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Malformações uterinas: como afetam a fertilidade feminina?

por Dr. Augusto Bussab



"O útero é um órgão de importância ímpar no sistema reprodutor feminino e tem a nobre função de receber o embrião e fornecer boas condições para o desenvolvimento do bebê. Para que a gestação tenha início e evolua da maneira esperada, é importante que a […]"
Malformações uterinas: como afetam a fertilidade feminina?

O útero é um órgão de importância ímpar no sistema reprodutor feminino e tem a nobre função de receber o embrião e fornecer boas condições para o desenvolvimento do bebê. Para que a gestação tenha início e evolua da maneira esperada, é importante que a mulher não tenha malformações uterinas congênitas ou doenças adquiridas.

Exemplos de patologias que se desenvolvem no útero e podem prejudicar a fertilidade feminina são: endometriose, pólipos endometriais, leiomiomas, tecidos cicatriciais (ou sinequias), entre outros. Já as malformações uterinas correspondem a anomalias anatômicas, como útero unicorno, bicorno, didelfo e septado.

Acompanhe este post e entenda o que são as malformações uterinas e como elas se originam. Descubra também se as anomalias prejudicam a fertilidade e a gestação e quais são as intervenções indicadas nesses casos.

O que são malformações uterinas?

Malformações uterinas são alterações na estrutura do útero, decorrentes de falhas no estágio do desenvolvimento embrionário. Tais anomalias pertencem ao grupo das malformações genitais e nem sempre são detectadas em exames de rotina. A paciente toma conhecimento de seu caso diante da investigação de outros problemas, como infertilidade, abortamentos tardios e/ou recorrentes e partos prematuros.

Para entender com mais clareza o que são as anomalias anatômicas uterinas, é importante, primeiramente, conhecer a estrutura do órgão. O útero tem o formato de uma pera, mas na posição de cabeça para baixo.

A parte maior do órgão mede cerca de 7,5 cm, enquanto a base mais estreita, correspondente ao colo do útero, tem aproximadamente 5 cm. As paredes uterinas têm espessura de 2,5 cm e são revestidas pelo tecido endometrial.

No caso das malformações uterinas, existem deformidades na estrutura do órgão. Em condições mais raras, como a síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser, a mulher apresenta ausência ou hipoplasia de útero e vagina. Já os tipos mais comuns de anomalias incluem: útero unicorno, bicorno, didelfo e septado (como veremos a seguir).

Quais são as causas e os tipos de malformação no útero?

As malformações uterinas também são conhecidas como anomalias Müllerianas congênitas, uma vez que decorrem de alterações na diferenciação dos ductos de Müller — estruturas presentes no embrião e que, no desenvolvimento do feto feminino, formam os órgãos sexuais internos: tubas, útero e parte superior da vagina.

As falhas na formação do aparelho reprodutor acontecem entre a sexta e a décima segunda semana da embriogênese — período da vida intrauterina em que acontece o desenvolvimento embriológico para definição do sexo do bebê.

Conheça, agora, as malformações uterinas mais comuns!

Útero unicorno

O útero unicorno é uma das anomalias menos encontradas. Nesse caso, o órgão não se desenvolve por completo e apresenta apenas metade de sua estrutura normal. A formação das trompas acompanha a falha anatômica e a mulher contém apenas uma das tubas, embora, normalmente, tenha os dois ovários.

Útero bicorno

Já o útero bicorno é considerado uma malformação comum. Com essa anomalia, em vez de ter a forma de uma pera, o órgão se assemelha mais ao desenho de um coração. Assim, há uma divisão na parte superior que diminui o espaço no interior do útero.

Útero didelfo ou duplo

Mulheres com útero didelfo têm o órgão duplicado e apresentam dois colos uterinos, que fazem comunicação com a mesma vagina ou, em situações mais raras, também pode ocorrer duplicidade vaginal.

Útero septado

Nos casos de útero septado, há uma parede longitudinal que divide a cavidade uterina. Conforme a extensão do septo, a anomalia é classificada como total, subtotal, corporal ou cervical. Dentre as malformações müllerianas, essa está associada, com maior incidência, aos quadros de infertilidade por fator uterino.

Por que as anomalias anatômicas podem dificultar a gravidez?

Além das malformações uterinas congênitas, anomalias na estrutura do útero também são adquiridas por meio de doenças como pólipos, sinequias e leiomiomas. Em todos esses casos, o endométrio pode ficar menos receptivo, interferindo na implantação do embrião.

Quando a fixação embrionária ocorre, é possível que os nove meses transcorram sem nenhuma complicação. Por outro lado, as malformações podem dificultar o crescimento fetal e a permanência do bebê no útero, resultando em intercorrências como:

  • abortamentos de repetição;
  • restrição no crescimento do bebê;
  • pré-eclâmpsia;
  • prematuridade;
  • distocias no parto.

Não raro, as malformações uterinas são detectadas somente depois de perdas ou complicações gestacionais. É importante que a investigação ginecológica seja feita, se possível, antes da concepção, para evitar eventos negativos. O diagnóstico é realizado a partir de exames físicos, ultrassonografia transvaginal e 3-D, histerossalpingografia e ressonância magnética.

Como a reprodução assistida pode ajudar?

A relação entre malformações uterinas e gravidez representa um desafio, tanto na concepção natural quanto na reprodução assistida. Contudo, as técnicas da medicina reprodutiva ajudam a contornar algumas dificuldades e trazem alternativas para a mulher que deseja ser mãe.

A reprodução assistida intervém em diferentes condições de infertilidade. No caso das mulheres com anomalias brandas no útero, a fertilização in vitro (FIV) pode ser um recurso bem-sucedido. Nessa técnica, a paciente passa por estimulação ovariana, seus óvulos são coletados e fecundados em laboratório para, então, os embriões serem transferidos para o corpo da mãe.

Quando as malformações uterinas são graves a ponto de oferecer riscos para o desenvolvimento do feto, há ainda a possibilidade de recorrer à outra técnica utilizada nos tratamentos de FIV: o útero de substituição. Assim, a mulher que não tem condições anatômicas para manter uma gestação saudável, também pode acompanhar de perto a evolução de seu bebê.

Leia o texto específico sobre fertilização in vitro e conheça os detalhes dessa técnica de alta complexidade!

 


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