Dr. Augusto Bussab | Reprodução Humana | WhatsApp
Ebook SOP Baixe agora o e-book sobre Síndrome dos Ovários Policísticos e entenda tudo sobre essa doença! Clique Aqui!
Ficou com alguma dúvida? Agende sua consulta agora! Clique Aqui!

Esperma, espermatozoides e sêmen

por Dr. Augusto Bussab



"Esperma, espermatozoide e sêmen são termos cujos significados muitas vezes se confundem, mas que se referem a aspectos particulares do líquido ejaculado e, consequentemente, a funções específicas relacionadas à fertilidade. A boa qualidade do líquido ejaculado está diretamente relacionada à saúde e à integridade de […]"
Esperma, espermatozoides e sêmen

Esperma, espermatozoide e sêmen são termos cujos significados muitas vezes se confundem, mas que se referem a aspectos particulares do líquido ejaculado e, consequentemente, a funções específicas relacionadas à fertilidade.

A boa qualidade do líquido ejaculado está diretamente relacionada à saúde e à integridade de todas as estruturas componentes do sistema reprodutivo masculino: testículos, bolsa escrotal, cordão espermático, glândulas anexas e também da uretra, uma estrutura que esse sistema compartilha com o sistema urinário e cujas afecções também podem prejudicar a fertilidade dos homens.

A infertilidade masculina corresponde atualmente a aproximadamente 40% dos casos de infertilidade conjugal e pode ser decorrente de problemas genéticos na produção de espermatozoides, de problemas relacionados à obstrução do caminho percorrido pelos espermatozoides, desde o testículo até a porção final da uretra, e também de problemas associados à saúde das glândulas anexas ao sistema reprodutivo: glândulas bulbouretrais, vesícula seminal e próstata.

Na maior parte das vezes, as alterações que prejudicam a fertilidade masculina podem ser identificadas em exames como o espermograma, análise da fragmentação do DNA espermático e exames de imagem, especialmente a ressonância magnética e a ultrassonografia testicular.

Desses exames, o espermograma é o mais comumente solicitado e o mais adequado para avaliar as variáveis de qualidade do sêmen ou esperma e também dos espermatozoides.

O objetivo deste texto é esclarecer as diferenças entre os termos esperma, sêmen e espermatozoide, mostrando com detalhes o que é que define cada um deles. Aproveite a leitura!

O que é o sêmen ou esperma?

O sêmen, que também pode ser chamado de esperma, consiste em todo o conjunto de elementos que compõem o líquido ejaculado: espermatozoides e líquidos glandulares. Vamos entender um pouco melhor a composição e a função dos líquidos produzidos pelas glândulas anexas:

Líquido prostático

A próstata está localizada logo após o cordão espermático, próxima à bexiga e integrada à uretra. Além de produzir o líquido prostático, a próstata também é responsável por interromper o fluxo de urina pela uretra, comprimindo a posição inicial dessa estrutura, durante as relações sexuais.

O líquido produzido por essa glândula tem uma aparência viscosa e esbranquiçada, com pH básico, cuja função é manter os espermatozoides embebidos em um ambiente alcalino que neutralize a acidez típica do canal vaginal. Essa ação protetora também é desempenhada pelos nutrientes e enzimas proteolíticas que compõem o líquido prostático.

Além disso, o líquido prostático também tem a propriedade de liquefazer-se algum tempo após a ejaculação, e essa alteração na sua viscosidade é um dos fatores principais de ativação da motilidade dos espermatozoides.

Líquido bulbouretral

As glândulas bulbouretrais produzem uma das substâncias que compõem o sêmen, mas também atuam antes da ejaculação, produzindo, durante a relação sexual, um líquido cujo objetivo é limpar a uretra, impedindo que resquícios de urina possam afetar a saúde dos espermatozoides, e também fornecer lubrificação para o próprio ato sexual.

Na composição do sêmen, o líquido bulbouretral, formado principalmente por muco e galactose, desempenha uma parte da função nutritiva dos espermatozoides.

Líquido seminal

Apesar de as glândulas bulbouretrais também desempenharem uma função nutritiva, o líquido seminal é o principal componente do sêmen que desempenha essa tarefa. Produzido pelas vesículas seminais e composto basicamente por frutose e outros carboidratos simples, o líquido seminal é a principal garantia do fornecimento de energia para que os espermatozoides possam se locomover dentro do aparelho reprodutivo feminino.

O que são os espermatozoides?

Chamamos espermatozoides os gametas ou células reprodutivas masculinas, morfologicamente compostas por uma cabeça, que contém metade do código genético do ser humano, citoplasma e um tipo de organela chamada mitocôndria, que atua na conversão dos nutrientes fornecidos pelos líquidos glandulares em energia.

