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Cisto nos ovários e SOP: qual a relação?

por Dr. Augusto Bussab



"A maioria das mulheres já ouviram falar sobre em cisto no ovário, espécie de bolsa preenchida com líquido ou algum componente sólido, comum durante a idade reprodutiva. Geralmente esses cistos são indolores e benignos, retrocedem naturalmente, sem nenhum tipo de tratamento e as mulheres nem […]"
Cisto nos ovários e SOP: qual a relação?

A maioria das mulheres já ouviram falar sobre em cisto no ovário, espécie de bolsa preenchida com líquido ou algum componente sólido, comum durante a idade reprodutiva. Geralmente esses cistos são indolores e benignos, retrocedem naturalmente, sem nenhum tipo de tratamento e as mulheres nem sabem que os têm.

Existem vários tipos, porém o cisto no ovário funcional é o mais observado e pode se formar durante o ciclo menstrual, quando vários folículos são recrutados e crescem, um deles se torna dominante e conclui o processo de desenvolvimento e amadurecimento, se rompendo para o liberar o óvulo, também maduro, durante a ovulação.

Depois de rompido, o folículo se transforma em corpo-lúteo, glândula responsável pela secreção de progesterona, hormônio que finaliza o preparo endometrial iniciado pelo estrogênio, hormônio liberado pelo folículo em desenvolvimento. Se não houver fecundação o corpo lúteo degenera, e é absorvido pelo organismo, assim como os folículos que não se desenvolveram.

Durante os ciclos menstruais dois tipos de cisto no ovário funcional podem ser formar, o folicular, formado quando o folículo não se rompe para liberar o óvulo e o de corpo lúteo, formado quando o corpo lúteo não degenera.

Além dos cistos funcionais, entretanto, outros tipos também podem se formar durante a idade reprodutiva, incluindo os característicos da SOP (síndrome dos ovários policísticos), doença frequentemente registrada. Continue a leitura até o final e entenda melhor essa relação. Confira!

O que é SOP?

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é um distúrbio endócrino em que ocorre o desequilíbrio dos níveis dos hormônios envolvidos no ciclo menstrual. Como consequência desse desequilíbrio, os folículos recrutados que não desenvolveram em vez de serem eliminados podem acumular formando múltiplos cistos, por isso a doença recebe o nome de ovários policísticos.

O desequilíbrio hormonal e a presença dos cistos podem provocar distúrbios de ovulação, como dificuldades no desenvolvimento e amadurecimento dos folículos ovarianos ou na liberação do óvulo, resultando em oligovulação, ovulação irregular, ou anovulação, ausência de ovulação.

Outra consequência da SOP é o aumento de testosterona, principal hormônio masculino produzido em pequenas quantidades pelos ovários. Essa condição, denominada hiperandrogenismo, pode levar à diferentes alterações corporais, como o hirsutismo, em que há crescimento de pelos em locais tipicamente masculinos (face, seios e costas), ao engrossamento da voz e queda temporária de cabelos (alopecia), por exemplo.

A causa exata da SOP ainda permanece desconhecida pela ciência, porém estudos indicam uma predisposição genética, uma vez que é alta a incidência em mulheres com parentes de primeiro grau com a doença, da mesma forma que a associam a resistência à insulina, condição comum em mulheres obesas,

Insulina é o hormônio é responsável pelo metabolismo da glicose para gerar energia e também contribui para a regular o recrutamento, desenvolvimento e amadurecimento dos folículos ovarianos.

As principais características da SOP, portanto, são o hiperandrogenismo, oligovulação e anovulação crônica, causas comuns de infertilidade feminina, que podem ser percebidas por irregularidades menstruais como aumento, redução ou ausência de fluxo menstrual (amenorreia), e, a formação de múltiplos cistos nos ovários.

A suspeita de SOP é confirmada exames laboratoriais, que medem os níveis hormonais, incluindo os de testosterona, e de imagem, que possibilitam a detecção dos cistos e determinam o volume ovariano, critérios diagnósticos importantes, além de excluir outras doenças que podem causar alguns sintomas semelhantes, como as irregularidades menstruais.

Após a exclusão de outras doenças, a confirmação da SOP considera pelo menos dois dos seguintes critérios:

  • Oligovulação ou anovulação;
  • Sinais clínicos e/ou bioquímicos de hiperandrogenismo;
  • Morfologia policística dos ovários, com a presença de 12 ou mais folículos medindo de 2 mm a 9 mm de diâmetro e/ ou volume ovariano acima de 10 cm.

Outros tipos de cisto no ovário podem ainda se formar durante a fase reprodutiva, entre eles estão o endometrioma, característico da endometriose ovariana e fortemente associado à infertilidade, o cisto dermoide e o cisto adenoma, considerados um tipo de tumor benigno.

Embora raramente o cisto no ovário possa evoluir para a malignidade, isso pode acontecer, principalmente em mulheres na período pós-menopausa, o que sugere a necessidade de também investigar essa possibilidade.

Infertilidade por SOP e reprodução assistida

Mulheres com SOP que desejam engravidar podem recorrer à reprodução assistida. O tratamento pode ser feito por técnicas de menor ou maior complexidade, a mais indicada em caso é definida a partir dos resultados diagnósticos.

A primeira etapa de todas é a estimulação ovariana, procedimento em que são utilizados medicamentos hormonais sintéticos semelhantes aos naturais para estimular o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos ovarianos.

Para os casos mais leves de SOP, por exemplo, em que a ovulação é apenas irregular (oligovulação), normalmente é indicada a relação sexual programada (RSP), em que a fecundação acontece naturalmente, nas tubas uterinas.

Na RSP, são utilizadas dosagens hormonais mais baixas para estimular o desenvolvimento de 1 a 3 folículos, assim como é programado o melhor momento para intensificar a relação sexual. O tratamento, entretanto, é adequado apenas para mulheres com até 37 anos que ainda possuem uma boa reserva ovariana e as tubas uterinas permeáveis. Os espermatozoides do parceiro também devem estar dentro dos padrões de normalidade.

Já para as mulheres com anovulação crônica consequente da SOP é indicada a fertilização in vitro (FIV), que prevê a fecundação em laboratório. Na FIV, são utilizadas dosagens hormonais mais altas para obter mais óvulos maduros. Os embriões formados se desenvolvem por alguns dias e são transferidos posteriormente diretamente ao útero materno.

A FIV possibilita o tratamento de mulheres em qualquer idade, mesmo quando existem outros problemas de infertilidade associados, como por exemplo obstruções tubárias, alterações graves nos espermatozoides, baixa quantidade (oligozoospermia) ou ausência dos gametas masculinos no sêmen (azoospermia).

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