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Janela de implantação: o que é

por Dr. Augusto Bussab



"A implantação embrionária é uma das etapas mais importantes de todo o processo inicial da gestação, o que faz com que muitos casos de infertilidade conjugal sejam devido a fatores femininos relacionados à saúde do endométrio, decisiva para que a implantação aconteça. A fecundação em […]"
Janela de implantação: o que é

A implantação embrionária é uma das etapas mais importantes de todo o processo inicial da gestação, o que faz com que muitos casos de infertilidade conjugal sejam devido a fatores femininos relacionados à saúde do endométrio, decisiva para que a implantação aconteça.

A fecundação em si acontece nas tubas uterinas, quando um único espermatozoide consegue romper a zona pelúcida do óvulo e penetrar em seu meio intracelular, para a fusão dos materiais genéticos de ambas as células. Com isso, origina-se a primeira célula do embrião, precursora das demais células do bebê.

Nos primeiros dias após a fecundação, o embrião formado nas tubas é conduzido ao interior da cavidade uterina, onde precisa acomodar-se e fixar-se adequadamente para dar início à gestação. Todo o processo pelo qual o embrião passa para isso é chamado implantação embrionária.

A janela de implantação é, portanto, o tempo em que o endométrio está pronto para receber o embrião e este encontra-se também disponível para ser recebido.

Parece complicado? Acompanhe a leitura do texto a seguir e entenda melhor o que é a janela de implantação e sua importância para as mulheres, inclusive aquelas que estão em tratamento com as diversas técnicas de reprodução assistida.

O que é receptividade endometrial?

Para compreender melhor o que é a janela de implantação, vamos observar como o endométrio se prepara para receber o embrião após a fecundação, seja ela sediada pelas tubas uterinas ou conseguida com a FIV (fertilização in vitro).

Considera-se como preparo endometrial toda ação hormonal que torna o endométrio receptivo à implantação embrionária, ou seja, a fixação do embrião no útero e o início da gestação.

A cada ciclo reprodutivo, o endométrio se altera inicialmente pela ação estrogênica e, após a ovulação, pela ação da progesterona. Enquanto os estrogênios estimulam a multiplicação das células endometriais, tornando esse tecido mais espesso e vascularizado, o papel da progesterona é controlar a ação estrogênica, interrompendo a multiplicação celular e estruturando o endométrio.

Como as fases de maior liberação desses hormônios não são simultâneas, já que a progesterona só é produzida após a ovulação, o preparo endometrial é também realizado de forma gradual, e o endométrio só fica realmente receptivo ao embrião durante alguns dias de cada ciclo reprodutivo.

O que é janela de implantação?

Embora os conceitos de receptividade endometrial e janela de implantação possam ser confundidos, por estarem fortemente correlacionados, são aspectos diferentes que participam do início da gestação.

O período de janela de implantação corresponde especificamente ao período de maior receptividade do endométrio, dentro de todo o processo de preparo endometrial, ou seja, quando existem mais chances de, caso a fecundação ocorra, o embrião conseguir fixar-se no endométrio e dar início à gestação.

De forma geral, a implantação embrionária pode ser dividida em três fases:

  • Posicionamento: após a fecundação, o embrião começa a ser conduzido, com auxílio dos movimentos peristálticos tubários, em direção ao interior da cavidade uterina, onde deve encontrar o lugar ideal para a implantação embrionária;
  • Adesão: entre o 6º e o 7º dias após a fecundação, o embrião se fixa no endométrio, sem ainda romper a zona pelúcida resquicial do óvulo, que mantém as células embrionárias protegidas e unidas;
  • Invasão: nesse momento o embrião se encontra na fase de blastocisto, em que as células embrionárias e aquelas que formam os anexos (placenta, líquido amniótico e cordão umbilical) estão separadas em polos opostos. Nessa etapa, o embrião consegue romper a zona pelúcida e as células dos anexos embrionários penetram o endométrio, concluindo a implantação embrionária.

Para que a gestação tenha início, esses eventos precisam ocorrer dentro do período da janela de implantação, que em mulheres sem qualquer alteração relacionada à infertilidade tem duração entre 3 e 5 dias, normalmente entre os 19º e 21º dias do ciclo menstrual.

O que acontece se o embrião chegar ao útero fora da janela de implantação?

Algumas mulheres, especialmente aquelas que apresentam problemas genéticos relacionados à diminuição da secreção de progesterona ou do LH (hormônio luteinizante), que atua sobre o corpo-lúteo, podem apresentar a janela de implantação deslocada.

Isso significa que o momento em que o embrião chega ao endométrio, não coincide necessariamente com o auge do preparo endometrial, quando o útero está mais receptivo para auxiliá-lo no processo de implantação, levando à perda da gestação e, muitas vezes, a quadros de aborto de repetição.

É possível identificar a janela de implantação na reprodução assistida?

Especialmente quando a mulher com indicação para tratamentos de reprodução assistida já passou por episódios de abortos espontâneos anteriormente, sejam eles em gestações conseguidas por vias naturais, pela FIV ou pelas demais técnicas – RSP (relação sexual programada) e IA (inseminação artificial) –, a realização do ERA (Endometrial Receptivity Array) pode ser indicada.

O teste ERA consiste em aplicar a tecnologia de sequenciamento genético NGS (next generation sequencing) a uma amostra de tecido endometrial conseguida por biópsia, em um ciclo reprodutivo, que pode ser auxiliado por medicação à base de hormônios, e é monitorado por ultrassonografia transvaginal.

Com o sequenciamento genético é possível identificar o comportamento de muitos genes envolvidos com a secreção hormonal e o preparo endometrial, que apontam com mais precisão em que momento do ciclo reprodutivo o endométrio está pronto para sediar a implantação embrionária.

A indicação desse procedimento complementar à FIV aumenta as chances de gestação, melhorando a precisão com que se escolhe o momento ideal para a transferência dos embriões.

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