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Sinequias: sintomas e diagnóstico

por Dr. Augusto Bussab



"O útero é o maior e principal órgãos reprodutor feminino e têm a importante função de abrigar o embrião-feto até o nascimento. Em formato de pera invertida é composto por três camadas, o corpo do útero, o istmo do útero e o colo do útero. […]"
Sinequias: sintomas e diagnóstico

O útero é o maior e principal órgãos reprodutor feminino e têm a importante função de abrigar o embrião-feto até o nascimento.

Em formato de pera invertida é composto por três camadas, o corpo do útero, o istmo do útero e o colo do útero. O corpo do útero é a maior delas e tem três camadas de revestimento, endométrio, a interna, miométrio, a intermediária e perimétrio a externa.

Durante a fase reprodutiva das mulheres, intervalo localizado entre a puberdade e menopausa, diversas condições podem alterar a função uterina e comprometer a fertilidade. As sinequias, embora sejam pouco conhecidas, estão entre elas.

Sinequias são áreas que sofreram junção entre as paredes opostas uterinas, aderências do tecido endometrial. O endométrio é um tecido epitelial altamente vascularizado, que sofre modificações durante o ciclo menstrual, preparado por hormônios para receber um possível embrião formado na fecundação. Nessa camada ele se implanta para dar início à gestação.

Destacamos, neste texto, os possíveis sintomas das sinequias, como a condição é diagnosticada, o que pode causá-la e os tratamentos indicados quando a mulher deseja ou não engravidar. Acompanhe a leitura até o final e confira!

Entenda como as sinequias se formam

As sinequias são consequência de traumas no endométrio, que provocam um processo inflamatório e a formação de aderências intrauterinas.

  • intervenções clínicas, como dilatação e curetagem (D&C), procedimento realizado para remoção de fragmentos placentários ou abortivos;
  • intervenções cirúrgicas, como cesariana ou remoção de miomas uterinos e pólipos endometriais, doenças femininas comuns;
  • inflamações uterinas: a inflamação do colo uterino (cervicite) e do endométrio (endometrite), estão entre os principais fatores de risco. São provocadas na maioria dos casos por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como a clamídia ou gonorreia;
  • endometriose: a endometriose é caracterizada pela presença de um tecido semelhante ao endométrio em órgãos próximos ao útero, como as tubas uterinas e ovários, causando um processo inflamatório no local e a formação de sinequias.

As sinequias se formam a partir da cicatrização do local, resposta do organismo para reparar as lesões. Podem ter diferentes espessuras, ser mescladas ou esparsadas, localizadas apenas em uma região ou ocupar todo o espaço da cavidade uterina.

Quando várias sinequias estão presentes, a condição é denominada síndrome de Asherman e recebe diferentes classificações de acordo com a extensão do dano provocado. No grau 1, por exemplo, as aderências são finas e ainda não espalharam, no 2 já se espalharam e nos graus 3 e 4, atingiram também as tubas uterinas, resultando em bloqueios nas situações mais graves.

Sinequias podem, portanto, causar infertilidade ou dificuldades para manter a gravidez nos quadros considerados mais graves, uma vez que levam à redução do espaço interior e, muitas vezes à distorção da anatomia uterina, além dos possíveis bloqueios tubários.

Assim, provocam complicações como falhas na implantação do embrião e abortamento, muitas vezes de repetição ou impedem o transporte dos gametas (óvulos e espermatozoides) e a fecundação como resultados dos bloqueis tubários.

Os sintomas funcionam como um alerta, contribuindo para o diagnóstico precoce dessa condição.

Sintomas e diagnóstico de sinequias

Embora as sinequias sejam assintomáticas em alguns casos, principalmente nos estágios iniciais, à medida que espalham provocam diferentes sintomas, incluindo:

  • irregularidades menstruais: a maioria das mulheres com sinequias têm pouco fluxo menstrual ou ausência de menstruação, amenorreia, pois elas podem causar bloqueios no útero, impedindo a expulsão do sangue menstrual;
  • dismenorreia: dismenorreia ou cólicas severas antes e durante o período menstrual, que podem interferir nas atividades diárias;
  • abortamento de repetição: quando há perda da gravidez clinicamente comprovada antes da 22ª semana de gestação por mais de dois meses consecutivos. Esse é um dos principais sintomas de sinequias em graus mais severos e um dos critérios que definem a infertilidade feminina.

As sinequias são geralmente diagnosticadas por dois exames de imagem, a histerossalpingografia, um exame de raio-X com a utilização de contraste, substância que permite destacar as sinequias nas imagens e a videohisteroscopia ginecológica, técnica que possibilita a visualização direta da cavidade uterina, indicando a quantidade e espessura das sinequias.

Os resultados diagnósticos orientam o tratamento mais adequado em cada caso.

Tratamento e reprodução assistida

O tratamento das sinequias considera critérios como a severidade dos sintomas, quadro de infertilidade e o desejo da mulher de engravidar no momento.

Quando não há o desejo e os sintomas são ausentes ou leves, a conduta normalmente é apenas expectante, ou seja, de observação periódica. Se forem severos ou a mulher desejar engravidar, a indicação passa a ser cirúrgica para remoção das sinequias e correção da anatomia uterina quando elas provocam distorções.

Em quadros mais graves, a remoção do útero histerectomia, pode ser a opção, independentemente do desejo de engravidar.

A técnica utilizada é a videohisteroscopia cirúrgica e em boa parte dos casos a fertilidade é restaurada após a remoção. Porém, se isso não acontecer, a fertilização in vitro (FIV), principal técnica de reprodução assistida pode auxiliar a gravidez.

Na FIV, a fecundação é realizada em laboratório, contornando problemas de obstruções tubárias uma vez que os órgãos não têm nenhuma função no tratamento.

Os embriões formados são transferidos diretamente ao útero após alguns dias de desenvolvimento. Mulheres com quadros de abortamento de repetição, podem ter todos os embriões congelados, técnica complementar à FIV denominada freeze all, para que o endométrio seja adequadamente preparado por medicamentos hormonais e a transferência realizada apenas no ciclo seguinte.

Mulheres que tiveram o útero removido podem contar com outra técnica complementar à FIV, o útero de substituição, popularmente conhecida como barriga solidária, em o útero pode ser cedido por parentes de até quarto grau dos pacientes em tratamento, como mães, irmãs, tias ou primas.

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