Onde ocorre a fecundação?

Fecundação é o processo em que o espermatozoide (gameta masculino) se une ao óvulo (gameta feminino) e forma o zigoto, estágio anterior ao da divisão celular, que leva ao desenvolvimento de um embrião e, assim, de um novo ser humano. Por isso, a fecundação é um momento muito importante para a gestação, pois é a partir dela que tudo começa.

No entanto, muitas pessoas têm dúvidas sobre esse processo e sobre onde ocorre a fecundação. Para aprender mais sobre o assunto, continue a leitura até o final!

Fecundação na gestação natural

A gravidez é um processo complexo, que acontece em diferentes etapas. Para explicar onde ocorre a fecundação, vamos falar um pouco mais sobre esse processo na gestação natural.

Primeiro, o homem libera os espermatozoides devido aos estímulos sexuais que acontecem nas relações sexuais: durante a ejaculação, eles são expelidos. O óvulo libera substâncias químicas que atraem os espermatozoides. Dessa maneira, eles “nadam” em busca dele. Vale lembrar que milhares de gametas masculinos tentam chegar ao óvulo. No entanto, somente um consegue penetrar.

O óvulo tem uma membrana que se chama zona pelúcida. Ela impede que dois espermatozoides ou espermatozoides de outras espécies penetrem o óvulo. Como uma gestação gemelar sempre tem mais riscos que uma de apenas uma criança, o corpo humano tenta impedir esse tipo de gestação.

Na composição do sêmen, há substâncias que ajudam a estimular esse processo, por meio da estimulação da contração da musculatura do útero. Assim, junto aos movimentos dos flagelos, os espermatozoides “viajam” até a tuba uterina.

Portanto, a fecundação ocorre nas tubas uterinas, quando há a união do espermatozoide com o óvulo, formando o zigoto. Essa etapa acontece, normalmente, nas primeiras 24 horas após a união do gameta masculino com o feminino.

Quando há a formação do zigoto, ele começa o processo de divisão celular, originando novas células para iniciar o desenvolvimento embrionário. O embrião é formado nas tubas uterinas, no entanto, durante o desenvolvimento é impulsionado em direção ao útero para se implantar no endométrio, camada que o reveste internamente.

Dessa forma, se houver a nidação ou implantação a gravidez inicia, normalmente uma semana após a fecundação. Caso contrário, o embrião é eliminado na menstruação.

Como acontece a fecundação em técnicas de reprodução assistida de baixa complexidade?

Caso o casal seja diagnosticado com infertilidade, as técnicas de reprodução humana assistida podem ajudar a realizar o sonho de ter um bebê.

Para isso, existem três técnicas principais:

• inseminação artificial (IA): também conhecida como inseminação intrauterina (IIU);
• relação sexual programada (RSP);
• fertilização in vitro (FIV).

As duas primeiras são de baixa complexidade. Já a FIV é de alta complexidade. Entenda como acontece a fecundação nessas técnicas.

Técnicas de baixa complexidade

As técnicas de baixa complexidade (IA e RSP) são indicadas para casos mais leves de infertilidade. A RSP é a mais simples delas e, como o nome indica, tem como objetivo programar o melhor período para intensificar as relações sexuais. Por isso, é adequada apenas quando o problema de infertilidade é feminino e os espermatozoides estão dentro dos parâmetros normais.

Já na IA, os espermatozoides podem ter pequenas alterações, quando, por exemplo, por algum motivo não conseguem chegar até o óvulo na tuba uterina. Nessa técnica, o sêmen é coletado e preparado para ser inserido diretamente no interior do útero durante o período fértil da mulher.

Na duas técnicas a mulher passa pela estimulação ovariana, procedimento realizado com medicamentos hormonais para estimular o desenvolvimento de mais folículos (já que no ciclo menstrual os ovários liberam apenas 1, que seria insuficiente para aumentar as chances de gravidez): quando mais óvulos maduros estão disponíveis, as chances de a fecundação ser bem-sucedida são maiores.

Portanto, nas técnicas de baixa complexidade de reprodução humana assistida, a fecundação acontece nas tubas uterinas.

Fecundação na fertilização in vitro (FIV)

A FIV é indicada para casos graves de infertilidade, tanto masculina quanto feminina. Nessa técnica, os óvulos são fertilizados em laboratório. Dessa maneira, quando os embriões são formados, iniciam o desenvolvimento em laboratório e permanecem em incubadoras especiais por até 6 dias, para posteriormente serem transferidos ao útero.

A fecundação, então, não acontece nas tubas uterinas, mas em laboratório. Para isso, óvulos e espermatozoides são anteriormente coletados e preparados. Assim, o tratamento com a FIV acontece em cinco etapas diferentes:

• estimulação ovariana e indução da ovulação: para estimular o desenvolvimento de mais folículos e obter uma quantidade maior de óvulos para serem fecundados. Por isso, diferentemente das técnicas de baixa complexidade, as dosagens hormonais utilizadas são maiores;
• aspiração folicular e preparo seminal: são procedimentos realizados para coleta e seleção dos gametas;
• fecundação em laboratório;
• cultivo dos embriões;
• transferência dos embriões ao útero.

Gravidez ectópica

A gravidez ectópica pode acontecer tanto na fecundação natural quanto nas técnicas de reprodução humana assistida, de alta e baixa complexidade. Nessa condição de risco para a saúde da mulher, o embrião se implanta em locais anormais em vez do endométrio, mais frequentemente nas tubas uterinas.

Isso acontece devido a diversas situações, como bloqueios tubários, que impedem sua passagem até o útero.

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