A SOP (sÃndrome dos ovários policÃsticos) é um distúrbio endocrinológico em que alterações na secreção das gonadotrofinas hipofisárias levam a um aumento anormal na concentração de testosterona, provocando um conjunto de sinais e sintomas especÃficos, entre eles a infertilidade.
Considerada uma das doenças femininas mais comuns, a SOP pode ser encontrada em aproximadamente 16% das mulheres em idade reprodutiva, provocando infertilidade em até 75% dos casos.
Alguns principais fatores de risco incluem obesidade, diabetes, hipertensão arterial e a existência de casos familiares da doença, especialmente entre graus de parentesco mais próximos, como a mãe ou a avó.
Os três principais sintomas da sÃndrome são os cistos ovarianos, que dão nome à doença, a infertilidade por anovulação e o hiperandrogenismo, com manifestações fÃsicas especialmente relacionadas ao aparecimento de pelos e ganho de peso.
Além de alterações fisiológicas, os sintomas podem provocar também problemas emocionais, como depressão e ansiedade.
Quer entender melhor qual a relação entre a SOP e o hiperandrogenismo? Então nos acompanhe na leitura do texto a seguir.
O que é hiperandrogenismo?
O termo hiperandrogenismo se refere ao aparecimento de sinais androgênicos, ou seja, masculinos, de forma acentuada. Essa condição está relacionada ao aumento anormal na concentração de testosterona no corpo das mulheres, normalmente decorrente da SOP.
Na maior parte das vezes as mudanças provocadas pelo hiperandrogenismo são visÃveis, afetando principalmente a pele, os pelos e os locais onde o tecido adiposo se concentra.
Por que a SOP causa hiperandrogenismo?
Assim como os demais sintomas da SOP, o hiperandrogenismo é consequência do aumento na concentração de testosterona.
No corpo da mulher, a testosterona é produzida como resultado da ação da gonadotrofina LH (hormônio luteinizante) sobre as células da teca, que compõem o folÃculo ovariano.
Em um organismo saudável, a testosterona deve ser convertida em estrogênio pela ação do FSH (hormônio folÃculo-estimulante), porém, a mulher com SOP apresenta uma dupla alteração na secreção gonadotrófica: deficiência de FSH, que provoca a diminuição na conversão de testosterona em estrogênio, paralelamente a uma superprodução de LH, responsável por aumentar ainda mais a concentração do hormônio.
A testosterona e o estrogênio interagem com outros órgãos, além dos ovários, especialmente a pele e os pelos.
Uma das principais diferenças entre a atuação desses hormônios com seus tecidos alvo é que enquanto a testosterona estimula a produção de sebo e o crescimento dos pelos, os estrogênios inibem a atividade das glândulas sebáceas e do folÃculo piloso.
O excesso de testosterona – associado à diminuição do estrogênio – provoca o crescimento de pelos faciais e torácicos, e modifica também os locais onde o tecido adiposo se deposita.
O conjunto dessas alterações em mulheres diagnosticadas com SOP é denominado hiperandrogenismo.
Em alguns casos, todas as mudanças podem aparecer de forma simultânea, porém a mulher com SOP pode ser assintomática para as alterações hiperandrogênicas, ou apresentar somente alguns sintomas relacionados ao quadro, isoladamente.
Quais são os sintomas da SOP?
Os principais sintomas da SOP incluem alterações estéticas, infertilidade e a formação de cistos ovarianos.
Entre as alterações estéticas provocadas pela SOP, destacamos:
- Hirsutismo;
- Alopecia;
- Acne;
- Seborreia;
- Ganho de peso;
- Mudanças na aparência da pele.
Esses sinais podem causar danos à autoimagem e autoestima, sendo, portanto, um fator de risco para o desenvolvimento de depressão e ansiedade.
A infertilidade por anovulação também é um sintoma da SOP que provoca danos emocionais, além dos fÃsicos, especialmente relacionados à frustração que a impossibilidade da maternidade pode trazer.
A presença de cistos ovarianos, por outro lado, pode ser confirmada apenas por exames de imagem, assim como o sintoma não causa manifestações fÃsicas visÃveis.
Como a reprodução assistida pode ajudar a mulher com SOP a engravidar?
O principal tratamento para a SOP é feito com medicamentos hormonais e, por isso, não é indicado para mulher que quer engravidar, apesar de ser bastante eficiente no controle dos sintomas hiperandrogênicos, para aquelas que não manifestam desejos reprodutivos.
A reprodução assistida é a abordagem mais indicada para mulher com SOP que deseja ter filhos, especialmente nos casos mais severos ou para as mais velhas, em que a infertilidade pode ser decorrente de outros fatores simultâneos à sÃndrome.
Uma das principais vantagens está na etapa de estimulação ovariana, cujo objetivo é potencializar as chances de que a ovulação ocorra pela administração de medicamentos hormonais.
Na RSP (relação sexual programada) e na IA (inseminação artificial), os protocolos de estimulação ovariana prescrevem doses mais baixas dos medicamentos hormonais, já que estas técnicas preveem a fecundação nas tubas uterinas, evitando, assim, o risco de gestação múltipla, potencialmente mais perigosa para mulher e para o bebê.
São indicadas para os casos menos severos e quando a SOP é o único fator de infertilidade conjugal. Os mais graves, ou quando a infertilidade é causada por outras doenças ou condições simultâneas, inclusive masculinas, a FIV (fertilização in vitro) é a técnica mais indicada.
Na FIV, além da etapa de estimulação ovariana, cujo protocolo prevê doses mais altas para estimular o desenvolvimento e amadurecimento de vários folÃculos no mesmo ciclo reprodutivo (pelo menos 10), o tratamento pode incluir os casos de anovulação.
Para saber mais sobre a SOP, siga o link.
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