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O que é adenomiose?

por Dr. Augusto Bussab



"A adenomiose ocorre quando o tecido que normalmente reveste o útero (tecido endometrial) cresce na parede muscular do útero (miométrio). A parede do útero é relativamente espessa e composta por três camadas, o endométrio, o miométrio e o perimétrio. O endométrio é a camada interna, […]"
O que é adenomiose?

A adenomiose ocorre quando o tecido que normalmente reveste o útero (tecido endometrial) cresce na parede muscular do útero (miométrio).

A parede do útero é relativamente espessa e composta por três camadas, o endométrio, o miométrio e o perimétrio. O endométrio é a camada interna, formada por tecido epitelial altamente vascularizado. O miométrio, a intermediária, é formado por três camadas de tecido muscular liso e o perimétrio, a externa, por tecido conjuntivo.

Na adenomiose, as células que normalmente originam o endométrio também crescem no miométrio. De acordo com a localização das lesões, é classificada como superficial, intermediária ou profunda.

Apesar de a condição ser benigna, em alguns casos, pode causar infertilidade.

Entenda melhor a adenomiose neste texto. Ele aborda as causas, sintomas, diagnóstico e tratamento, entre eles a FIV (fertilização in vitro).

Quais são as causas da adenomiose?

O útero é um órgão oco e em formato de pera invertida, responsável pela implantação e desenvolvimento do embrião até o momento do nascimento. Qualquer alteração uterina, portanto, pode comprometer o desenvolvimento da gestação.

A adenomiose pode ser focal, quando um foco ou vários se desenvolvem em um ponto específico do miométrio, ou difusa, se eles se espalharem. Na maioria dos casos, entretanto, ocorre na camada muscular da parede posterior do útero.

Embora as causas de adenomiose ainda sejam desconhecidas, algumas teorias surgiram para tentar explicar o problema. A mais aceita sugere que ela resulta da invasão direta do endométrio no miométrio. Outras, no entanto, especulam que ela pode surgir como resultado de cirurgias, inclusive o parto, ou que a invasão das células pode ocorrer ainda durante a formação do feto.

Alguns fatores de risco contribuem para o desenvolvimento da condição:

  • Menarca precoce;
  • Realização de várias cesarianas;
  • Cirurgias uterinas;
  • Ciclos menstruais curtos.

Quais são os sintomas de adenomiose?

O tecido deslocado, assim como o endométrio, é influenciado pela ação hormonal durante o ciclo menstrual, desde o espessamento à descamação. Por isso, quando causa sintomas, eles são semelhantes, porém mais intensos, aos que ocorrem no período menstrual.

Em muitos casos, entretanto, a adenomiose é assintomática ou apenas provoca um desconforto leve.

Os principais sintomas de adenomiose são:

  • Sangramento menstrual intenso ou prolongado;
  • Cólicas menstruais severas e agudas;
  • Dor pélvica crônica;
  • Sangramento entre períodos menstruais;
  • Dor durante as relações sexuais;
  • Pressão abdominal e inchaço.

É importante procurar auxílio médico se houver sangramento prolongado, por mais de dois meses consecutivos, intenso e acompanhado de cólicas severas, que interferem nas atividades do dia a dia.

Como a adenomiose é diagnosticada?

Por ser comumente confundida com outras patologias femininas, entre elas miomas e endometriose, que também são dependentes de hormônios, o diagnóstico de adenomiose é feito por exclusão.

Além da manifestação de sintomas, o exame pélvico pode revelar o útero aumentado e sensível. Posteriormente são realizados exames de imagem, para confirmar a presença dos focos.

Ultrassonografia transvaginal: possibilita indicar a presença de focos, porém eles podem ser confundidos com miomas uterinos.

Ressonância magnética: mais sensível, proporciona a detecção de alterações no miométrio e se há espaçamento ou irregularidades da zona juncional (limite entre o miométrio e o endométrio), que pode ocorrer quando a adenomiose é difusa.

Histeroscopia ambulatorial: realizada com a utilização de um histeroscópio, tubo ótico com sistema de iluminação e câmera acoplada, com transmissão em tempo real para um monitor, possibilita uma visualização mais detalhada da cavidade uterina e a exclusão mais fácil de outras condições que podem provocar sintomas semelhantes.

Biópsia endometrial: para verificar se o sangramento anormal não está associado a neoplasias.

O diagnóstico classifica a adenomiose como superficial, intermediária ou profunda, de acordo com as camadas de músculo afetadas e o tamanho dos fragmentos. A avaliação definitiva, entretanto, é apenas possível nos casos em que o útero é removido, quando uma análise mais criteriosa pode ser realizada.

Qual o tratamento indicado para adenomiose?

Como a adenomiose tende a desaparecer após a menopausa, a necessidade de tratamento considera a idade da paciente.

Medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) são prescritos para aliviar a dor e inflamação.

Nos casos em que os períodos menstruais se tornam ainda mais dolorosos ou intensos, podem ser controlados por terapias hormonais, como anticoncepcionais orais de uso contínuo ou dispositivos intrauterinos (DIU), que geralmente reduzem ou cessam o sangramento menstrual, aliviando os sintomas e estimulando a diminuição das lesões que se formaram.

Quando a adenomiose não penetrou profundamente, o tratamento cirúrgico por ablação endometrial possibilita a eliminação do tecido ectópico e alívio dos sintomas.

Se ela for profunda, por outro lado, ou provocar sintomas mais intensos e a mulher não tiver intenção de engravidar, a indicação é a histerectomia, retirada total do útero.

Adenomiose e fertilização in vitro (FIV)

Mesmo que nem sempre a adenomiose provoque infertilidade, quando isso acontece o tratamento indicado para garantir maiores chances de sucesso gestacional é a FIV.

A adenomiose pode influenciar a fertilidade, principalmente ao causar disfunções na zona juncional, provocando dificuldades para implantação do embrião.

Uma das técnicas complementares à FIV, o teste ERA, possibilita analisar o ciclo endometrial e determinar com precisão o melhor momento de receptividade endometrial para a transferência do embrião, minimizando os efeitos causados pela adenomiose na falha de implantação do embrião.

Além disso, medicamentos hormonais também são utilizados para auxiliar na regulação dos níveis hormonais durante a etapa de transferência. Após a implantação do embrião, a adenomiose não prejudica o desenvolvimento da gestação, ao mesmo tempo que não representa risco para mãe ou para o feto.

A ausência de sangramento também estimula a diminuição das lesões durante o período gestacional, que é acompanhado, até o nascimento, pelo médico responsável pela reprodução assistida.

Considerada a principal técnica de reprodução assistida, a FIV tem apresentado taxas de sucesso cada vez maiores.

Ainda tem alguma dúvida sobre adenomiose? Deixe um comentário e teremos prazer em esclarecê-la!

 


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