Quando engravidar for um desafio, os procedimentos de reprodução assistida podem aumentar as chances da concepção. As três técnicas existentes variam em complexidade e de acordo com a razão do problema. A mais simples é o coito programado, também conhecido como relação sexual programada (RSP), e a mais complexa é a FIV (fertilização in vitro).
Algumas mulheres, para engravidar, utilizam tabelas manuais ou aplicativos para calcular o período fértil e, assim, ter relações sexuais com o parceiro no momento mais oportuno, para que a fecundação natural ocorra com sucesso. No entanto, esse método não considera outros problemas, além de que pode haver um desconhecimento dos ciclos ovulatórios.
Esse assunto foi objeto de um estudo que constatou que o dia de ovulação varia muito de uma mulher para outra e que não é possível utilizar um aplicativo para fazer previsões eficazes. Na pesquisa, apenas para citar um exemplo, 34% das voluntárias acreditavam ter um ciclo de 28 dias, mas apenas 15% estavam corretas.
Nesse contexto, o coito programado pode ajudar tentantes a aumentar as chances de uma gravidez natural, por meio de um procedimento muito simples e de baixa complexidade, que consegue comprovar a ovulação e programar o ato sexual com maior precisão.
Este texto aborda o conceito de coito programado, em quais casos o procedimento é indicado e de que maneira é realizado. Se você enfrenta dificuldades para engravidar, acompanhe este artigo e descubra se a técnica pode te ajudar.
O coito programado
Coito programado é uma técnica que tem como objetivo aumentar as chances de concepção natural, ou seja, sem manipulação de gametas e procedimentos avançados, realizados em laboratório. Na relação sexual programada, nome oficial do método, a tentante passa por exames constantes para constatar sua ovulação e para que seja estabelecido um período mais propenso para a fecundação.
Há casos em que o coito programado funciona apenas como uma orientação, como quando a mulher desconhece seu ciclo menstrual e tem relações sexuais em períodos desvantajosos para a fecundação, por exemplo. No entanto, isso ocorre raramente e existem situações nas quais há a necessidade de induzir a produção de folículos para aumentar as chances de gravidez.
Em ambos os casos, de qualquer maneira, a mulher deve ser acompanhada regularmente por uma clínica de reprodução com exames que constatam a ovulação, situação hormonal e saúde da paciente. É por meio destes que o médico avalia se o procedimento deve ser realizado com ou sem uso de medicamentos.
Quando o coito programado é indicado?
A RSP é indicada para casos de infertilidade sem causa aparente (quando não é constatado nenhum problema que impeça a concepção natural), mulheres que têm problemas ovulatórios — como a síndrome dos ovários policísticos (SOP) — ou que ovulam em ciclos irregulares e pacientes com até 35 anos — quando a FIV passa a ser recomendada.
Não pode haver, contudo, nenhum outro problema de infertilidade associado, pois a condição poderia elevar a chance de insucesso do coito programado. Por isso, o casal precisa realizar exames de espermograma, ultrassonografia transvaginal e histerossalpingografia (raio-X do útero e das tubas uterinas, também chamadas trompas), além de exames de sangue para averiguar as dosagens hormonais e a existência de doenças, como a rubéola, hepatites, AIDS e toxoplasmose.
Naturalmente, o coito programado também não é indicado quando existem riscos à gravidez, como quando a mulher enfrenta doenças que podem ser potencializadas na gestação, distúrbios genéticos ou infecções que podem ser transmitidas ao bebê.
Como é realizado o coito programado?
Inicialmente, a equipe médica realiza um ultrassom, em alguns dias após a menstruação, para analisar se há cistos do ciclo anterior, pólipos, miomas ou excesso de tecido endometrial. Quando não há problema, o médico conduz o controle da ovulação.
A paciente, então, retorna à clínica para realizar, em dias alternados, novos exames de ultrassom, por meio dos quais é possível observar o crescimento dos folículos e espessamento do endométrio, até que ambos alcancem o tamanho ideal.
Quando os folículos estiverem preparados, o médico indica a injeção de hCG (gonadotrofina coriônica), um hormônio que estimula a ovulação. A partir de então, o casal deve ter relações sexuais diariamente ou em dias alternados, para aumentar a sincronia e, assim, as chances de gravidez natural, que, no coito programado, tem uma taxa de sucesso de cerca de 13% por ciclo.
Se, no entanto, a gravidez não for constatada após o processo, costuma-se indicar que a paciente faça mais duas tentativas. Após esse limite, recomenda-se a FIV.
O coito programado é o procedimento mais simples de reprodução assistida e costuma ser indicado em quadros de leve infertilidade ou quando não existe nenhum problema aparente. Inicialmente, o casal passa por exames para averiguar sua integridade e saúde e, se tudo estiver bem, inicia-se o processo. A mulher, então, faz exames ultrassonográficos periodicamente para identificar o período de ovulação e saber quando deve ter relações sexuais com seu parceiro para aumentar as chances de fecundação natural.
Na maioria dos casos, o coito programado é realizado com a estimulação ovariana e controle ultrassonográfico da ovulação.
Você quer saber mais sobre cada etapa do coito programado? Então confira nossa a seção sobre a relação sexual programada.
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