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Qual o melhor embrião para transferência: D3 ou blastocisto?

por Dr. Augusto Bussab



"A fertilização in vitro (FIV) é atualmente a principal técnica de reprodução assistida indicada para casais que encontram dificuldades para engravidar. A técnica é realizada em etapas: estimulação ovariana e indução da ovulação, coleta de gametas (óvulos por punção e espermatozoides por masturbação ou também punção), fertilização em laboratório, […]"
Qual o melhor embrião para transferência: D3 ou blastocisto?

A fertilização in vitro (FIV) é atualmente a principal técnica de reprodução assistida indicada para casais que encontram dificuldades para engravidar. A técnica é realizada em etapas: estimulação ovariana e indução da ovulação, coleta de gametas (óvulos por punção e espermatozoides por masturbação ou também punção), fertilização em laboratório, cultivo embrionário, transferência de embriões, congelamento de embriões excedentes e teste de gravidez.

A transferência embrionária é uma das etapas cruciais para o sucesso da técnica. Dependendo do caso, podemos fazer a transferência com embriões de três dias de desenvolvimento ou cinco dias.

Por isso, no texto de hoje falarei mais sobre essa etapa e qual o melhor momento para a transferência (D3 ou blastocisto). Acompanhe!

Como é o processo de transferência de embriões?

Vamos iniciar falando sobre como acontece a transferência embrionária, para que o processo como um todo possa ser compreendido.

Após a estimulação da ovulação, é feita a coleta dos folículos ovarianos (por punção) e a coleta dos espermatozoides (punção ou procedimento cirúrgico). Os gametas são fecundados em laboratório por meio de fertilização clássica ou com o método chamado de injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), formando o zigoto.

Após a fertilização, os embriões começam a se desenvolver dentro de incubadoras, etapa conhecida como cultivo embrionário.

A etapa seguinte é a transferência, que pode ser feita, principalmente, com o embrião no terceiro ou no quinto dia de desenvolvimento.

Qual a diferença entre blastocisto e D3?

A divisão celular e o desenvolvimento do embrião acontecem de forma rápida. A cada dia aumenta o número de células do embrião em crescimento.

No 3º dia de desenvolvimento, ele apresenta 8 células idênticas sem diferenciação, e é chamado de D3. No 5º dia de desenvolvimento, ele já possui centenas de células que se diferenciam entre as que darão origem ao embrião e as que darão origem aos anexos embrionários, e é chamado de blastocisto.

Em uma gestação natural, o embrião implanta no endométrio (camada que reveste internamente o útero) com aproximadamente 5 dias de desenvolvimento, dando início à gestação em si.

Quais as vantagens de cada um?

A definição da data de transferência dos embriões é feita de forma personalizada para cada casal. Devem ser levados em consideração fatores como: idade da mulher, número e qualidade dos embriões formados, número de tentativas anteriores, histórico de tratamento e questões emocionais.

A transferência de blastocistos está relacionada a maiores taxas de gravidez pelo fato de o embrião estar em uma fase mais avançada e ter melhor seleção embrionária. Isso significa que há mais chances de o embrião ser realmente saudável. As outras vantagens são:

  • processo “mais natural” para o corpo, pois o estágio em que o embrião chega ao útero é o mesmo da gravidez natural;
  • maior possibilidade de transferência de um único embrião, eliminando as chances de gestação gemelar.

Mesmo assim, há casos nos quais a transferência em D3 é mais indicada, como:

  • quando o número de embriões formados é pequeno (4 ou 5 embriões) ou de pouca qualidade, pois há o risco de o desenvolvimento se interromper e não haver embriões para transferência no quinto dia;

O ambiente uterino é o mais adequado para o embrião, mesmo que as incubadoras simulem com alta precisão as mesmas condições uterinas. Muitos embriões que se desenvolvem no útero quando transferidos em D3 podem interromper seu desenvolvimento enquanto estão na incubadora depois desse período.

A individualização para a escolha entre transferência em D3 ou em quinto dia é o melhor caminho para aumentar a chance de sucesso da gravidez. Todo o processo deve ser acompanhado de perto por uma equipe capacitada e que conheça o histórico do casal.

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