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O que é embrião?

por Dr. Augusto Bussab



"A reprodução humana tem um ponto inicial: o embrião. É aqui que começa todo o processo de desenvolvimento de um novo ser humano, por isso o embrião é tão importante. Na reprodução assistida, o embrião também é fundamental. Do encontro entre óvulo e espermatozoide ocorre […]"
O que é embrião?

A reprodução humana tem um ponto inicial: o embrião. É aqui que começa todo o processo de desenvolvimento de um novo ser humano, por isso o embrião é tão importante. Na reprodução assistida, o embrião também é fundamental.

Do encontro entre óvulo e espermatozoide ocorre a fecundação, processo em que o zigoto se forma e, logo depois, o embrião. Em que consiste, então, o embrião?

Muitos casais que buscam engravidar têm essas e outras dúvidas, inclusive em relação à diferença entre em embrião, zigoto e feto. Outro ponto é sobre a formação embrionária de forma natural e na reprodução assistida com a técnica de fertilização in vitro (FIV).

Este texto esclarece sobre o embrião, destacando detalhes do seu desenvolvimento no decorrer da gestação. Continue a leitura e entenda mais sobre o assunto!

O que é embrião e como se desenvolve durante a gestação?

Com a fecundação, há a formação do zigoto, célula primordial do futuro ser humano, que representa a fusão das membranas plasmáticas dos gametas masculino e feminino. O zigoto sofre sucessivas divisões celulares até se transformar em embrião.

Após sua formação, por meio de contrações das tubas uterinas, ele é direcionado ao útero. Esse percurso leva alguns dias. Nesse processo, ele começa a se dividir (processo denominado clivagem), resultando em células denominadas blastômeros. No quarto dia após sua formação, já há, no mínimo, 16 blastômeros, fase em que recebe o nome de mórula e se aproxima do útero.

No quinta dia, o embrião atinge a etapa de blastocisto, quando geralmente chega ao útero e busca se implantar no endométrio. Já implantado, a camada de células denominada trofoblasto tem a função de auxiliar na formação da placenta.

É por esse canal que o embrião consegue ter os nutrientes de que precisa, pois a camada uterina é vascularizada. Nessa etapa, portanto, a placenta já começa a ser formada.

Depois de três a quatro semanas da fecundação, o embrião já se desenvolveu um pouco mais. Nesse período começa a formação dos principais órgãos do sistema circulatório, digestório e nervoso. Além disso, o coração já tem batimentos.

Após cinco semanas, tem contrações musculares, além de começar a desenvolver braços e pernas. O embrião passa a ser chamado de feto por volta da 8ª semana após a fecundação.

Qual é a diferença entre zigoto, embrião e feto?

As denominações utilizadas no processo de reprodução humana podem confundir as pessoas e isso é natural. Zigoto é a célula primordial que se forma no momento da fecundação, ou seja, quando o espermatozoide penetra no óvulo.

Ele tem 46 cromossomos, sendo 23 deles da mãe e 23 do pai. Alterações nessa quantidade podem levar ao desenvolvimento, por exemplo, de síndromes, como a síndrome de Down, que é caracterizada pela presença de 3 cromossomos 21, por isso é chamada trissomia do 21.

Logo após sua formação, passa por divisões celulares, transformando-se, dessa forma, em embrião. A fase embrionária dura 8 semanas. Depois disso, o embrião passa a ser chamado de feto. Assim, a fase fetal é a que corresponde ao maior período da gestação.

É claro que estamos falando de uma nomenclatura científica, pois, para os pais, a partir do momento da descoberta da gravidez, o ser vivo formado será sempre chamado de bebê.

Como é a formação do embrião na reprodução assistida?

Na FIV, o embrião também é formado a partir da fecundação, porém esse processo acontece em laboratório após a coleta e seleção dos melhores gametas. Depois de formado, ele se desenvolve por alguns dias em laboratório especializado e controlado e depois é transferido ao útero.

Para que esse processo ocorra, o tratamento é realizado em cinco etapas. Veja abaixo de forma resumida o que acontece em cada uma delas:

  • estimulação ovariana: etapa realizada com hormônios para estimular o crescimento dos folículos, posteriormente induzidos ao amadurecimento também com medicamentos hormonais;
  • punção folicular e preparo seminal: depois de estimulado o amadurecimento dos folículos, mas antes de seu rompimento, o que levaria à ovulação, os folículos maduros são aspirados por punção folicular, pois o líquido em seu interior é o que guarda o óvulo, e esse líquido é encaminhado ao laboratório para a separação e seleção dos óvulos para fecundação – enquanto isso, o homem coleta o sêmen, que passa pelo preparo seminal para seleção dos espermatozoides;
  • fecundação: hoje, geralmente a fecundação é realizada por injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), em que cada espermatozoide é injetado dentro de cada óvulo disponível – é utilizado apenas um único espermatozoide para cada óvulo;
  • cultivo embrionário: os embriões formados na fecundação se desenvolvem por alguns dias em laboratório durante os processos iniciais de divisão celular até serem transferidos;
  • transferência embrionária: a transferência para o útero pode ser realizada em duas etapas de desenvolvimento, D3 ou D5 (blastocisto), e isso depende das características do casal.

Após a transferência do embrião, é esperado que a implantação (nidação) ocorra naturalmente para que a gravidez possa, de fato, iniciar.

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