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pH do sêmen: qual é a relação com a fertilidade?

por Dr. Augusto Bussab



"O pH é um fator muito importante para manter a integridade de biomoléculas e funções fisiológicas, o pH do sêmen, por exemplo, desempenha um papel essencial na manutenção da funcionalidade dos espermatozoides, neutralizando o ambiente ácido da vagina. Sêmen é o fluído orgânico expelido pelo […]"
pH do sêmen: qual é a relação com a fertilidade?

O pH é um fator muito importante para manter a integridade de biomoléculas e funções fisiológicas, o pH do sêmen, por exemplo, desempenha um papel essencial na manutenção da funcionalidade dos espermatozoides, neutralizando o ambiente ácido da vagina.

Sêmen é o fluído orgânico expelido pelo pênis durante a ejaculação. Sua principal função é abrigar, nutrir e transportar os espermatozoides até as tubas uterina para fecundarem o óvulo, gerando, assim, a primeira célula do embrião, estágio de desenvolvimento inicial do futuro ser humano.

O sêmen é uma substância cremosa, espumosa, esbranquiçada e opalina, espesso na ejaculação, dilui ou liquefaz em pouco tempo fora do organismo. Enquanto os espermatozoides, por outro lado, são os gametas ou células sexuais masculinas, formados por cabeça, peça intermediária e cauda ou flagelo. Na cabeça ficam armazenados os genes masculinos e a cauda é responsável pela motilidade, movimento no organismo feminino.

Alterações seminais, portanto, podem comprometer a capacidade de engravidar a parceira sugerindo quadros de infertilidade masculina. Entre elas, as que ocorrem no pH do sêmen.

Continue a leitura até o final para entender qual é relação do pH do sêmen com a fertilidade e o que pode provocar alterações. Confira!

Ph do sêmen e relação com a fertilidade masculina

Sabe-se, hoje, que a infertilidade conjugal pode ser provocado por fatores femininos ou masculinos em igual proporção. Os homens, ao contrário das mulheres que já nascem com uma reserva ovariana, quantidade de óvulos, os gametas femininos, utilizados durante a idade reprodutiva, produzem espermatozoides continuamente durante toda a vida.

No entanto, estudos indicam que mais de 85% dos homens com infertilidade têm a capacidade de produzir espermatozoides, mas não a de fertilizar um óvulo. Uma das condições associadas ao problema são alterações nos valores do pH do sêmen.

De acordo com as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS), estabelecidas em 2010, a faixa de pH necessária para um sêmen saudável apresenta valores que variam de 7,2 a 8,0.

Uma vez que os espermatozoides são as únicas células humanas que desempenham uma função fora do corpo no qual são produzidos, a interação com o ambiente feminino desempenha um papel fundamental durante o transporte. Alterações no pH, portanto, podem influenciar o processo de fecundação.

O que pode alterar o pH do sêmen e causar problemas de fertilidade?

A principal causa associada a alterações no pH são os processos inflamatórios que podem ocorrer nos órgãos reprodutores masculinos, como epididimite, dos epidídimos, orquite, dos testículos e prostatite, da próstata, causada na maioria das vezes por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como clamídia e gonorreia.

A prostatite, particularmente, interfere diretamente na qualidade seminal, uma vez que o líquido prostático está entre os que compõem o sêmen, formado durante o estímulo sexual, e tem a alcalinidade como uma de suas principais características.

Durante o estímulo sexual, os espermatozoides são transportados aos ductos deferentes, ductos ejaculatórios e lançados na uretra para serem expelidos pelo pênis. No trajeto, recebem os líquidos produzidos pelas vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais formando o sêmen.

Entre as várias manifestações clínicas da infertilidade masculina, a diminuição da motilidade espermática (asthenozoospermia) e a baixa concentração no sêmen (oligozoospermia), estão entre as que podem ser provocadas por alterações no pH do sêmen, que prejudicam a qualidade dos gametas e dificultam a movimentação no organismo feminino.

Quando há suspeita de infertilidade, definida após um ano de tentativas malsucedidas de engravidar a parceira, o primeiro exame solicitado é o espermograma, também conhecido análise seminal.

O exame faz uma análise macroscópica do sêmen, determinando características como viscosidade, pH e capacidade de liquefação, por exemplo, e, microscópica, apontando possíveis alterações nos espermatozoides, indicando, percentualmente, os que possuem capacidade de motilidade progressiva, nadar com progressão para frente, na mesma direção. Também determina a concentração dos que estão presentes nas amostras analisadas.

Além disso, o espermograma indica a presença de glóbulos brancos, que sinalizam para possibilidade de processos inflamatórios. Os resultados apontados pelo espermograma orientam o tratamento mais adequado em cada caso.

Tratamento e reprodução assistida

Embora o tratamento das inflamações seja bastante simples, realizado por antibióticos indicados de acordo com o tipo de bactéria. Os medicamentos promovem a cura, entretanto não reparam os danos provocados por elas.

Assim, nos casos em que o homem não consegue engravidar a parceira, a reprodução assistida é indicada para auxiliar a gravidez. Podem ser ainda a primeira opção de tratamento.

Duas técnicas proporcionam a gravidez quando há diagnóstico de infertilidade masculina, a inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV) com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides).

A IA é mais adequada para os casos simples, como pequenas anormalidades nos gametas masculinos, pois prevê a fecundação como na gestação espontânea, nas tubas uterinas. Nessa técnica, os melhores espermatozoide são selecionados por métodos de preparo seminal, contornando os problemas de má qualidade, inseridos em um cateter e depositados no útero durante o período fértil, encurtando o caminho até as tubas.

Já na FIV com ICSI a fecundação é realizada em laboratório e os embriões formados transferidos ao útero materno após alguns dias de desenvolvimento. Os melhores espermatozoides são selecionados pelo preparo seminal e durante a fecundação cada um é novamente avaliado, em movimento, por um microscópio de alta magnificação e injetado diretamente no citoplasma do óvulo, aumentando as chances de sucesso quando o quadro é de oligozoospermia.

Assim, mesmo que as alterações seminais sejam uma causa comum de infertilidade, incluindo as que ocorrem no pH do sêmen, com o tratamento adequado ainda é possível ter filhos biológicos.

Siga o link e conheça também uma das causas mais comuns de infertilidade feminina, os miomas uterinos.


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