Além da cabeça, o espermatozoide também conta com uma cauda, cuja capacidade de motilidade é ativada com a liquefação do líquido prostático, após a ejaculação.

Os espermatozoides são formados a partir do desenvolvimento das células reprodutivas primordiais (espermatócitos), localizadas nas paredes dos túbulos seminíferos, dentro dos testículos, com auxílio de dois tipos celulares específicos: as células de Leydig e as células de Sertoli.

Cada uma dessas células responde à ação das gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante), além da testosterona, e têm como função fornecer energia e estrutura para o amadurecimento do espermatócito em espermatozoide.

Depois de formados nos túbulos seminíferos, os espermatozoides desenvolvem a cauda nos epidídimos, onde adquirem motilidade (capacidade de se mover no aparelho reprodutivo feminino), sendo direcionados para o cordão espermático, composto pelo canal ou ducto deferente, que recebe os líquidos glandulares produzidos pelas glândulas anexas, além das veias, artérias e vasos linfáticos e nervos.

A porção final do ducto deferente se abre na uretra, e durante a relação sexual é neste canal que todos os elementos componentes do sêmen se encontram e são expelidos na ejaculação.

Qual a relação entre sêmen, espermatozoide e a fertilidade masculina?

Os diferentes componentes do líquido ejaculado ou sêmen estão diretamente relacionados à conservação dos espermatozoides para que a fecundação, e consequentemente a fertilidade masculina, possa ocorres.

Ou seja, sem ação dos líquidos glandulares, com suas composições químicas em perfeita regulação, as células reprodutivas masculinas correm altos riscos de sofrer danos que afetam tanto a sua morfologia quanto sua estabilidade genética, antes mesmo do momento da ejaculação.

Da mesma forma, considerando o ambiente químico típico do canal vaginal e do útero, que é relativamente ácido, é imprescindível que todos os componentes do sêmen estejam íntegros, já que também aqui os espermatozoides podem ser danificados.

Além da composição química do sêmen, também o processo de formação dos espermatozoides deve ocorrer sem nenhuma intercorrência que prejudique o processo pelo qual os espermatozoides se desenvolvem e amadurecem no interior dos túbulos seminíferos.

O que pode causar infertilidade masculina?

Qualquer alteração nos padrões seminais, da composição dos líquidos glandulares ao processo de formação dos espermatozoides, pode prejudicar a função reprodutiva dos homens.

Além disso, alterações e anomalias que levem a obstruções no cordão espermático, assim como infecções que acometam a uretra e partes próximas do sistema urinário, também podem levar a quadros de infertilidade, ainda que temporária.

O que é espermograma?

 

O espermograma é considerado o principal exame de avaliação da fertilidade masculina, já que analisa parâmetros seminais específicos, como o volume e o pH do líquido ejaculado, além de aspectos da qualidade espermática, como a concentração e a quantidade de espermatozoides, sua morfologia e motilidade.

Esse exame é, por isso, considerado o mais acessível e abrangente, já que identifica com certa precisão muitas das alterações possíveis nas variáveis mencionadas e pode ser coletado de forma simples, por masturbação na própria clínica.

Reprodução assistida

Alguns casos de infertilidade masculina, especialmente aqueles causados por azoospermia não obstrutiva, oligozoospermia ou azoospermia obstrutiva permanente – como aquela que resulta da cirurgia de vasectomia – podem ser tratados com ajuda da medicina reprodutiva e das técnicas de reprodução assistida.

Para os casos de oligozoospermia leve ou quando existem outras alterações espermáticas, especialmente relacionadas com a motilidade e a morfologia dessas células, uma das técnicas que pode ser indicada é a IA (inseminação artificial), já que é possível incluir o preparo seminal às etapas desse procedimento.

Para os casos de azoospermia severa e também de infertilidade masculina por fator obstrutivo, a técnica de reprodução assistida mais indicada é a FIV (fertilização in vitro), que permite a coleta de espermatozoides diretamente dos túbulos seminíferos (TESE e Micro-TESE) ou dos epidídimos (MESA e PESA).

Além disso, nesta técnica, a fecundação é feita por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que um único espermatozoide selecionado é inseminado no interior do óvulo, também coletado por punção folicular, com auxílio de uma agulha especial, em ambiente laboratorial.

Para saber mais sobre infertilidade masculina, toque no link!


Se inscrever
Notificação de
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
Pr¨®xima leitura
Mórula, embrião e blastocisto: qual é a relação?

A gravidez é um processo complexo, que envolve diferentes elementos, por isso é comum várias dúvidas surgirem durante a tentativa de engravidar. Termos como gônadas, gametas, embrião, mórula, blastocisto, fecundação, nidação e eclosão, por exemplo, são frequentemente utilizados em referência ao processo, por profissionais de […]

Ler mais...