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Como saber se tenho clamídia?

por Dr. Augusto Bussab



"As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), anteriormente conhecidas como doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), voltaram a se tornar atualmente um problema de saúde pública mundial, o que foi motivado pelos hábitos das sociedades contemporâneas. Entre elas, a clamídia se destaca como a mais prevalente no mundo todo […]"
Como saber se tenho clamídia?

As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), anteriormente conhecidas como doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), voltaram a se tornar atualmente um problema de saúde pública mundial, o que foi motivado pelos hábitos das sociedades contemporâneas.

Entre elas, a clamídia se destaca como a mais prevalente no mundo todo e pode afetar pessoas sexualmente ativas de qualquer idade, embora a incidência seja maior entre a população jovem, com até 24 anos.

A clamídia, assim com outras ISTs, pode ter diferentes efeitos negativos na saúde em geral ou reprodutiva, resultando, muitas vezes, em infertilidade feminina ou masculina.

Assim, é fundamental ter atenção aos possíveis sintomas manifestados, uma das formas de identificá-la, e procurar auxilio médico com urgência se houver qualquer suspeita. Quando diagnosticada e tratada precocemente é facilmente curada, os danos surgem com a permanência da infecção.

Descubra, neste texto, como saber se a clamídia está presente e conheça mais detalhes dessa IST. Continue a leitura até o final e confira!

O que é clamídia?

Conhecida na literatura médica como doença oculta por se assintomática em boa parte dos casos, a clamídia é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, transmitida pelo sexo desprotegido com pessoas contaminadas. Principalmente pelo vaginal ou anal, embora a transmissão possa ocorrer também pelo sexo oral, compartilhamento de objetos sexuais e pelo contato com as secreções contaminas, mesmo que não exista penetração.

A característica assintomática da clamídia torna a infecção facilmente disseminada, por isso, costuma ocupar o primeiro lugar no ranking entre as ISTs mais comuns, como por exemplo a gonorreia, que pode, inclusive, ocorrer em associação.

Ainda que possa afetar homens e mulheres de qualquer idade, os dados epidemiológicos sobre a clamídia registram uma prevalência maior entre as mulheres jovens, assim como os órgãos de saúde consideram alguns grupos como de maior risco, incluindo jovens entre 15 e 24 anos, independentemente da opção sexual, pessoas com mais de uma parceria sexual, pessoas com novas parcerias sexuais e as que possuem histórico de outras ISTs.

Apesar de a clamídia ser facilmente tratada quando é diagnosticada precocemente, a permanência da infecção pode provocar vários problemas, incluindo dificuldades reprodutivas.

A principal consequência, em ambos os sexos, é a doença inflamatória pélvica (DIP), que causa a inflamação dos órgãos reprodutores, processo que leva à formação de aderências e diferentes complicações.

Nas mulheres, pode resultar em ooforite, inflamação dos ovário, cujas aderências resultantes do processo inflamatório podem impedir a liberação do óvulo durante os ciclos menstruais, o afetar sua saúde. Em salpingite, quando atinge as tubas uterinas, causando obstruções com a formação de aderência, impedindo o transporte do óvulo, espermatozoide e, dessa forma, a fecundação.

Se atingir o útero, pode causar endometrite, inflamação do endométrio, camada que reveste o útero internamente na qual o embrião se implanta para dar início à gestação. O processo inflamatório pode interferir no preparo endometrial e, nesse caso, ocorrem falhas na implantação e abortamento.

Na gravidez, também oferece riscos, como parto prematuro, bem como pode resultar em gravidez ectópica, quando o embrião se implanta fora do útero, geralmente em uma das tubas uterinas, além de ser transmitida ao filho durante o parto e amamentação, provocando muitas vezes conjuntivite neonatal, que se não for adequadamente tratada causa cegueira.

A DIP nos homens, por outro lado, pode causar orquite, inflamação dos testículos, interferindo na espermatogênese, processo em que os espermatozoides são produzidos e na qualidade desses gametas. Ou epididimite, inflamação dos epidídimos, ductos em que os espermatozoides são armazenados após a produção; as aderências resultantes do processos inflamatório tendem a causar obstruções, inibindo transporte dos espermatozoides até as tubas uterinas e, assim, a fecundação.

As duas situações podem resultar em oligozoospermia, baixa concentração de espermatozoides no sêmen, ou azoospermia, ausência total, condições comuns de infertilidade masculina.

Ser infectado pela bactéria pela bactéria Chlamydia trachomatis aumenta, ainda, o risco para ocorrência de outras ISTs, incluindo o HIV, vírus que provoca a AIDS.

Como saber se tenho clamídia?

Mesmo sendo silenciosa em boa parte dos casos, os possíveis sintomas da clamídia são uma das formas de identificar a infecção. Quando estão presentes, costumam se manifestar cerca de 15 dias após a infecção. Micção urgente e frequente, queimação e dor ao urinar são comuns a homens e mulheres, além da infertilidade, outros incluem:

Nos homens

  • secreção peniana aquosa e leitosa;
  • dor inchaço e sensibilidade nos testículos;
  • irritação no ânus;
  • sangramento retal.

Nas mulheres

  • corrimento amarelado e com odor forte;
  • sangramento entre os períodos menstruais;
  • dor abdominal;
  • dor após as relações sexuais;
  • inchaço na vagina e ao redor do ânus;
  • febre baixa.

Para confirmar a presença da bactéria Chlamydia trachomatis podem ser realizados testes de urina, de sangue e análise das secreções.

O quadro de infertilidade é definido apenas após pelo menos um ano de tentativas malsucedidas de engravidar. Nesse caso, geralmente são solicitados os exames iniciais que avaliam a fertilidade masculina e feminina, espermograma e testes de avaliação da reserva ovariana.

A única forma de prevenir a clamídia e outras ISTs é o uso de preservativos de barreira, as camisinhas masculinas ou femininas em todas as relações sexuais.

Tratamento e reprodução assistida

O tratamento da clamídia é realizado por antibióticos em ciclos curtos ou longos. Para evitar a reinfecção, que agrava os danos provocados, a parceria sexual também deve ser investigada e tratada, mesmo que não exista a manifestação de nenhum sintoma.

Os antibióticos, entretanto, promovem a cura, porém não reparam os danos causados pela clamídia. Assim, nos casos em que houve a evolução para processos inflamatórios com aderências elas devem ser removidas por cirurgia.

A fertilidade geralmente é restaurada após o tratamento e na maioria dos casos é possível engravidar naturalmente. Se isso não acontecer, a reprodução assistida pode auxiliar.

A principal técnica indicada nesses casos é a fertilização in vitro com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que a fecundação é realizada em laboratório, precedida da coleta e seleção dos melhores óvulos e espermatozoides, contornando possíveis problemas de qualidade dos gametas.

Durante o processo, cada espermatozoide é injetado diretamente no citoplasma do óvulo, como as tubas uterinas não têm nenhuma função, obstruções tubárias provocadas pelas aderências são igualmente contornadas, assim como problemas de baixa concentração de espermatozoides no sêmen (oligozoospermia).

Se os espermatozoides não estiverem presentes no sêmen, por outro lado, eles podem ser recuperados diretamente dos epidídimos ou dos testículos por métodos de recuperação espermática.

Os embriões formados na fecundação são cultivados por até seis dias em laboratório e posteriormente transferidos ao útero materno.

A FIV, portanto, soluciona os principais problemas de infertilidade provocados pela clamídia, permitindo a gravidez quando a infecção provoca danos mais graves à saúde reprodutiva.

Siga o link e conheça outras doenças que podem resultar em infertilidade masculina!


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