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Estimulação ovariana: o que é?

por Dr. Augusto Bussab



"Para que uma mulher possa engravidar, vários processos acontecem em seu organismo. Um dos mais importantes é a ovulação, que consiste na liberação de um único óvulo para uma possível fecundação. As mulheres possuem milhares de folículos ovarianos em seus ovários, e a cada ciclo […]"
Estimulação ovariana: o que é?

Para que uma mulher possa engravidar, vários processos acontecem em seu organismo. Um dos mais importantes é a ovulação, que consiste na liberação de um único óvulo para uma possível fecundação.

As mulheres possuem milhares de folículos ovarianos em seus ovários, e a cada ciclo menstrual vários deles são estimulados pelos hormônios femininos. Em determinado momento um desses folículos libera um óvulo, que será transportado até as tubas uterinas.

Quando a mulher vai se submeter a uma técnica de reprodução assistida, seja por infertilidade feminina, masculina ou mesmo produção independente, é necessário realizar a estimulação ovariana. Este é um procedimento que tem o objetivo de promover a liberação um número maior de óvulos, e é muito importante para o sucesso das técnicas.

Para entender melhor o que é a estimulação ovariana, qual sua importância e como ela é feita, continue lendo este conteúdo:

O que é estimulação ovariana?

A estimulação ovariana é um procedimento complementar às técnicas de reprodução assistida, feita com o uso de medicamentos hormonais.

Os hormônios utilizados são os mesmos que atuam no ciclo menstrual da mulher, mas na realização deste procedimento é possível modificar e controlar os níveis hormonais para se alcançar o objetivo, que é liberar um número maior de óvulos na ovulação.

Ao realizar qualquer uma das técnicas de reprodução assistida, é importante que mais de um óvulo seja liberado para que as chances de fecundação sejam maiores. Se há apenas um gameta feminino, há apenas uma possibilidade para que os espermatozoides o encontrem e a fecundação aconteça. Se há mais de um gameta, as chances são maiores.

Porém, nem sempre é necessário ou recomendado estimular a liberação de um número muito grande de gametas. Essa quantidade vai ser definida pelo médico, de acordo com as características dos pacientes e com a técnica utilizada.

Além da realização da reprodução assistida, a estimulação ovariana é uma etapa importante para outros procedimentos complementares, como a ovodoação e a preservação da fertilidade, por exemplo.

Como a estimulação ovariana é feita?

Independentemente do objetivo final, a estimulação ovariana é realizada da mesma forma, mas com diferenças na dosagem dos medicamentos. Quanto maior a dosagem, mais óvulos são liberados.

Em alguns casos, quanto mais óvulos, melhor. Em outros casos, a estimulação é feita com o objetivo de liberar dois ou três gametas, no máximo. Isso depende, principalmente, do procedimento a ser realizado posteriormente.

De forma geral, a estimulação ovariana pode ser feita por meio de medicamentos orais ou injetáveis. São utilizados os mesmos hormônios que já atuam no corpo da mulher e têm importante função em sua vida fértil: estrogênio, progesterona, folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH).

A estimulação é iniciada nos primeiros dias do ciclo menstrual, ou seja, enquanto a mulher ainda está menstruada, e pode durar até 12 dias. Durante esse período, a paciente é submetida a exames de ultrassonografia a cada dois ou três dias, para que se possa acompanhar o crescimento folicular.

O acompanhamento é fundamental para garantir que a dosagem dos hormônios está adequada, ou para corrigi-la, se necessário. Além disso, é por meio do exame que o médico consegue identificar o momento em que os folículos estão com o tamanho ideal para a ovulação.

Quando chega este momento, um medicamento com o hormônio hCG é utilizado para induzir a ovulação. Após essa etapa, os óvulos podem ser coletados ou as próximas etapas da reprodução assistida podem ser realizadas.

Técnicas de baixa complexidade: RSP e IIU

As técnicas de reprodução assistida consideradas de baixa complexidade são a relação sexual programada (RSP) e a inseminação intrauterina (IIU), também conhecida como inseminação artificial.

Elas são consideradas de baixa complexidade pelo fato de a fecundação acontecer dentro do corpo da mulher, sem tanta interferência do médico. Justamente por isso, não há um controle sobre a fecundação.

Sendo assim, a estimulação ovariana é feita com baixa dosagem hormonal, para que no máximo dois ou três óvulos sejam liberados. Isso é importante para evitar a síndrome da hiperestimulação ovariana (SHO) e as gestações gemelares.

Fertilização in vitro

A fertilização in vitro (FIV) tem um processo de realização bem diferente das técnicas de baixa complexidade.

Após a estimulação ovariana, os óvulos liberados são coletados e a fecundação é feita em laboratório, com a injeção de um espermatozoide dentro de cada gameta feminino. Em seguida, os embriões formados são cultivados e depois transferidos para o útero.

Como a fecundação ocorre fora do corpo da mulher, quanto mais óvulos forem liberados nesse caso, melhor. Apesar disso, há um número limitado de embriões que podem ser transferidos a cada ciclo, de acordo com a idade da mulher quando os óvulos foram coletados:

  • 2 embriões para óvulos de até 35 anos;
  • 3 embriões para óvulos entre 35 e 40 anos;
  • 4 embriões para óvulos acima de 40 anos.

Os gametas e embriões que não forem utilizados na primeira tentativa são congelados para serem utilizados nos próximos ciclos — caso o primeiro não apresente sucesso — ou mesmo para próximas gestações.

Criopreservação

A criopreservação é o procedimento de congelamento de gametas e embriões. Ela é utilizada no material excedente da FIV, mas também em outras técnicas. As principais são a ovodoação e a preservação da fertilidade.

A ovodoação pode ser compartilhada, quando os óvulos são coletados durante o processo da FIV e já utilizados por outra paciente, sem a necessidade de congelamento. Mas também existe outro tipo de doação de óvulos, a voluntária. Nesse caso, a mulher realiza a estimulação ovariana para obter o maior número de gametas e eles são criopreservados para que outra paciente possa utilizá-los futuramente.

Já a preservação da fertilidade consiste em coletar o maior número possível de óvulos e criopreservá-los para que a própria mulher possa utilizar no futuro. Esse procedimento é utilizado em casos de tratamentos de doenças, como o câncer, e quando a paciente pretende engravidar em uma idade mais avançada.

Para mais informações sobre a estimulação ovariana e uma das principais técnicas de reprodução assistida, leia também o conteúdo sobre a fertilização in vitro (FIV).


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