A puberdade marca o inÃcio da fase reprodutiva da mulher, quando os ciclos menstruais ou reprodutivos têm inÃcio com a primeira menstruação.
Ciclo menstrual é o termo cientÃfico para alterações fisiológicas que ocorrem preparando o corpo feminino para uma possÃvel gravidez. É coordenado por diferentes hormônios e dividido em três fases, marcadas por etapas que vão permitir a liberação do óvulo para ser fecundado pelo espermatozoide gerando a primeira célula do embrião, bem como sua posterior implantação no endométrio, camada interna uterina em que se fixa para dar inÃcio à gestação.
A fase lútea é uma delas e seu funcionamento adequado é determinante para o sucesso gestacional. Continue a leitura até o final para entender o que é suporte de fase lútea e quando esse recurso é aplicado. Confira!
Ciclo menstrual e fase lútea
O ciclo menstrual é um processo cÃclico que ocorre durante toda a fase fértil das mulheres. Inicia com a menstruação e se encerra em dias anteriores à próxima. É coordenado pelo eixo hipotálamo-hipófise-ovários.
Na primeira fase, a folicular, o hipotálamo libera o GnRH, hormônio liberador de gonadotrofina, que estimula a hipófise a liberar as gonadotrofinas FSH (hormônio folÃculo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante).
Quando atingem os ovários, o (FSH) promove o recrutamento e crescimento de vários folÃculos ovarianos. Entre eles, um se destaca tornando-se dominante, desenvolve e amadurece pela ação do LH (hormônio luteinizante).
Durante seu desenvolvimento o folÃculo passa a secretar estrogênio, hormônio que inicia o preparo do endométrio.
Aproximadamente na metade do ciclo, um pico de LH estimula o amadurecimento final e ruptura do folÃculo dominante, que libera seu óvulo na ovulação. Essa é a segunda fase do ciclo, conhecida como ovulatória.
A fase lútea ocorre em seguida, quando as células resquiciais do folÃculo rompido formam o corpo-lúteo, uma glândula endócrina temporária cuja função é a secreção de progesterona, hormônio que finaliza o preparo do endométrio, tornando-o receptivo para acolher o embrião.
Se não houver fecundação, o corpo-lúteo se degenera, os nÃveis hormonais diminuem provocando a descamação do endométrio, a menstruação e o inÃcio de um novo ciclo.
Alterações em qualquer fase do ciclo menstrual, portanto, podem comprometer o sucesso gestacional. Uma condição denominada defeito da fase lútea está entre elas e pode ser solucionada pelo suporte de fase lútea, um recurso que permite corrigir o desequilÃbrio hormonal caracterÃstico do problema.
O que é suporte de fase lútea?
Quando a fecundação acontece, por outro lado, após a implantação do embrião o corpo-lúteo continua a secretar progesterona, até que a placenta seja formada e assuma essa função. O LH, junto com o hCG, gonadotrofina coriônica humana, hormônio produzido durante a gravidez, sustentam o corpo-lúteo, que continua secretando progesterona.
Aproximadamente na oitava semana a placenta passa a assumir essa produção, substituindo gradualmente o corpo-lúteo e levando à sua degeneração, o que acontece mais ou menos na 12ª semana.
O termo defeito da fase lútea é usado para descrever uma condição que ocorre quando o corpo-lúteo não produz progesterona natural suficiente para garantir o preparo normal do endométrio e manutenção da gravidez. É associada por estudos à redução dos nÃveis de LH causada pela liberação hipofisária inadequada do hormônio.
Essa deficiência, por sua vez, apesar de não ser conhecida por boa parte das mulheres em tentativa de engravidar, está elencada entre as possÃveis causas de abortamento repetido, quando há perda da gravidez clinicamente comprovada antes da 22ª segunda semana por mais de dois meses consecutivos, definindo o quadro de infertilidade feminina.
O suporte da fase lútea é um recurso importante para corrigir o desequilÃbrio hormonal; é realizado na reprodução assistida, particularmente na FIV, fertilização in vitro, técnica em que a fecundação acontece em laboratório.
O tratamento tem inÃcio com a estimulação ovariana, procedimento em que medicamentos hormonais sintéticos semelhantes aos naturais são administrados na fase folicular para estimular o desenvolvimento e amadurecimento de mais folÃculos ovarianos, acompanhado periodicamente por exames de ultrassonografia transvaginal, realizados a cada dois ou três dias.
É feito na segunda etapa do procedimento para corrigir e/ou evitar o problema. No momento em que eles atingem o tamanho ideal, novos medicamentos são utilizados para induzi-los ao amadurecimento final e rompimento, quando os folÃculos maduros são coletados por aspiração folicular e seus óvulos extraÃdos em laboratório.
No ciclo utilizando hCG para maturação final, a progesterona com ou sem baixa dose desse hormônio pode ser adequada para manter a gestação. Já nos que utilizam GnRH como gatilho, estudos sugerem a administração de baixa dose individualizada de hCG com ou sem progesterona.
O momento ideal para iniciar o suporte de fase lútea é entre 24h e 72h depois da coleta dos folÃculos e deve durar até o teste de gravidez ser positivo, indicando que a implantação do embrião foi bem-sucedida.
A FIV tem altos percentuais de sucesso gestacional no mundo todo, possibilitando a solução de praticamente todos os fatores de infertilidade, feminina ou masculina, da mesma forma que atende outras necessidades reprodutivas das sociedades contemporâneas.
Quer saber mais sobre o tratamento com a técnica e as situações em que indicada? Siga o link!
A gravidez é um processo complexo, que envolve diferentes elementos, por isso é comum várias dúvidas surgirem durante a tentativa de engravidar. Termos como gônadas, gametas, embrião, mórula, blastocisto, fecundação, nidação e eclosão, por exemplo, são frequentemente utilizados em referência ao processo, por profissionais de […]
Ler mais...