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Puerpério: o que é?

por Dr. Augusto Bussab



"Puerpério é o termo usado para definir o período pós-natal que começa imediatamente depois do nascimento do bebê, se estende por cerca de seis semanas e termina com a primeira ovulação e o retorno da menstruação. A palavra puerpério é derivada do latim Puerperalis: puer significa criança e […]"
Puerpério: o que é?

Puerpério é o termo usado para definir o período pós-natal que começa imediatamente depois do nascimento do bebê, se estende por cerca de seis semanas e termina com a primeira ovulação e o retorno da menstruação. A palavra puerpério é derivada do latim Puerperalis: puer significa criança e parere dar à luz.

Durante esse período, alterações anatômicas e fisiológicas maternas induzidas pela gravidez retornam ao estado não grávido; os tecidos do corpo, em particular os órgãos genitais e pélvicos, voltam a se adequar à condição de pré-gravidez.

O puerpério começa assim que a placenta é expelida e pode ser dividido em três fases:

  • imediato: ocorre nas 24 horas seguintes ao parto. Durante esse período é importante que o útero se contraia adequadamente para ajudar a estancar o sangramento. Nessa etapa podem ocorrer a maioria das complicações do pós-parto, por isso, geralmente é aconselhado que a mulher permaneça em observação no primeiro dia. Também tem início a amamentação, fundamental para fortalecer o vínculo com a mãe;
  • precoce: ocorre do 2º ao 7º dia após o parto, período em que começam as principais mudanças, bem como é o momento de ajuste à maternidade;
  • remoto: ocorre durante as semanas seguintes, estendendo-se até a completa recuperação das alterações determinadas pela gestação e parto e o retorno dos ciclos menstruais ovulatórios normais. Nas mulheres não lactantes é curto e nas lactantes pode durar enquanto a amamentação acontece.

Continue a leitura até o final para saber em detalhes o que é o puerpério e sua importância, tanto na gestação natural quanto na obtida com auxílio da reprodução assistida. Confira!

O que acontece no puerpério?

As alterações características do puerpério começam quase imediatamente após o parto, desencadeadas por uma queda acentuada nos níveis de estrogênio e progesterona produzidos pela placenta durante a gravidez.

O útero volta ao seu tamanho normal e retoma sua posição pré-natal na sexta semana. Durante esse processo, chamado de involução, o excesso de massa muscular é reduzido e o endométrio restabelecido, geralmente na terceira semana.

Enquanto o útero retorna à sua condição, os seios iniciam a lactação com a produção de colostro, uma forma de leite rica em proteínas e nutrientes, fundamental para fortalecer o sistema imunológico do bebê. É produzido logo após o nascimento e gradualmente convertido no leite materno normal.

Os possíveis problemas médicos associados ao puerpério incluem depressão, geralmente leve e transitória, resultante de desânimo emocional e do desconforto associado às alterações puerperais; distúrbios de coagulação, causados ​​por estase sanguínea e impedidos por um retorno precoce à atividade normal; sangramento de uma placenta retida e febre puerperal, que pode indicar possíveis infecções pós-parto.

Além disso, é normal ocorrer:

  • Nos primeiros 4 dias, geralmente há um sangramento semelhante ao fluxo menstrual. Esse sangramento tende a diminuir a partir do 5º dia e finaliza no final da segunda semana. Porém, dor intensa na parte baixa do abdome, sangramento vaginal com volume anormal, excesso de coágulos e odor forte, além de febre, podem indicar infecções e é importante procurar auxílio médico com urgência;
  • A micção é bastante frequente nas semanas iniciais, especialmente nos primeiros dias após o parto, assim como é comum ocorrer constipação.

Todos esses problemas, entretanto, podem ser prevenidos com os cuidados e preparação adequados.

Como se preparar para o puerpério?

Alimentar-se adequadamente durante a gravidez e manter uma dieta equilibrada no puerpério ajuda bastante no processo de recuperação. A suplementação de ferro e ácido fólico, por exemplo, devem iniciar nas primeiras semanas de gestação e continuar por 3 meses após o nascimento.

As mulheres que estão amamentando precisam ainda de nutrientes adicionais, por isso, é importante aumentar a ingestão de grãos integrais, vegetais, frutas, proteínas e de água ao longo do dia.

A mesma regra se aplica à prática de exercícios físicos, quanto mais cedo iniciarem na gravidez, mais rápida é a recuperação do corpo após o parto. Alterações corporais, como o ganho de peso, são comuns no puerpério. Por isso, assim que o médico sinalizar para essa possibilidade é importante reiniciar os exercícios de forma moderada.

Durante a atividade física, ocorre a produção de serotonina e endorfina, neurotransmissores relacionados à sensação de bem-estar, que ajudam a reduzir a depressão pós-parto.

Cuidados durante o puerpério

Cicatrizes que resultam de uma incisão na região do períneo para ampliar o canal de passagem (episiotomia) em partos normais ou quando o nascimento ocorre por cesariana, devem ser mantidas sempre higienizadas para evitar qualquer tipo de infecção.

Além disso, é importante procurar descansar sempre que for possível, uma vez que os intervalos de amamentação são curtos nas primeiras semanas, inclusive durante a noite. Assim como as consultas devem ser regulares, de acordo com a recomendação médica, para avaliar a saúde materna e acompanhar a do bebê.

Quando a mulher pode engravidar após o parto e quais são as recomendações?

O tempo de sugerido para normalizar as atividades sexuais é de pelo menos 40 dias, necessário para o organismo se recuperar. Porém, sabe-se que quando os intervalos entre as gestações são menores do que 18 meses, há maior risco de complicações para a mãe e para o bebê, como parto prematuro, baixo peso ao nascer, endometrite puerperal (inflamação do endométrio) e sangramento vaginal abundante (hemorragia).

Por isso, mesmo as mulheres que pretendem amamentar devem recorrer ao uso de preservativos de barreira, as camisinhas femininas ou masculinas, e evitar, ao mesmo tempo, a relação sexual durante o período fértil.

Embora a própria lactação tenha um efeito anticoncepcional, para garanti-lo é importante que ocorra em intervalos regulares, de no máximo até 4 horas entre as mamadas durante o dia e de 6 horas durante a noite. Além disso, essa deve ser a única forma de alimentação do bebê, uma vez que a suplementação aumenta o risco de a ovulação ocorrer.

Por outro lado, as que não pretendem amamentar por um período maior, podem recorrer a métodos contraceptivos como a pílula ou DIU (dispositivo intrauterino), que possuem uma eficácia bem mais alta do que os preservativos de barreira.

Com os cuidados e preparação adequados, portanto, o puerpério pode ser um período tranquilo, essencial para fortalecer o vínculo entre a mãe e seu bebê.

É importante que os cuidados sejam observados tanto na gestação natural quanto na obtida por técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), responsável pelo nascimento de milhares de crianças no mundo todo anualmente. Quer conhecer o tratamento com a FIV em detalhes? Toque aqui!


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