Hormônios são substâncias produzidas pelas glândulas endócrinas, que atuam em tecidos ou órgãos especÃficos regulando atividades biológicas importantes do organismo. Para isso, ao serem liberados na corrente sanguÃnea se ligam a receptores nos órgãos-alvo.
Entre eles, estão os hormônios sexuais, responsáveis pelo desenvolvimento das caracterÃsticas sexuais secundárias durante a puberdade, como o crescimento dos seios, pênis, testÃculos, pelos faciais, pelos pubianos e modificação da voz. Na fase adulta, são fundamentais para o processo reprodutivo, da mesma forma que contribuem para a manutenção das funções neurológicas e imunológicas, força óssea e muscular.
Os principais hormônios sexuais são o estrogênio, o feminino, e a testosterona, o masculino. No entanto, ambos estão presentes nos dois sexos, porém em concentrações diferentes: os nÃveis de estrogênio são mais altos nas mulheres e menores nos homens, por exemplo, enquanto a testosterona está presente apenas em pequenas quantidades no organismo feminino e apresenta maior concentração no masculino.
Apesar de a testosterona produzida no organismo feminino ser popularmente conhecida como testosterona feminina, existe apenas um tipo. O que diferencia os hormônios nos sexos são os nÃveis de concentração e a forma como atuam.
Continue a leitura até o final para saber mais sobre a testosterona feminina. Confira!
O que é testosterona?
A testosterona é um andrógeno, ou seja, induz o desenvolvimento de caracterÃsticas masculinas, enquanto o estrogênio, por exemplo, estimula as femininas. Nas mulheres, é produzida em pequenas quantidades nos ovários, gônadas ou glândulas sexuais em que ficam armazenados os folÃculos ovarianos, estruturas que contêm o óvulo imaturo, a célula sexual com as informações genéticas da mulher.
Durante os ciclos menstruais, um folÃculo entre os vários que são recrutados e crescem, torna-se dominante, desenvolve, amadurece e rompe liberando seu óvulo na ovulação, o que é estimulado pela ação de diferentes hormônios.
A testosterona é produzida durante esse processo, pelas células do folÃculo que se destacou. Veja, abaixo, como acontece:
No inÃcio do ciclo menstrual, a hipófise libera as gonadotrofinas FSH (hormônio folÃculo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante), que viajam pela corrente sanguÃnea até os ovários. O FSH recruta e estimula o crescimento dos folÃculos, enquanto o LH induz o folÃculo dominante ao amadurecimento e rompimento, estimulando, ao mesmo tempo, as células da teca, que compõem a parte externa, a produzirem testosterona, convertida pelo FSH em estrogênio.
Nas mulheres, portanto, o principal hormônio masculino se converte em estrogênio, o principal hormônio feminino.
Desde a puberdade, quando atua no desenvolvimento das caracterÃsticas sexuais secundárias femininas, o estrogênio passa exercer sua importante função no ciclo menstrual, iniciar o preparo do endométrio, tornando-o mais espesso e vascularizado para receber um possÃvel embrião formado na fecundação.
Endométrio, é a camada de revestimento interno do útero em que o embrião se implanta marcando o inÃcio da gestação. Nela, permanece abrigado e é nutrido até que ocorra a formação da placenta.
A produção insuficiente de testosterona feminina, portanto, pode comprometer os nÃveis de estrogênio e, assim, o preparo adequado do endométrio, dificultando ou impossibilitando a implantação do embrião, resultando em falhas e abortamento.
Por outro, altos nÃveis resultam em uma condição denominada hiperandrogenismo, que caracteriza uma doença feminina bastante comum, a sÃndrome dos ovários policÃsticos (SOP).
SÃndrome dos ovários policÃsticos
A SOP é um distúrbio endócrino, que tem como principal caracterÃstica o hiperandrogenismo associado à amenorreia, ausência de menstruação, e presença de ovários policÃsticos.
O aumento da produção de testosterona, provoca um desequilÃbrio nos nÃveis dos hormônios envolvidos no ciclo menstrual, resultando em irregularidades menstruais, como ciclos mais menor quantidade de fluxo menstrual ou ausência de menstruação, levando a distúrbios de ovulação; falhas no desenvolvimento, amadurecimento e ruptura dos folÃculos ovarianos.
Assim, as mulheres com SOP podem apresentar quadros de oligovulação, em que a ovulação ocorre de forma irregular, ou anovulação, em que há ausência total de ovulação, dificultando ou impedindo a gravidez.
Ainda que as alterações nos nÃveis da testosterona feminina possam levar à infertilidade, é possÃvel engravidar com auxÃlio da reprodução assistida.
Quando quadro é apenas de oligovulação, por exemplo, o tratamento pode ser feito técnica mais simples, relação sexual programada (RSP). Inicia com a estimulação ovariana, procedimento comum a todas as técnicas, em que medicamentos hormonais sintéticos, semelhantes aos naturais, estimulam o desenvolvimento e amadurecimento de mais folÃculos ovarianos, de 1 a 3.
O desenvolvimento dos folÃculos é acompanhado por exames de ultrassonografia transvaginal, que indicam o momento ideal para que novos medicamentos os induzam ao rompimento para liberação do óvulo, permitindo programar o melhor perÃodo para intensificar a relação sexual.
Na RSP, a fecundação acontece naturalmente, nas tubas uterinas, por isso elas devem estar saudáveis, bem como os espermatozoides do parceiro, uma vez que o objetivo do tratamento é aumentar a quantidade de folÃculos disponÃveis e programar a relação sexual. Como as dosagens hormonais utilizadas são mais baixas, a mulher deve ter até 37 anos e bons nÃveis de reserva ovariana.
A ausência de menstruação e falhas na implantação do embrião, consequência da produção insuficiente de testosterona, por outro lado, podem ser solucionadas pela FIV, fertilização in vitro, principal técnica de reprodução assistida.
Na FIV, a fecundação é realizada em laboratório, por isso, as dosagens dos hormônios utilizados na estimulação ovariana são mais altas, para obter uma quantidade maior de óvulos. Após a administração dos medicamentos indutores, os folÃculos maduros são coletados e seus óvulos extraÃdos em laboratório.
Os embriões formados na fecundação se desenvolvem por alguns dias em incubadoras e são transferidos diretamente ao útero materno para que implantação aconteça naturalmente. Antes da transferência, o endométrio também é preparado por medicamentos hormonais, reduzindo, dessa forma, as chances de ocorrerem falhas.
Agora que você já sabe sobre importância da testosterona feminina para fertilidade das mulheres e as consequências do desequilÃbrio dos seus nÃveis, toque aqui e conheça outras doenças que podem resultar em infertilidade!
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