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Sangramento após relação sexual: veja se é normal

por Dr. Augusto Bussab



"O sangramento vaginal faz parte da vida das mulheres desde a primeira menstruação, um fenômeno natural, que acontece durante toda fase reprodutiva e, quando se encerra, marca o início da menopausa. A menstruação é resultado da descamação do endométrio, camada interna uterina na qual o […]"
Sangramento após relação sexual: veja se é normal

O sangramento vaginal faz parte da vida das mulheres desde a primeira menstruação, um fenômeno natural, que acontece durante toda fase reprodutiva e, quando se encerra, marca o início da menopausa.

A menstruação é resultado da descamação do endométrio, camada interna uterina na qual o embrião se implanta para dar início à gestação. A cada ciclo menstrual, o endométrio é preparado por hormônios para receber um possível embrião formado na fecundação. Se não houver fecundação, descama, originando a menstruação o início de um novo ciclo menstrual.

A menstruação, portanto, marca o início dos ciclos menstruais, que ocorrem de forma cíclica durante toda a fase reprodutiva das mulheres. No entanto, em alguns casos, o sangramento vaginal é considerado anormal, como por exemplo:

  • Sangramento menstrual mais intenso do que o normal;
  • Sangramento menstrual por mais dias do que o normal (menorragia);
  • Sangramento de escape, entre os períodos menstruais;
  • Sangramento após a menopausa, quando a mulher não menstrua mais;
  • Sangramento antes dos 9 anos, quando a mulher ainda não menstruou;
  • Sangramento durante a gravidez;
  • Sangramento após relação sexual;
  • Ausência de menstruação (amenorreia).

O sangramento após relação sexual, também conhecido como sangramento pós-coito, pode ser resultado de condições como secura vaginal, inflamações, infecções ou problemas cervicais. Na maioria das vezes, não é grave, porém também pode sinalizar problemas mais sérios, especialmente se ocorrer de forma persistente.

Continue a leitura até o final e conheça as situações em que o sangramento após relação sexual é ou não normal e quando procurar auxílio médico. Confira!

Sangramento após relação sexual

O sangramento após relação sexual é comum especialmente na primeira relação, devido ao rompimento do hímen, membrana mucosa que fecha parcialmente o orifício externo da vagina, que rompe provocando um pequeno sangramento quando há penetração.

Além disso, pequenas lesões vaginais também podem provocar um corrimento rosado ou manchas após o sexo, bem como o atrito durante relações mais intensas. Porém, nesses casos,

o volume é pequeno e dura pouco tempo. Quando o sangramento após relação sexual for intenso e/ou persistente, é importante procurar um especialista para investigar as causas.

Veja abaixo o que pode causar sangramento após relação sexual e quando procurar um especialista:

Atrofia ou secura vaginal

Atrofia ou secura vaginal é uma condição em que o revestimento da vagina fica mais seco e fino, geralmente devido à falta de estrogênio. Mulheres de diferentes idades podem apresentar o problema, embora seja mais frequente após a menopausa. Quando a secura é mais grave, a fricção da penetração pode causar sangramento após a relação sexual. O tratamento pode envolver da reposição hormonal ao uso de lubrificantes à base de água, de acordo com cada caso.

Cervicite

Cervicite é a inflamação do colo do útero, porção uterina que se abre para a vagina. É uma das principais causas de sangramento após a relação sexual e geralmente resulta de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como a clamídia e a gonorreia, provocadas por bactérias e transmitas pelo sexo desprotegido com pessoas infectadas.

Embora o tratamento seja simples, feito por antibióticos, se não for adequadamente tratada pode se espalhar para os órgãos reprodutores, provocando infertilidade.

Nos ovários, ooforite, a inflamação pode interferir no desenvolvimento, amadurecimento e ruptura dos folículos ovarianos, impedindo a ovulação e, assim, a fecundação. Quando a ovulação acontece, as aderências consequentes do processo inflamatório podem impedir que o óvulo seja liberado.

Nas tubas uterinas, salpingite, pode causar o acúmulo de líquido, condição denominada hidrossalpingite, que as obstrui, o mesmo a formação de aderências, que também provocam obstruções. Assim, o transporte dos gametas (óvulos e espermatozoides) não acontece, bem como a fecundação.

A inflamação também pode atingir o endométrio, camada interna uterina na qual o embrião se implanta para dar início à gestação. Nesse caso, é chamada endometrite, e pode interferir no preparo adequado do endométrio para recebê-lo, o que é feito durante os ciclos menstruais, resultando em falhas e abortamento.

Infecção vaginal

A infecção vaginal surge quando o órgão genital feminino é infectado por algum tipo de microrganismo; fungos, vírus e bactérias são exemplos. Ainda que a infecção vaginal mais comum seja a candidíase, causada por fungos da espécie Candida sp., ISTs virais, como o HPV e o herpes genital, podem ainda resultar no problema, bem como as bacterianas, incluindo clamídia e gonorreia, que podem igualmente se espalhar para os órgãos reprodutores.

O tratamento é feito por antifúngicos, antivirais ou antibióticos, de acordo com cada caso.

Pólipos cervicais e endometriais

Pólipos são crescimentos de um tecido anormal em membranas mucosas. Os cervicais, geralmente se formam na abertura do colo do útero, enquanto os endometriais, se formam no endométrio.

Além do sangramento após relação sexual, os pólipos endometriais também podem provocar infertilidade. A presença deles no endométrio causa um processo inflamatório, interferindo, dessa forma, no preparo endometrial, levando à perda gestacional.

Quando causam infertilidade, os pólipos podem ser removidos por cirurgia.

Ectrópio cervical

Ectopia cervical, ou ectrópio cervical é uma condição caracterizada por uma área inflamada ou uma pequena ferida no colo do útero, provocada pela eversão do epitélio endocervical, camada interna do canal cervical que se exterioriza. Embora possa provocar sangramento após relação sexual, geralmente é uma condição benigna e não necessita de tratamento, deve ser apenas observada periodicamente.

Prolapso uterino

Prolapso uterino é a perda do suporte anatômico do útero, que pode envolver o ápice da vagina e as paredes vaginais. O tratamento inclui observação, fisioterapia e o uso de pessários, um tipo de aparelho elástico.

A endometriose vaginal está ainda entre as condições que podem provocar sangramento após relação sexual. Essa doença, caracteriza pelo crescimento de um tecido semelhante ao endométrio fora do útero, em locais próximos, é considerada atualmente a principal causa de infertilidade feminina.

Em casos raros, o sangramento após a relação sexual pode ser ainda um sinal de câncer cervical ou vaginal.

Mesmo que nem sempre o sangramento após relação sexual indique problemas sérios, não é normal se ocorrer de forma persistente. Por isso, é fundamental procurar um especialista se isso acontecer, independentemente do volume.

Infertilidade e reprodução assistida

Quando as causas do sangramento após a relação sexual resultam em infertilidade feminina, se os tratamentos primários não solucionarem o problema e a mulher desejar engravidar, as técnicas de reprodução assistida podem auxiliar a gravidez.

As três principais são a relação sexual programada (RSP), inseminação artificial (IA) e fertilização in vitro (FIV), classificadas de acordo com a complexidade. As duas primeiras, RSP e IA são consideradas de baixa complexidade, pois preveem a fecundação de forma natural, nas tubas uterina.

Já na FIV, de alta complexidade, a fecundação acontece em laboratório, bem como o desenvolvimento inicial dos embriões, posteriormente transferidos ao útero materno.

A indicação da mais adequada em cada caso é feita após a mulher passar uma investigação detalhada.

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