Este é um termo bem diferente: “corpo-lúteo”. Também não é tão conhecido, embora seja fundamental para a fertilidade feminina. Agora você já sabe: “lúteo” significa “amarelado”, portanto se refere ao aspecto desse “corpo”, que surge e desaparece a cada ciclo menstrual.
O corpo-lúteo é responsável pela produção de progesterona, hormônio cuja ação no ciclo menstrual é fundamental para o sucesso da gravidez por preparar o endométrio para receber o embrião, caso haja a fecundação durante o período fértil. O corpo-lúteo se forma na terceira e última fase do ciclo menstrual, chamada lútea, que tem a duração de aproximadamente 14 dias em um ciclo normal.
Todas as fases do ciclo, incluindo a lútea, são importantes para a fertilidade feminina. O corpo-lúteo também precisa desempenhar sua função de forma adequada. Alterações, em ambos os casos, podem resultar em infertilidade feminina.
Quer entender a importância do corpo-lúteo no ciclo menstrual? Continue a leitura até o final!
O que é corpo-lúteo e como ele se forma?
O corpo-lúteo é uma glândula endócrina temporária que se forma do folículo rompido durante a ovulação. Folículos ovarianos são estruturas que armazenam o óvulo imaturo e estão presentes nos ovários desde o nascimento da mulher. A quantidade de folículos, denominada reserva ovariana, naturalmente diminui durante a vida fértil, até se esgotar, momento conhecido como menopausa.
Durante a fase folicular, primeira do ciclo menstrual, o hipotálamo produz o hormônio GnRH (liberador de gonadotrofina), que por sua vez estimula a hipófase a secretar o FSH (hormônio folículo-estimulante) e o LH (hormônio luteinizante).
A função do FSH, ao chegar no ovário, é promover o recrutamento de vários folículos, mas apenas um se desenvolve e amadurece até se tornar dominante. O folículo dominante passa a produzir estrogênio, que inicia a proliferação de células endometriais, tornando o endométrio mais espesso.
No 14º dia do ciclo reprodutivo tem início a fase ovulatória. Nessa fase, o LH promove o amadurecimento final do folículo dominante e níveis altos desse hormônio, de FSH e estrogênio o induzem ao rompimento para a liberação do óvulo, que permanecerá nas tubas uterinas por 24h.
Caso o espermatozoide alcance o óvulo nesse momento, há a fecundação e a formação do embrião, que começa sua jornada até o útero para se fixar no endométrio.
Na fase lútea, que começa no 15º dia do ciclo menstrual, sob ação do LH as células resquiciais do folículo rompido formam o corpo-lúteo, que passa a produzir progesterona e estrogênio em menor quantidade, finalizando o preparo endometrial. O corpo-lúteo continua a produzir esse hormônio até que a placenta seja formada e assuma essa função.
Se não houver fecundação, o corpo-lúteo degenera e os níveis hormonais diminuem, provocando a descamação do endométrio, a menstruação e o início de um novo ciclo menstrual.
Corpo-lúteo na reprodução assistida
O funcionamento adequado do corpo-lúteo é fundamental para a gravidez natural ou por reprodução assistida.
Quando o corpo-lúteo não produz progesterona suficiente ou o endométrio não responde bem ao hormônio, ocorre uma condição chamada de defeito na fase lútea, que pode ser provocada por doenças ou mesmo pela prática de exercícios físicos em excesso.
A insuficiência do corpo-lúteo pode resultar em falhas na implantação do embrião e, consequentemente, em abortamento. O problema pode ocorrer nas gestações naturais, da mesma forma que na fertilização in vitro (FIV), técnica em que os óvulos são coletados para a realização da fecundação em laboratório.
Cada casal é único. Por isso é importante individualizar o tratamento. Na individualização, já conseguimos avaliar os riscos da reprodução assistida no geral. Há estratégias para que não haja esse problema.
Por exemplo, na FIV pode ser feito o suporte na fase lútea. Esse tratamento é realizado por uma terapia com progesterona durante um período que pode variar de acordo com cada caso.
Pode durar até a implantação do embrião, entre o 7º e o 12º dia de gestação, quando as células que vão originar a placenta passam a secretar progesterona, ou até que ela esteja totalmente formada assumindo a função, o que acontece entre a 18ª e 20ª semana de gravidez.
Dependendo do caso, podemos congelar todos os embriões e aguardar um ciclo menstrual futuro que seja mais adequado do ponto de vista da receptividade endometrial.
A melhor estratégia para solucionar problemas com o corpo-lúteo deve ser sempre definida pelo especialista, que considera as características de cada paciente. Todas elas podem aumentar as chances de que a implantação do embrião seja bem-sucedida e, assim, a gravidez.
Conhecer o funcionamento do ciclo menstrual é importante para identificar se o corpo-lúteo está cumprindo adequadamente sua função. Níveis baixos de progesterona podem causar irregularidades menstruais e dificuldades para engravidar, além de sintomas como ressecamento vaginal e alterações na libido e humor, por exemplo.
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