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Criopreservação: o que é e como é utilizada na reprodução assistida?

por Dr. Augusto Bussab



"A criopreservação é uma técnica utilizada na reprodução assistida e que beneficia milhares de pessoas todos os anos, uma vez que dá a elas mais poder decisório e de planejamento sobre sua fertilidade. Prevê o congelamento de materiais biológicos, tais como gametas e embriões, permitindo, […]"
Criopreservação: o que é e como é utilizada na reprodução assistida?

A criopreservação é uma técnica utilizada na reprodução assistida e que beneficia milhares de pessoas todos os anos, uma vez que dá a elas mais poder decisório e de planejamento sobre sua fertilidade.

Prevê o congelamento de materiais biológicos, tais como gametas e embriões, permitindo, inclusive, a preservação da fertilidade. A técnica mais utilizada para isso atualmente é a vitrificação, um tipo de congelamento ultrarrápido que não danifica as células criopreservadas.

A decisão de congelar materiais biológicos pode estar relacionada com diversos eventos de saúde, sociais e, até mesmo, com a doação de gametas.

A criopreservação, portanto, é uma forma de auxiliar pessoas na resolução de diversos tipos de problemas reprodutivos, por isso, é particularmente utilizada nas técnicas de reprodução assistida, consideradas o tratamento padrão para infertilidade, feminina e masculina.

Tais problemas, uma vez identificados, podem desencadear grande sofrimento psicológico e físico a centenas de homens e mulheres que, em algum momento da vida, planejaram ou tentaram ter um filho.

Quer saber mais sobre a criopreservação e a reprodução assistida? Continue a leitura do texto!

Em quais situações podemos utilizar a criopreservação?

Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), órgão que regulamenta a reprodução assistida no Brasil, a criopreservação pode ser aplicada nas seguintes situações:

Criopreservação para preservação social da fertilidade

Quando se trata da preservação social da fertilidade, a indicação de criopreservação de gametas é, principalmente, direcionada a mulheres.

Com o avanço da idade a reserva ovariana, quantidade de folículos que contêm os óvulos imaturos presentes nos ovários, tende a diminuir, uma vez que não são renováveis como os gametas masculinos, cuja a produção acontece durante toda da vida a partir da puberdade, ainda que a qualidade seja menor com o passar dos anos.

Quando se trata da preservação social da fertilidade, devemos observar e analisar as transformações sociais, a vontade da mulher, a construção do seu espaço e, assim, a intenção de gestação.

A gravidez, antes comum a mulheres jovens, se tornou cada vez mais tardia, conforme as mudanças sociais ocorreram. E, sendo mais tardia, a redução dos folículos deve ser levada em consideração.

Diante desses fatores, a criopreservação é uma alternativa ética e responsável, uma vez que envolve o congelamento de óvulos, tornando possível, dessa forma, armazená-los para o momento que a gestação passa a se tornar viável psicológica e socialmente para a mulher.

O CFM, entretanto, determina que os óvulos devem ser congelados no máximo até os 35 anos, quando os níveis da reserva ovariana ainda estão mais altos.

Homens que optaram pela cirurgia de vasectomia algumas vezes também recorrem à criopreservação para garantir que possam ter um filho no futuro.

A criopreservação, portanto, permite um maior planejamento familiar e a obtenção da gravidez, quando houver o desejo, pela fertilização in vitro (FIV), principal técnica de reprodução assistida.

Criopreservação para preservação oncológica da fertilidade

Com a evolução das técnicas de tratamento oncológico, a sobrevida aumentou e é possível viver normalmente após a finalização na maioria dos casos. No entanto, esses tratamento resultam geralmente em grande perda das células reprodutivas e, diante disso, em infertilidade.

A criopreservação é uma forma de assegurar a uma pessoa ou a um casal a oportunidade de terem filhos biológicos com a FIV posteriormente ao tratamento de câncer. Podem ser preservados óvulos, espermatozoides ou embriões. No entanto, a preservação deve ser feita antes de o tratamento iniciar.

A criopreservação como viabilização da doação de gametas

Solidariedade é o que marca a doação de gametas, sejam eles femininos ou masculinos, possibilitando que homens e mulheres possam, um dia, ter filhos, mesmo se forem inférteis.

Mulheres até 35 anos com a saúde confirmada por exames, podem doar seus óvulos para as com problemas de fertilidade, que impedem a gravidez com gametas próprios.

O processo também pode ocorrer quando houver óvulos excedentes na FIV, assim como ser compartilhado por aquelas que estão em tratamento: a receptora, nesse caso, assume parte dos custos do tratamento da doadora.

É preciso ter em vista que o procedimento de doação de óvulos não traz qualquer prejuízo para a saúde da doadora e contribui enormemente com a vida da receptora infértil, possibilitando a sua gravidez. Da mesma forma que é fundamental para que casais homoafetivos masculinos possam ter filhos.

Já com relação à doação de espermatozoides, o processo é bastante semelhante ao que a mulher doadora enfrenta, com a realização de diferentes exames para confirmar a saúde, como o rastreio de infecções sexualmente transmissíveis (IST) e doenças genéticas.

Porém, não envolve a estimulação ovariana, procedimento em que a mulher recebe medicamentos hormonais para estimular o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos, obtendo, assim, mais óvulos para serem congelados.

O CFM também determina a idade máxima para a doação de espermatozoides: até 50 anos.

O que pode ser submetido à criopreservação?

Segundo o determinação do CFM, podem ser submetidos ao processo de congelamento:

Sêmen

Indicado para pacientes que vão passar pelo tratamento contra o câncer e que desejam utilizar seus gametas para a fecundação em momento futuro (preservação oncológica), para os que irão se submeter a uma vasectomia, em alguns casos, e, ainda, para a doação.

Óvulos

Indicada para a preservação social da fertilidade, bem como para a oncológica. Por fim, também pode ser considerada para a doação.

Embriões

Casais em união estável podem optar por congelar os embriões em vez de óvulos e espermatozoides, quando o objetivo é a preservação social ou oncológica.

Além disso, quando há embriões excedentes no tratamentos por FIV, o que é bastante comum, eles podem ser criopreservados para uso no futuro. Nesse caso, de acordo com CFM, podem permanecer armazenados por até três anos, depois devem ser descartados ou doados.

Quer saber mais sobre criopreservação? Toque aqui e conheça a contribuição da técnica para a vida reprodutiva feminina.


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