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O que são túbulos seminíferos?

por Dr. Augusto Bussab



"O sistema reprodutor dos homens é composto por órgãos externos e internos. Os externos são o pênis e a bolsa testicular, enquanto os internos incluem os testículos, os epidídimos, ductos deferentes, ejaculatórios, vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais, conhecidas como glândulas anexas. Cada um desempenha […]"
O que são túbulos seminíferos?

O sistema reprodutor dos homens é composto por órgãos externos e internos. Os externos são o pênis e a bolsa testicular, enquanto os internos incluem os testículos, os epidídimos, ductos deferentes, ejaculatórios, vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais, conhecidas como glândulas anexas.

Cada um desempenha uma função importante na gestação, porém os testículos são os protagonistas, pois respondem pela produção dos espermatozoides, células sexuais que carregam as informações dos homens, e, da testosterona, principal hormônio masculino.

Abrigados na bolsa testicular, que os mantém na temperatura ideal para o processo de produção, denominado espermatogênese, anatomicamente têm a forma oval, cerca de 3 cm de diâmetro e 4 cm de comprimento cada, envolvidos por uma cápsula, a túnica albugínea, com vários compartimentos conhecidos como lóbulos testiculares. Os túbulos seminíferos estão localizados no interior desses lóbulos.

Alterações na função dos testículos, portanto, podem comprometer a capacidade reprodutiva dos homens, resultando em quadros de subfertilidade ou infertilidade.

Continue a leitura até o final para saber detalhadamente o que são túbulos seminíferos, sua participação no processo reprodutivo e importância para a fertilidade dos homens. Confira!

Túbulos seminíferos

A produção de espermatozoides acontece nos túbulos seminíferos, estruturas enoveladas em que ficam localizadas as células percussoras dos espermatozoides, as espermatogônias. Em cada testículo são encontrados aproximadamente 400 túbulos seminíferos e até 150 milhões de espermatozoides podem ser produzidos diariamente.

Esse processo é contínuo, se inicia na puberdade e dura durante toda a vida do homem, embora com o envelhecimento a qualidade dos espermatozoides seja menor. É regulado por diferentes hormônios, orientado pelo eixo hipotálamo-hipófise-testículos.

Uma região que fica no centro do sistema nervoso, o hipotálamo é responsável pela produção do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), que estimula a hipófise a secretar as gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante).

Ao serem liberadas na corrente sanguínea as gonadotrofinas viajam até os testículos. O LH estimula a produção de testosterona e, o FSH, a divisão celular. As espermatogônias se multiplicam nos túbulos seminíferos e se dividem até que os espermatozoides sejam formados.

O espermatozoide formado possui cabeça, peça intermediária e cauda ou flagelo. Na cabeça fica localizado o núcleo com as informações genéticas a cauda permite a mobilidade no organismo feminino.

A maturação final dos espermatozoides, quando a cauda é formada, acontece nos epidídimos, ductos em que permanecem armazenados e são nutridos até que ocorra o estímulo sexual, quando são transportados aos ductos deferentes e recebem os líquidos produzidos pelas glândulas anexas formando o sêmen, posteriormente lançado pelos ductos ejaculatórios à uretra para ser expelido pelo pênis.

O sêmen, abriga os espermatozoides protegendo-os do ambiente ácido da vagina, bem como facilita o transporte até as tubas uterinas para fecundarem o óvulo. Mesmo que milhões de espermatozoides sejam liberados na ejaculação, apenas os mais capacitados chegam à tubas e somente um deles penetra o óvulo para fecundá-lo, formando a primeira célula do embrião, estágio inicial de desenvolvimento do futuro ser humano.

O funcionamento adequado da espermatogênese é, portanto, fundamental para a fertilidade masculina. Interferências podem resultar em dificuldades reprodutivas, como consequência de fatores genéticos, por doenças que causam danos aos testículos e túbulos seminíferos ou levam ao desequilíbrio hormonal. E mesmo por hábitos de vida.

