A saúde do sistema reprodutivo é fundamental para a conservação da fertilidade feminina. É aconselhável que todas as mulheres, especialmente após a puberdade e inÃcio da vida sexual, consultem-se com ginecologistas pelo menos uma vez ao ano, mesmo na ausência de qualquer sinal de doença.
Isso porque muitas comorbidades do sistema reprodutivo são assintomáticas, especialmente em suas fases iniciais, e as consultas de rotina são fundamentais para que o diagnóstico possa ser feito precocemente, aumentando as chances de cura.
As consultas ginecológicas de rotina acompanham a saúde reprodutiva da mulher também por meio da análise de exames, cujo objetivo é constatar que está realmente tudo bem.
O exame clÃnico é o primeiro deles. Nele, o ginecologista avalia a sensibilidade do canal vaginal e colo de útero durante o exame de toque, que também pode constatar a presença de massas e nodos nessa região.
Os principais exames de imagem solicitados nas consultas de rotina são as ultrassonografias pélvicas suprapúbica e transvaginal, que podem diagnosticar miomas, pólipos, SOP (SÃndrome dos ovários policÃsticos), endometriose, entre outras doenças ginecológicas que produzam alterações na morfologia dos órgãos reprodutivos.
A mamografia passa a ser um exame de imagem solicitado na consulta de rotina para mulheres a partir dos 40 anos, quando as chances de desenvolver câncer de mama são maiores.
Entre os principais exames laboratoriais solicitados rotineiramente nas consultas anuais, estão os exames de sangue, especialmente aqueles com rastreio para ISTs (infecções sexualmente transmissÃveis) e outras infecções, exame de urina e o papanicolau.
O papanicolau destaca-se por ser um exame preventivo por excelência, central para o rastreio de câncer de colo de útero, vaginites e outras infecções.
A partir da menopausa, também os exames de dosagem hormonal podem ser feitos de forma rotineira, para acompanhar as oscilações tÃpicas do perÃodo, permitindo inclusive o delineamento de tratamentos com terapia hormonal, que possam aliviar os sintomas da menopausa.
Quer saber mais sobre como é feito o exame de papanicolau ou exame preventivo? Continue a leitura!
O que é o papanicolau?
O papanicolau é um exame ginecológico que avalia a composição das células e tecidos do cérvix (colo do útero) e do canal vaginal.
Muito conhecido por ser um dos principais exames empregados na prevenção do câncer de colo de útero, o papanicolau deve ser feito anualmente.
As mulheres a quem se recomenda este exame são aquelas que já entraram em seus perÃodos reprodutivos (a partir da menarca, a primeira menstruação) e já deram inÃcio à s suas vidas sexuais.
Como é feito o papanicolau?
O papanicolau começa com a coleta do material biológico localizado no colo do útero e que será posteriormente submetido a uma biópsia especÃfica.
Para a coleta, a mulher deve sentar-se em posição ginecológica enquanto o médico usa um espéculo para aumentar o diâmetro do canal vaginal e, assim, acessar o colo do útero.
É importante que a mulher tente relaxar a musculatura pélvica para que o exame cause o menor desconforto possÃvel, porém muitas mulheres ainda reclamam de incômodos ou dores leves nessa etapa do exame.
Com ajuda de uma espátula, o médico então faz uma espécie de raspagem na superfÃcie do colo do útero, coletando material biológico.
Esse material biológico deve conter não somente as células dessa região do útero, mas também qualquer tipo de material biológico que esteja presente, o que inclui fungos, bactérias e vÃrus.
O material coletado segue então para o laboratório de análises clÃnicas, que avalia tanto a composição precisa das células locais quanto a presença de agentes infecciosos.
Por que fazer o papanicolau?
O exame de papanicolau deve ser solicitado ao menos uma vez por ano, para todas as mulheres em idade fértil e com uma vida sexual ativa.
Essa frequência, porém, deve aumentar quando a mulher chega aos 35-40 anos e a atividade metabólica do sistema reprodutivo passa a manifestar as alterações tÃpicas da menopausa.
O papanicolau é o exame de excelência para a prevenção do câncer de colo de útero, especialmente quando este quadro é decorrente da infecção pelo vÃrus HPV (papilomavÃrus humano), uma das principais causas desse tipo de tumor.
Além de prevenir o câncer de colo de útero, algumas outras infecções também podem ser detectadas pelo papanicolau.
Entre as infecções mais simples detectadas pelo exame estão aquelas provocadas pelo fungo Candida albicans e pela bactéria Gardnerella vaginalis, dois microrganismos que habitam naturalmente a flora vaginal, mas causam doenças quando se reproduzem exageradamente.
A tricomonÃase é uma das ISTs que também entram no espectro do papanicolau e pode ser detectada pela análise laboratorial do material coletado, porém outras ISTs também podem ser observadas pelo médico nesse exame.
Doenças como a sÃfilis, gonorreia e a clamÃdia, apesar de contarem com exames especÃficos para sua identificação, formam secreções no colo do útero, que podem ser observadas a olho nu durante a coleta do papanicolau.
Nesses casos, o médico deve solicitar exames especÃficos que confirmem os diagnósticos e dar inÃcio ao tratamento medicamentoso.
Preservando a fertilidade
As doenças abarcadas pelo papanicolau geram danos para o sistema reprodutivo e para o corpo como um todo, porém algumas delas podem provocar, além dos sintomas especÃficos da doença, o aparecimento também da infertilidade.
No caso da sÃfilis, a infertilidade se manifesta pelos abortos espontâneos provocados pela infecção, diferentemente do que acontece com a clamÃdia e a gonorreia, que podem causar infertilidade obstrutiva, especialmente quando afetam as tubas uterinas.
Essas ISTs podem também levar a um quadro de endometrite infecciosa, que pode afetar a receptividade endometrial, impedindo a fixação do embrião após a fecundação.
O HPV pode ser detectado pela aplicação do teste de HPV durante a análise do papanicolau e é um dos principais causadores do câncer de colo de útero.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima em 340 milhões o número de casos novos de IST curáveis por ano, especialmente sÃfilis, gonorreia, clamÃdia e tricomonÃase, todas observáveis durante o exame de papanicolau.
Reprodução assistida
O acompanhamento da saúde reprodutiva, em que a função do papanicolau é central, é fundamental para identificar problemas que prejudicaram inclusive as taxas de sucesso das técnicas de reprodução assistida.
Nenhuma técnica de reprodução assistida deve ser utilizada quando a mulher apresenta infecções ativas no sistema reprodutivo, já que os efeitos dessas doenças podem levar ao fracasso em conseguir uma gestação.
Em alguns casos, mesmo após os tratamentos, as doenças podem deixar sequelas que provocam graus variados de infertilidade, como é o caso da clamÃdia e da gonorreia, que danificam as tubas, levando as mulheres à infertilidade por fator tubário, nesse caso obstrutivo.
A infertilidade por obstrução tubária contraindica duas técnicas de reprodução assistida: a RSP (relação sexual programada) e a IIU (inseminação intrauterina), que promovem a fecundação in vivo, nas tubas uterinas.
Por isso, é importante que as causas da infertilidade sejam detectadas. Só assim é possÃvel fazer uma boa indicação para aumentar as chances de gravidez do casal.
A FIV (fertilização in vitro) é a técnica mais indicada para os casos de infertilidade por fator tubário, já que permite a coleta dos gametas femininos por punção, diretamente dos ovários, e promove a fecundação em laboratório, contornando a obstrução tubária. Os embriões formados são transferidos diretamente para o útero, eliminando a necessidade das tubas uterinas.
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