Como saber se tenho prostatite?

A função de cada órgão que compõe o sistema reprodutor humano é essencial para o sucesso gestacional.

A próstata é um dos órgãos do sistema reprodutor masculino, composto ainda pelos testículos, epidídimos, ductos deferentes, ductos ejaculatórios, vesículas seminais, glândulas bulbouretrais, bolsa testicular e pênis.

É uma glândula situada entre a pélvis e a bexiga, em frente ao reto, cujo desenvolvimento se inicia na puberdade, estimulado pela testosterona, principal hormônio masculino.

Sua principal função é produzir o líquido prostático que vai compor o sêmen, substância expelida na ejaculação responsável por abrigar os espermatozoides, gametas masculinos com os genes do homem, e facilitar seu transporte no organismo das mulheres para fecundar os óvulos, gametas femininos com os genes.

Prostatite é uma condição que afeta a próstata interferindo em sua função, resultando, muitas vezes, em infertilidade masculina.

Continue a leitura do texto até o final para saber se a prostatite está presente e conhecer as consequências provocadas pela condição. Confira!

Prostatite

Prostatite é a inflamação da próstata, condição em que os quadros podem ser dolorosos e interferir na saúde geral e reprodutiva. É classificada em diferentes tipos pelos órgãos de saúde mundiais, porém a mais associada a complicações, incluindo alterações na fertilidade, é a bacteriana.

A prostatite bacteriana é inicialmente aguda, se manifesta subitamente, geralmente como consequência de infecções urinárias, uma vez que a próstata está localizada próxima ao trato urinário, resultado da disseminação das bactérias que invadem a glândula.

As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como clamídia e gonorreia, provocadas respectivamente pelas bactérias Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, são a causa mais frequentemente associada ao problema.

Se não for adequadamente tratada, evolui para prostatite bacteriana crônica, tipo que pode interferir na capacidade reprodutiva dos homens.

Além disso, pode resultar em abscessos na próstata e se as bactérias se espalharem afetar ou outros órgãos, como epididimite, inflamação do epidídimo, ducto em que os espermatozoides amadurecem após serem produzidos formando a cauda, e, orquite, inflamação dos testículos, órgãos em que a produção acontece.

Uma das formas de reconhecer a prostatite é observar os sintomas que podem ser causados pela condição.

Principais sintomas da prostatite

O processo inflamatório estimula o crescimento anormal da próstata, provocando a manifestação de diferentes sintomas de acordo com cada tipo, incluindo infertilidade. Os sintomas da prostatite bacteriana aguda também manifestam subitamente e em maior severidade. Os mais comuns incluem:

• micção urgente e frequente, inclusive durante o sono;
• presença de sangue na urina;
• sensação de ardor ao urinar;
• retenção urinária, dificuldade para iniciar o fluxo, fluxo fraco ou interrompido;
• incapacidade de urinar;
• dores na região inferior do abdome, costas, virilha e região genital;
• náuseas e vômito;
• febre e calafrios.

A percepção de qualquer sintoma, isoladamente ou em associação, indica a necessidade de procurar um especialista com urgência. Diagnóstico e tratamento precoces, evitam a evolução do quadro.

A prostatite bacteriana crônica, por outro lado, apesar de causar sintomas semelhantes eles são mais discretos e não há manifestações como náuseas ou vômitos, febre e calafrios. Assim, a infertilidade se torna o sintoma mais importante a ser observado.

A infecção da próstata compromete a quantidade e qualidade do líquido prostático, que corresponde a cerca de 20-30% do sémen e tem em sua composição zinco e importantes enzimas que contribuem com a nutrição dos espermatozoides, bem como sua característica alcalina os protege da acidez natural da vagina.

Essas alterações resultam na diminuição do volume do sêmen e, consequentemente em baixa concentração de espermatozoides (oligozoospermia), bem como interferem na qualidade dos gametas, dificultando ou impedindo a gravidez.

Quando as bactérias se espalham para outros órgãos, os danos podem ser ainda maiores. Nos epidídimos, a inflamação prejudica o amadurecimento final dos espermatozoides provocando danos estruturais e pode levar à formação de aderências que impedem o transporte: durante o estímulo sexual, são transportados aos ductos deferentes, ejaculatórios, lançados na uretra e expelidos pelo pênis na ejaculação.

Nos testículos, por sua vez, ao mesmo tempo que comprometem o processo de produção podem igualmente afetar a qualidade. Ambas as condições, podem resultar em quadros de oligozoospermia ou azoospermia, ausência total de espermatozoides no sêmen.

Diagnóstico da prostatite

O diagnóstico da prostatite inicia na primeira consulta, em que é feito o acolhimento dos sintomas e o exame reto-digital, quando podem ser identificadas alterações como inchaço e sensibilidade.

Posteriormente, são realizados exames laboratoriais e de imagem, que confirmam a inflamação, presença de bactérias, alterações e danos na glândula.

Entre os laboratoriais estão os de sangue, que analisa os níveis de PSA, um antígeno prostático específico que aumenta com a inflamação, bem como permite determinar a presença de bactérias o tipo; de urina, que determina se a prostatite resulta de infecções urinárias, apontando o tipo e o espermograma, exame que avalia a fertilidade masculina, indicando anormalidades no sêmen e nos espermatozoides.

Já os de imagem mais frequentemente solicitados são a ultrassonografia da próstata, a ressonância magnética (RM) e a tomografia computadorizada.

Em alguns casos a biópsia das células prostáticas pode ser também solicitada para confirmar a inflamação e excluir a incidência de neoplasias.

Os achados clínicos e resultados diagnóstico são, portanto, a forma de saber se a prostatite está presente e orientam o tratamento mais adequado em cada caso.

Tratamento e reprodução assistida

O tratamento da prostatite bacteriana é feito por antibióticos, prescritos de acordo com o tipo, por anti-inflamatórios não esteroides para inflamação e dor e, nos casos em que há dificuldades de micção, são administrados medicamentos alfa-bloqueadores.

Quando os danos provocados pela prostatite forem mais severos resultando em infertilidade, se não for possível engravidar após os tratamentos primários, dias técnicas de reprodução assistida podem ajudar a ter filhos biológicos, a inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV) com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide).

A IA é de baixa complexidade, por prever a fecundação de forma natural, nas tubas uterinas. Por isso, é indicada para casos mais simples, como pequenas alterações na qualidade dos gametas, uma vez que eles são selecionados por técnicas de preparo seminal e os melhores são inseridos em um cateter e depositados no útero da parceira durante o período fértil, encurtando o caminho até as tubas.

A FIV com ICSI, por outro, técnica de alta complexidade, é indicada para os casos severos. Prevê a fecundação e o desenvolvimento inicial dos embriões em laboratório, posteriormente transferidos diretamente ao útero materno.

Os melhores espermatozoides também são previamente selecionados pelo preparo seminal. Durante a fecundação, cada um é novamente avaliado e injetado diretamente no citoplasma do óvulo. O método aumenta as chances de sucesso quando há baixa concentração de gametas no sêmen (oligozoospermia).

Se o quadro for de azoospermia, eles podem ser coletados diretamente dos epidídimos ou testículos, submetidos ao preparo seminal e usados na fecundação.

No entanto apesar dos resultados positivos proporcionados pelas técnicas, a inflamação deve estar totalmente curada antes de o tratamento iniciar.

Quer saber mais sobre a infertilidade masculina e doenças que podem resultar no problema? Toque aqui!

---