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Hiperandrogenismo: o que é?

por Dr. Augusto Bussab



"É muito comum que os hormônios envolvidos nos processos reprodutivos sejam conhecidos somente por essa função, mas atuam também em outras funções metabólicas do corpo humano. Os hormônios são substâncias químicas produzidas pelo corpo para funcionar como sinalizadores celulares e promover a comunicação entre diversos […]"
Hiperandrogenismo: o que é?

É muito comum que os hormônios envolvidos nos processos reprodutivos sejam conhecidos somente por essa função, mas atuam também em outras funções metabólicas do corpo humano.

Os hormônios são substâncias químicas produzidas pelo corpo para funcionar como sinalizadores celulares e promover a comunicação entre diversos tecidos, órgãos e sistemas.

Exemplos incluem os esteroides, como é o caso dos estrogênios, popularmente chamados de hormônios femininos, e os androgênios, como a testosterona.

No corpo do homem a testosterona exerce funções desde a embriogênese, quando acontece a formação do sistema reprodutor masculino, passando pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e finalmente atuando na espermatogênese, durante toda a vida.

Apesar de a testosterona ser considerada um hormônio masculino por excelência, as mulheres também a produzem, porém, em quantidades mais baixas.

Nas mulheres exercem uma função essencial sobre a sexualidade, influenciando a libido, o humor, a energia e o bem-estar

Algumas alterações, como as provocadas pela SOP (síndrome dos ovários policísticos), podem afetar a concentração de testosterona no corpo das mulheres, resultando em mudanças visíveis como o aparecimento de pelos em locais atípicos, ganho de peso e infertilidade. O quadro é denominado hiperandrogenismo.

O texto a seguir mostra o que é hiperandrogenismo e como pode afetar a vida das mulheres com SOP.

Boa leitura!

Como os androgênios atuam no corpo da mulher?

No corpo das mulheres a maior parte dos androgênios é produzida por um grupo específico de células que compõem o folículo ovariano, as células da teca, porém as glândulas adrenais também participam da produção desses hormônios.

Os órgãos alvo da ação androgênica são os próprios ovários, principal local onde são produzidos, –mas também alguns tecidos periféricos, incluindo a pele, o tecido adiposo e a musculatura esquelética.

Sob a ação do LH (hormônio luteinizante), uma das gonadotrofinas envolvidas nos processos de ovulação, as células da teca produzem testosterona e este androgênio deve ser convertido em estrogênio, pela ação do FSH (hormônio folículo estimulante), também uma gonadotrofina.

Esse processo é fundamental para a fertilidade das mulheres por garantir que a ovulação aconteça, além de preparar o útero e o endométrio para receber o embrião recém-formado nas tubas uterinas, caso a fecundação aconteça.

Algumas doenças como a SOP (síndrome dos ovários policísticos), ou mesmo o consumo de anabolizantes, podem levar a um aumento na concentração de testosterona, e consequentemente a uma hiperestimulação de todos os órgãos alvo do hormônio.

Resultando em hiperandrogenismo, que se caracteriza por um conjunto de sinais e sintomas provocados por essa interação entre as altas concentrações de testosterona e os tecidos periféricos, alterando o metabolismo da pele, tecido adiposo, entre outros.

Quais as consequências do hiperandrogenismo?

As consequências dos quadros hiperandrogênicos vão além das manifestações físicas e fisiológicas causadas pelo aumento da testosterona, incluem mudanças emocionais normalmente decorrentes do constrangimento que os sintomas provocam.

Os principais sintomas do hiperandrogenismo são o aparecimento de pelos em locais tipicamente masculinos, como rosto, tórax abdome e ao redor dos mamilos, queda acentuada de cabelos (alopecia), e aumento da seborreia na pele, que pode levar ao aparecimento de acne.

Quando a testosterona interage com o tecido adiposo, as altas concentrações tendem a provocar alterações nos locais em que esse tecido se acumula, fazendo com que as mulheres apresentem, por exemplo, um aumento da gordura abdominal.

A infertilidade por anovulação é também um sintoma, normalmente simultâneo aos quadros de hiperandrogenismo. Isso acontece porque a baixa secreção de FSH diminui a conversão da testosterona em estrogênio, hormônio fundamental para a fertilidade feminina.

O que pode causar hiperandrogenismo?

A SOP é a principal alteração hormonal que leva ao quadro de hiperandrogenismo, provocando infertilidade por anovulação e a formação de cistos nos ovários.

É uma doença endocrinológica, em que as alterações na secreção das gonadotrofinas provocam aumento de concentração de testosterona. Considerada uma doença multifatorial, a SOP apresenta uma tendência hereditária, mas também sofre influências ambientais, como o estilo de vida.

Hiperandrogenismo tem tratamento?

A escolha do melhor tratamento para conter as manifestações do hiperandrogenismo dependem principalmente da intensidade dos sintomas e da intenção da mulher em engravidar.

O tratamento hormonal, feito por contraceptivos orais combinados de estrogênio e progesterona, tem sido recomendado para os casos menos graves e quando as mulheres não manifestam desejo de engravidar.

Os casos mais graves, especialmente quando a mulher aproxima da menopausa, pode ser necessário realizar a retirada cirúrgica dos ovários, denominada ooforectomia. Porém a decisão que deve ser pensada com bastante cuidado, já que o procedimento implica no fim da vida reprodutiva da mulher.

Reprodução assistida

Quando a mulher deseja engravidar, a abordagem terapêutica geralmente recomendada é a reprodução assistida, que oferece maior controle sobre a função reprodutiva e potencializa os processos envolvidos na fecundação.

A escolha da técnica de reprodução assistida mais adequada para cada caso de SOP depende principalmente da gravidade do quadro anovulatório.

Para mulheres com quadros de oligovulação, as técnicas mais indicadas são a RSP (relação sexual programada), a IA (inseminação artificial). Enquanto para os casos mais severos, em que a mulher apresenta anovulação, somente a FIV aumenta as chances de gravidez.

É importante lembrar que a reprodução assistida atua somente sobre a infertilidade. Ainda que a etapa de estimulação ovariana, compartilhada por todas as técnicas de reprodução assistida, possa atenuar alguns sintomas hiperandrogênicos, o efeito normalmente é temporário.

Encontre mais informações sobre a SOP acessando nosso conteúdo completo.


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