uma parede (septo) em duas partes.

Essa divisão pode ser parcial ou completa e transformar o útero em duas cavidades de tamanhos diferentes, reduzindo o espaço para o desenvolvimento do feto.

Em consequência disso, as mulheres acometidas estão suscetíveis a complicações obstétricas. O útero septado é a condição mais comum, entre as anomalias uterinas, encontrada nas pacientes. No entanto, é uma das poucas que podem ser corrigidas.

Então, se tem o diagnóstico dessa condição e deseja engravidar, existem algumas possibilidades. Sempre consulte um médico quando notar sintomas ou encontrar dificuldade de engravidar.

Quais outras malformações podem ocorrer?

Aproximadamente na nona semana de vida uterina, durante o desenvolvimento dos órgãos genitais da mulher, cordões sólidos são formados. Esses cordões se transformarão nos ductos de Müller, dois canais que irão se unir e formar o útero.

Para a formação correta do útero, é preciso que haja uma fusão total e harmônica dos ductos. No entanto, quando essa fusão não acontece de forma adequada, ocorrem as malformações, que podem criar obstáculos e dificultar que a mulher consiga levar a gravidez desejada a termo.

Algumas das malformações congênitas são:

Falta de fusão dos ductos de Müller

  • Útero bicorno;
  • Útero unicorno;
  • Útero duplo com vagina dupla (didelfia).

Falta de absorção dos septos uterinos e vaginais

  • Útero subseptado;
  • Útero com septamento total (útero duplo — com duplo colo ou colo único);
  • Vagina com septamento total (vagina dupla);
  • Vagina com septamentos parciais (longitudinais ou transversais).

Falta de desenvolvimento dos ductos müllerianos

  • Aplasia congênita do útero e vagina (síndrome de Rokitansky Mayer).

Cada uma dessa condição pode afetar a fertilidade da mulher.

Qual é a relação do útero septado com a infertilidade?

As malformações uterinas afetam a fertilidade feminina porque limitam o tamanho da cavidade uterina. Dessa forma, o feto tem pouco espaço para se desenvolver

A mulher diagnosticada com útero septado pode engravidar, mas o sucesso da gravidez dependerá do local que o feto está se desenvolvendo, se na parte maior ou menor do útero. Mulheres com útero septado possuem maior taxa de aborto e parto prematuro.

Caso o embrião se fixe na parte menor do útero, o risco de aborto e parto prematuro é maior. No entanto, existem tratamentos para essa condição que possibilitam a mulher engravidar.

Como é realizado o diagnóstico?

O útero septado, geralmente, é assintomático. A paciente costuma descobrir durante consultas ginecológicas de rotina, durante a própria gravidez ou durante a investigação da infertilidade feminina.

Outras mulheres podem experimentar dores pélvicas e/ou sangramento excessivo durante a menstruação. Porém, são necessárias a análise e a investigação médica, pois esses sintomas também podem ser causados por outras doenças e não ter ligação alguma com a condição congênita.

O diagnóstico é simples, realizado por exames de imagem, como: a ultrassonografia transvaginal, histerossalpingografia e a vídeo-histeroscopia diagnóstica.

Quais são os tratamentos disponíveis?

O útero septado possui uma membrana que divide a cavidade uterina em duas. Essa membrana, além de limitar o útero, dificulta a fixação do embrião, uma vez que não possui vascularização adequada para sustentá-lo na parte do septo.

O tratamento pode ser realizado por intervenção cirúrgica ou métodos de reprodução assistida.

Intervenção cirúrgica

O objetivo é retirar a parede que divide o útero. A cirurgia é realizada por meio de uma histeroscopia cirúrgica com anestesia geral ou raquidiana, possui duração de 30 minutos a 1 hora e a paciente tem alta no mesmo dia.

É necessário acompanhamento pós-operatório, com objetivo de prevenir a formação de aderências durante a cicatrização. Dentro de 8 semanas, após a cirurgia, caso a paciente tenha uma boa recuperação, ela pode ser liberada para iniciar as tentativas de gravidez.

Reprodução assistida

Se a mulher continuar com dificuldade para levar a gravidez a termo, mesmo após a cirurgia, as técnicas de reprodução assistida também são uma opção, como a relação sexual programada (RSP), inseminação intrauterina (IIU) e fertilização in vitro (FIV).

Relação sexual programada

De modo resumido, a RSP utiliza medicamentos hormonais para estimular os ovários a produzirem um número maior de óvulos do que normalmente acontece a cada ciclo menstrual.

Depois da utilização dos medicamentos, o médico indica ao casal qual o melhor período para manter relações sexuais e aumentar as chances de gravidez.

Inseminação Intrauterina (IIU)

Na IIU, também conhecida como inseminação artificial, é feita da mesma forma a estimulação ovariana, mas os espermatozoides, depois de coletados e preparados em laboratório, são depositados diretamente dentro do útero para facilitar a fecundação.

Fertilização in vitro (FIV)

Na FIV, também ocorre a estimulação ovariana, mas os óvulos são coletados diretamente dos ovários e a fecundação dos gametas (óvulos e espermatozoides) é realizada em laboratório.

Depois de formados os embriões e cultivados por alguns dias em laboratório, eles são inseridos no útero novamente para que haja a nidação e o início da gravidez.

Ficou alguma dúvida sobre o que é útero septado e como pode afetar a fertilidade? Deixe abaixo nos comentários que responderemos.

 


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Fabia
28 de agosto de 2022 17:39

Se eu fizer a cirurgia, posso engravidar

Dr. Augusto Bussab
Editor
Reply to  Fabia
5 de setembro de 2022 15:38

Fabia, não é possível afirmar nada sem antes avaliá-la individualmente, no entanto, geralmente existe a possibilidade de engravidar sim.
Agende uma consulta para avaliarmos sua saúde reprodutiva 😉 Estou à disposição.

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