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Avaliação da reserva ovariana: saiba mais sobre o assunto

por Dr. Augusto Bussab



"A avaliação da reserva ovariana é, portanto, um conjunto de exames cujo objetivo é estimar a contagem dos folículos ainda disponíveis para amadurecimento e também observar sua qualidade e estabilidade genéticas."
Avaliação da reserva ovariana: saiba mais sobre o assunto

A estimativa da reserva ovariana contém em si informações valiosas sobre o panorama da fertilidade feminina como um todo.

A reserva ovariana é um termo técnico que se refere à quantidade dos folículos ovarianos de uma mulher em um determinado momento da vida.

Ao contrário da fisiologia masculina, todo o conjunto de células reprodutivas femininas – que são os oócitos contidos nos folículos ovarianos – são produzidas ainda durante o período gestacional.

Ou seja, quando a mulher nasce, todos os folículos ovarianos com os quais vai poder contar ao longo de toda sua vida estão já presentes nos ovários, estacionados em uma fase específica da divisão celular, que será retomada na puberdade.

Acompanhe a leitura do texto a seguir e saiba mais sobre o que é a reserva ovariana e como sua avaliação pode ajudar as mulheres que desejam engravidar.

De onde vêm os óvulos?

O início do desenvolvimento embrionário do sistema reprodutivo de homens e mulheres acontece por volta da 3ª semana após a fecundação.

Os processos iniciais desse desenvolvimento são idênticos para ambos os gêneros, que só passam a apresentar diferenças a partir da 5ª/6ª semanas de gestação.

Nesse momento, os cariótipos XY (homem) passam a produzir hormônio antimülleriano, inibindo o desenvolvimento dos ductos de Müller, localizados na crista genital, o que não acontece com os cariótipos XX (mulher), em que essas estruturas müllerianas originam parte do sistema reprodutivo.

Ao mesmo tempo, os gonócitos, que são as células reprodutivas primordiais, migram de seu local de origem até os mesonefros, próximos à crista genital, onde está acontecendo o desenvolvimento das estruturas müllerianas.

Os gonócitos se diferenciam em células do tipo germinativo, que formarão os oócitos, e células dos tipos epitelial e glandular, que formarão os folículos e também as demais estruturas dos ovários.

Enquanto isso, os ductos müllerianos completam seu desenvolvimento, dando origem ao útero e tubas uterinas, que se ligam aos ovários, que, depois de formados, começam seu processo de descida até as tubas.

As células germinativas que originam os oócitos já estão presentes no embrião no início da gestação, porém é a partir do segundo trimestre que essas células passam por sucessivas divisões celulares que formam os ovócitos primários e produzem hormônios sexuais.

Por volta da 20ª semana de gestação, a mulher conta com cerca de 7 milhões de oócitos.
No nascimento, esse número se reduz a cerca de 2 milhões e, na puberdade, a vida reprodutiva da mulher começa com uma reserva ovariana de aproximadamente 300 mil oócitos.

O que é reserva ovariana?

A partir da puberdade e até que a menopausa tenha fim, a mulher passa por sucessivos ciclos ovulatórios, que consomem a reserva ovariana naturalmente.

A ovulação é o evento que determina o cálculo do período fértil, quando a mulher tem maiores chances de engravidar, caso mantenha relações sexuais sem contraceptivos nesse período.

Em alguns casos, doenças genéticas ou até mesmo fatores ambientais, como estilo de vida estressante, tratamentos oncológicos e a exposição a algumas substâncias tóxicas, podem afetar a reserva ovariana, diminuindo o potencial de fertilidade da mulher.

A avaliação da reserva ovariana é, portanto, um conjunto de exames cujo objetivo é estimar a contagem dos folículos ainda disponíveis para amadurecimento.

É importante também para determinar a melhor técnica de reprodução assistida em caso de infertilidade.

O que é avaliação da reserva ovariana?

A avaliação da reserva ovariana é feita para estimar a quantidade de folículos antrais e a resposta da mulher a uma possível estimulação ovariana.

O número de folículos, como dissemos, diminui naturalmente ao longo do tempo, assim, para que os exames apontem uma condição de “normalidade”, é necessário levar em conta a idade da mulher.

A partir dos 35 anos, a velocidade com que a reserva ovariana é consumida aumenta moderadamente e após os 40 anos já é possível observar uma diminuição sensível nessa reserva, que termina por volta dos 50 anos.

A qualidade dos óvulos que ainda vão amadurecer sofre a mesma diminuição ao longo do tempo, porém o processo pelo qual essa diminuição ocorre é diferente e não é possível fazer essa avaliação com nenhum exame hoje.

Quais exames avaliam a reserva ovariana?

Existem diversos exames que podem avaliar a reserva ovariana, como a dosagem dos hormônios HAM (hormônio antimülleriano) e FSH (hormônio folículo-estimulante) e a contagem de folículos antrais por ultrassonografia.

A dosagem hormonal é feita por meio de exame de sangue, e a contagem de folículos antrais por amostragem é feita com auxílio do ultrassom transvaginal, que mede a quantidade de folículos cujos tamanhos variam de 2 a 10 mm.

Os resultados devem ser avaliados pelo médico e é a partir deles que os tratamentos para infertilidade, caso sejam necessários, devem ser delineados.

Dependendo do caso, há ainda o exame de inibina B, outro hormônio produzido nos ovários.

Infertilidade e reprodução assistida

O diagnóstico de infertilidade pode ser complementado pela avaliação da reserva ovariana, mas para ser realmente preciso, deve contar também com outros exames, que determinem as causas da infertilidade, para que possam, assim, ser tratadas.

Porém, em casos de ISCA (infertilidade sem causa aparente), essas origens não podem ser determinadas com exatidão, e a avaliação da reserva ovariana é então o melhor parâmetro para a escolha do tratamento adequado, que deve lançar mão das técnicas de reprodução assistida.

A FIV (fertilização in vitro) é a melhor opção em reprodução assistida para os casos em que a mulher busca engravidar com mais de 40 anos, especialmente quando os exames para avaliação da reserva ovariana apontam uma diminuição acentuada da fertilidade.

Isso porque na FIV é possível coletar os folículos, amadurecidos pela estimulação ovariana, por punção folicular, e avalia-los antes da fecundação in vitro.

Para saber mais sobre esse assunto, toque no link.


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