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O que é miométrio?

por Dr. Augusto Bussab



"O sistema reprodutor feminino é composto pelos ovários, tubas uterinas, útero e vagina. Para que a gravidez seja bem-sucedida esses órgãos devem cumprir adequadamente sua função no processo reprodutivo. Os ovários, por exemplo são responsáveis por liberar um óvulo a cada ciclo menstrual para ser […]"
O que é miométrio?

O sistema reprodutor feminino é composto pelos ovários, tubas uterinas, útero e vagina. Para que a gravidez seja bem-sucedida esses órgãos devem cumprir adequadamente sua função no processo reprodutivo.

Os ovários, por exemplo são responsáveis por liberar um óvulo a cada ciclo menstrual para ser fecundado pelo espermatozoide e originar um embrião. A fecundação acontece nas tubas uterinas, que ligam os ovários ao útero e são responsáveis pelo transporte do óvulo, dos espermatozoides e do embrião formado.

O útero é o maior órgão. Muscular e contrátil, é responsável por abrigar o embrião e feto em desenvolvimento até o nascimento. Diferentes eventos estão envolvidos nesse processo, do início da gravidez à expulsão do futuro bebê e o miométrio tem uma participação importante.

Para saber o que é miométrio e conhecer sua função na gravidez, continue a leitura deste texto até o final!

Entenda como o útero é o formado e o que é miométrio

Em formato de pera invertida, o útero é um órgão oco localizado na parte anterior da cavidade pélvica, acima da bexiga e em frente ao reto. Tem aproximadamente 7,5 cm de comprimento X 5 cm de largura, dimensões que são modificadas durante uma gravidez.

Possui três partes, o corpo do útero, mais dilatada, o fundo do útero, porção superior que recebe as tubas uterinas, e o colo do útero, extremidade estreita e inferior que se conecta à vagina.

Além disso, é dividido em três camadas de revestimento, o endométrio, a interna, o miométrio, a intermediária e o perimétrio, serosa que reveste o órgão externamente. As duas primeiras têm um papel importante no processo reprodutivo.

O endométrio, por exemplo, um tecido epitelial altamente vascularizado, é preparado pelos hormônio sexuais femininos estrogênio e progesterona durante os ciclos menstruais para receber um possível embrião. Nessa camada ele se implanta para dar início à gestação. Se não houver fecundação, descama originado a menstruação e um novo ciclo menstrual.

Enquanto o miométrio é a camada muscular do útero, formada por células de musculatura lisa que têm capacidade elástica e contrátil. Ou seja, possibilitam que órgão aumente de tamanho para acompanhar o feto em desenvolvimento e promovem as contrações durante o trabalho de parto auxiliando em sua expulsão.

As contrações uterinas também são fundamentais para expulsar a placenta após o parto e o sangue no período menstrual.

Durante a fase reprodutiva das mulheres algumas doenças uterinas podem afetar a função do miométrio, resultando, dessa forma, em infertilidade feminina.

Doenças que podem comprometer a função do miométrio

Duas doenças femininas podem afetar o miométrio durante a fase fértil das mulheres e comprometer a fertilidade. Os miomas uterinos, mais conhecidos pelo público em geral, e a adenomiose. Ambas são estrogênio-dependentes, ou seja, se desenvolvem motivadas pela ação desse hormônio.

Miomas são tumores benignos formados a partir do crescimento desordenado de uma única célula do miométrio, embora possam se desenvolver em todas as camadas uterinas.

Quando estão totalmente presentes no miométrio são chamados intramurais. Em tamanhos maiores podem distorcer a anatomia do útero dificultando ou impedindo o desenvolvimento da gravidez, resultando em abortamento.

Além disso, podem provocar sintomas que comprometem a qualidade de vida das mulheres portadoras, como dismenorreia, cólicas severas antes e durante a menstruação.

Até o momento a causa exata de miomas ainda permanece desconhecida, porém diferentes estudos apontam alguns fatores de risco, incluindo a genética, obesidade e diferença racial. Mulheres com parentes de primeiro grau com a doença, as de pele negra e as obesas têm mais chance de desenvolver esses tumores.

A adenomiose, por outro lado, tem como característica o crescimento de um tecido semelhante ao endométrio no miométrio. A presença do tecido anormal resulta em um processo inflamatório e na formação de pequenas bolsas no local, que, segundo estudos, podem causar uma hipermobilidade uterina e afetar o transporte dos espermatozoides até as tubas uterinas para fecundar o óvulo.

O processo inflamatório pode afetar também a foliculogênese, desenvolvimento e amadurecimento dos folículos ovarianos, resultando em distúrbios de ovulação, ou mesmo causar interferências na implantação do embrião, provocando abortamentos. Além de motivar o surgimento de sintomas igualmente prejudiciais para a qualidade de vida, como aumento do fluxo menstrual, dismenorreia e dor durante as relações sexuais (dispareunia).

No entanto, ambas geralmente têm tratamento, proporcionando do alívio dos sintomas à obtenção da gravidez quando há o desejo de engravidar.

Infertilidade e reprodução assistida

O tratamento primário de ambas as condições que afetam o miométrio pode ser realizado por medicamentos hormonais, quando os sintomas são mais leves e não há intenção de engravidar, ou por cirurgia, indicada se os sintomas forem mais graves ou se houver o desejo de maternidade. No caso dos miomas, é realizada para removê-los e corrigir as possíveis distorções na anatomia do útero.

Enquanto na adenomiose o objetivo é a remoção do tecido ectópico, entretanto, pode ser apenas realizada se ele ainda não invadiu profundamente o miométrio.

Quando a gravidez não é bem-sucedida após os tratamentos primários é indicada a fertilização in vitro (FIV), principal técnica de reprodução assistida para aumentar as chances. Na FIV, óvulos e espermatozoides são previamente coletados e selecionados para a fecundação, realizada em laboratório.

Posteriormente, os embriões formados se desenvolvem por alguns dias, também em laboratório, e são transferidos ao útero materno. Antes da transferência, o teste ERA, técnica complementar ao tratamento, pode ser feito para determinar o período mais receptivo.

O teste utiliza a tecnologia NGS, sequenciamento de nova geração, para analisar os genes envolvidos no ciclo endometrial, permitindo, assim, que o período de maior receptividade seja determinado com bastante precisão.

Há ainda a opção, em casos mais graves, de contar com o útero de substituição, outra técnica complementar em que os embriões são formados com os gametas dos pais e transferidos ao útero de uma mulher parente de até quarto grau dos pacientes.

Assim, mesmo quando essas doenças afetam o miométrio durante a fase fértil ainda é possível ter filhos com o tratamento adequado.

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