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Qual a função do FSH no ciclo menstrual?

por Dr. Augusto Bussab



"Os hormônios são substâncias naturais que atuam como mensageiros químicos entre diferentes partes do corpo. Eles controlam muitas funções, incluindo crescimento, reprodução, função sexual, sono, fome, humor e metabolismo. Algumas células do corpo são constituídas por proteínas chamadas receptores, que respondem a um hormônio. Sua reação depende do […]"
Qual a função do FSH no ciclo menstrual?

Os hormônios são substâncias naturais que atuam como mensageiros químicos entre diferentes partes do corpo. Eles controlam muitas funções, incluindo crescimento, reprodução, função sexual, sono, fome, humor e metabolismo.

Algumas células do corpo são constituídas por proteínas chamadas receptores, que respondem a um hormônio. Sua reação depende do hormônio ao qual envia uma mensagem. O hipotálamo, por exemplo, atua como um regulador de muitas funções vitais (fome, sede, temperatura, etc.), mas também sobre as emoções e a função reprodutiva.

Sobre o hipotálamo, em sua base, encontra-se uma pequena glândula endócrina, a hipófise. Sua parte frontal, a pituitária anterior, desempenha um papel fundamental no ciclo menstrual em dois hormônios secretores específicos chamados gonadotrofinas: o FSH (hormônio folículo-estimulante) e o LH (hormônio luteinizante).

Neste texto abordamos o hormônio FSH. Continue lendo para saber mais!

Hormônios femininos e o ciclo menstrual

Primeiro, é importante lembrar como funciona o ciclo menstrual para entender como os hormônios estão envolvidos nesse período.

Durante o ciclo menstrual, estimulados pela ação hormonal, vários folículos são recrutados. Um deles conclui o desenvolvimento e se rompe, liberando o óvulo na ovulação para ser fertilizado pelo espermatozoide.

O tecido que reveste o interior do útero (endométrio) também é preparado para uma possível gravidez: se torna mais espesso para que um embrião possa se implantar e receber os nutrientes necessários para se desenvolver. Se o óvulo não for fertilizado, o endométrio descama.

No final do ciclo, alguns vasos sanguíneos no endométrio se abrem por determinado tempo e a camada mucosa superior se desprende. Para expulsá-la, os músculos do útero se contraem e relaxam em um ritmo irregular. Isso permite que o tecido se desprenda e saia do corpo pela vagina, a que damos o nome de menstruação.

Desde que a mulher não esteja grávida e não use anticoncepcionais hormonais, a menstruação costuma ser um sinal de que um ciclo menstrual terminou e o seguinte começou. Geralmente, dura entre três e cinco dias na maioria das mulheres.

Hormônios do ciclo menstrual

Tudo começa no cérebro. O hipotálamo fornece a ligação entre o sistema nervoso e o sistema endócrino, responsável pela produção de hormônios, enquanto a hipófise desempenha um papel essencial no ciclo menstrual, secretando dois hormônios específicos chamados gonadotrofinas:

  • FSH (hormônio folículo-estimulante);
  • LH (hormônio luteinizante).

Hormônio folículo-estimulante

O FSH estimula o desenvolvimento do folículo ovariano durante cada ciclo menstrual.

Hormônio luteinizante (LH)

O LH é um hormônio que desempenha dois papéis principais. Primeiro, ele vai desencadear a ovulação porque o aumento em seu nível irá liberar o óvulo do folículo, em seguida, transforma o folículo remanescente, que se rompeu, em corpo-lúteo.

Estrogênio

O estrogênio desempenha um papel no desenvolvimento e manutenção das características sexuais secundárias nas mulheres. Estimula o crescimento dos seios, o início da primeira menstruação, pelos púbicos e ovulação durante a puberdade. A partir da menarca, primeira menstruação, passa a atuar no espessamento do endométrio.

Progesterona

A progesterona é o hormônio feminino produzido pelos ovários e principalmente pelo corpo-lúteo. Sua concentração sanguínea aumenta na segunda metade do ciclo menstrual. Sua função é garantir o preparo final do endométrio para o embrião se implantar.

FSH e gravidez: qual a importância?

O FSH tem um papel fundamental em ambos os sexos para a gravidez, devido ao seu trabalho estimulante sobre os gametas e regulador do ciclo ovariano. Sem ele, qualquer função reprodutiva seria impossível.

Se os níveis de FSH estiverem baixos, isso significa que o corpo não está estimulando o desenvolvimento dos óvulos, o que pode dificultar a gravidez.

Níveis elevados de FSH, por outro lado, apesar de serem mais comuns em pacientes com idade avançada, também podem ocorrer em mulheres jovens com insuficiência ovariana primária, condição também chamada menopausa precoce, o que também leva à infertilidade.

Tratamentos e administração de hormônios para engravidar

Os hormônios que atuam na reprodução são muitos e qualquer distúrbio pode dificultar a concepção. Na verdade, um percentual expressivo das mulheres não podem engravidar por esse motivo.

Nesses casos, injeções de hormônios podem ser usadas ​​para diferentes fins e isso pode ser feito na reprodução assistida:

  • estimular o desenvolvimento de mais folículos e ajudar o óvulo a amadurecer, comum em todos os tratamentos de fertilidade (estimulação ovariana);
  • indução da ovulação.

Estimulação ovariana

A estimulação ovariana é a primeira etapa de todos os tratamentos de reprodução assistida. Ao estimular diretamente o ovário com FSH, um número alto de folículos pode ser estimulado a se desenvolver. A quantidade de hormônio depende da técnica de reprodução assistida indicada, se de baixa ou alta complexidade.

Nas de baixa complexidade, relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA), em que a fecundação acontece nas tubas uterinas, como na gestação natural, as dosagens são mais baixas porque o objetivo é obter até 3 óvulos maduros, no máximo.

Já na fertilização in vitro (FIV), mais complexa, as dosagens são mais altas porque não há fecundação nas tubas uterinas. Todos os folículos maduros são aspirados para a coleta dos óvulos, que serão fertilizados em laboratório.

Toque aqui e saiba tudo sobre a FIV, considerada a principal técnica de reprodução assistida!


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