Durante a divisão celular, por exemplo, podem ocorrer erros, descaracterizando o conjunto de cromossomos, estruturas em que os genes ficam abrigados, denominado cariótipo, composto por 23 pares de cromossomos, 22 homólogos, não relacionados à determinação do sexo e 1 par de cromossomos sexuais.

Cada par de cromossomos homólogos possui genes que controlam as mesmas características. Uma célula diploide, por exemplo, tem um conjunto duplo de cromossomos homólogos, assim, o cariótipo humano é constituído por 46 cromossomos, 23 herdados de cada um dos pais.

A espermatogênese envolve os dois tipos de divisões celulares, mitose e meiose. A mitose aumenta a população de células-mãe, as espermatogônias, e a meiose reduz a quantidade do material genético de diploide para haploide, com 23 cromossomos. A diploidia é restabelecida posteriormente com a fusão do espermatozoide e óvulo na fecundação.

Alterações cromossômicas são uma das principais causas de infertilidade masculina, pois levam à formação de espermatozoides com má qualidade. Podem ser numéricas, chamadas aneuploidias, quando há presença ou ausência de mais do que um cromossomo, ou estruturais, que afetam a morfologia do cromossomo, como perdas de partes do material genético ou mudanças na sequência dos genes.

Ambos os casos resultam em embriões com a saúde comprometida, que não conseguem se implantar no endométrio, camada interna uterina em que se fixam para dar início à gestação, causando, dessa forma, abortamentos.

Para a espermatogênese ocorrer, a temperatura deve ser abaixo as corporal, o que é garantido pela bolsa testicular. A varicocele, doença comum em que varizes se formam no cordão espermático, que sustenta os testículos na bolsa testicular, podem causar interferências na temperatura e prejudicar o processo de produção, provocando baixa concentração ou ausência de espermatozoides no sêmen.

Essas condições, denominadas respectivamente oligozoospermia e azoospermia, são ainda consequência de processos inflamatórios nos órgãos reprodutores, como orquite, dos testículos ou epididimite, dos epidídimos, que provocam de danos às espermatogônias a alterações hormonais e formação de aderências, formando bloqueios e impedindo a passagem dos espermatozoides.

Os processos inflamatórios, por sua vez, geralmente são causados por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como a clamídia e a gonorreia.

Danos nos testículos, por outro lado, também podem afetar os túbulos seminíferos e as espermatogônias, como traumas, que resultam em uma resposta do sistema imunológico e na formação de anticorpos que as reconhecem como estranhas, destruindo-as.

Além disso, as espermatogônias, por sua localização nos túbulos seminíferos, são ainda suscetíveis ao dano por drogas ou outras substâncias que podem invadi-los.

No entanto, atualmente a infertilidade masculina consequente de fatores mais graves, incluindo condições que afetam os túbulos seminíferos e as espermatogônias, pode ser solucionada pela reprodução assistida quando os tratamentos primários, realizados de acordo com a causa que provocou o problema não são bem-sucedidos ou se ele provocar maiores danos.

Infertilidade e reprodução assistida

O tratamento de infertilidade masculina por fatores mais graves é feito pela fertilização in vitro (FIV) com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que a fecundação é acontece em laboratório, com espermatozoides previamente capacitados e selecionados pelo preparo seminal, técnica complementar à FIV. Assim, apenas os saudáveis participam do processo.

Durante a fecundação são ainda avaliados individualmente, em movimento, por um microscópio de alta magnificação e, posteriormente, inseridos diretamente no citoplasma do óvulo com auxílio de um micromanipulador de gametas, o que permite solucionar quadros de oligozoospermia, quando há baixa concentração nas amostras de sêmen processadas.

Em casos de azoospermia, ausência no sêmen, podem ser coletados diretamente dos epidídimos ou túbulos seminíferos, submetidos ao preparo seminal e utilizados na fecundação.

Os embriões formados, após se desenvolverem por alguns dias, também em ambiente laboratorial, são transferidos ao útero da parceira.

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