A ovulação é o processo que ocorre uma vez em cada ciclo menstrual, quando as flutuações hormonais desencadeiam a liberação de um óvulo dos ovários. A mulher só pode ter um filho se um espermatozoide fertilizar o óvulo liberado.
A duração do ciclo menstrual varia de mulher para mulher e de ciclo para ciclo. Geralmente é entre 23 e 35 dias. A ovulação ocorre de 12 a 16 dias antes do inÃcio da próxima menstruação.
A ovulação é controlada pelos hormônios da fertilidade. Se por algum motivo houver um desequilÃbrio nos nÃveis hormonais da mulher, sua ovulação pode ser afetada. Nesse caso, a estimulação ovariana e a indução da ovulação podem ser necessárias.
A indução da ovulação é realizada no contexto de um possÃvel problema de infertilidade feminina. Consiste em ajudar a paciente a ovular. É o primeiro passo dos tratamentos de reprodução assistida.
Para entender como funciona, é importante saber o que acontece durante um ciclo menstrual normal. Continue a leitura para saber mais!
O ciclo menstrual e o papel dos hormônios
A fase folicular dura de 10 a 14 dias e começa no primeiro dia do perÃodo menstrual. O hipotálamo (uma glândula no cérebro) libera GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas), que sinaliza à  hipófise (outra glândula no cérebro) para produzir FSH (hormônio folÃculo-estimulante).
O FSH inicia o desenvolvimento de vários folÃculos (bolsas contendo os óvulos). Um dos folÃculos se torna dominante e começa a amadurecer enquanto libera o hormônio feminino estrogênio no sangue. O aumento dos nÃveis de estrogênio diz ao cérebro para parar de produzir FSH.
A ovulação começa quando os nÃveis de estrogênio estão altos o suficiente para fazer com que a hipófise libere LH (hormônio luteinizante). Isso é chamado aumento repentino de LH, que causa a liberação de um óvulo de um dos ovários. As mulheres com ciclo menstrual normal de 28 dias ovulam cerca de 14 dias antes do inÃcio da menstruação.
A fase lútea dura 14 dias e começa logo após a ovulação. Durante ela, o folÃculo ovariano se transforma em uma glândula que leva o nome de corpo-lúteo.
Esse corpo-lúteo é um elemento-chave na perspectiva de uma futura gravidez. Na verdade, ao secretar estrogênio e, principalmente, progesterona, garante o preparo final do revestimento do útero (endométrio) para receber um possÃvel embrião em caso de fertilização. O preparo do endométrio inicia na fase folicular, quando o folÃculo dominante passa a secretar estrogênio.
Indução da ovulação: em que consiste?
Como o próprio nome sugere, é uma técnica que visa induzir a ovulação. Todas as mulheres produzem hormônios essenciais para a gravidez, como LH e FSH, cuja dosagem adequada permite a concepção natural.
Porém, pode ocorrer um desequilÃbrio hormonal, que pode causar infertilidade feminina. Nesse caso, a indução da ovulação é uma opção.
Quem pode se beneficiar com o procedimento?
A indução da ovulação é indicada para mulheres que não ovulam (anovulação) ou têm ciclos irregulares. Antes de iniciar o tratamento, o médico deve determinar a causa dessa disfunção da ovulação.
Algumas causas da disfunção da ovulação são: sÃndrome dos ovários policÃsticos (SOP), baixa produção de LH e FSH pela glândula hipófise, ovários que não respondem a LH e FSH, doenças da tireoide, alto nÃvel do hormônio prolactina (hiperprolactinemia), obesidade, transtornos alimentares ou perda extrema de peso e/ou exercÃcios.
O médico também deve garantir, com a realização de exames complementares, que não há outras razões além da disfunção ovulatória que expliquem a infertilidade do casal. Podem ser feitos diversos exames, como um teste de permeabilidade tubária e um espermograma.Â
Medicamentos para indução da ovulação
Os medicamentos usados ​​para induzir a ovulação funcionam de forma semelhante aos hormônios produzidos naturalmente pelo corpo e atuam em diferentes partes do ciclo menstrual para estimular a ovulação.
BenefÃcios da indução da ovulação
A indução da ovulação é geralmente um dos primeiros tratamentos usados ​​para a infertilidade. A estimulação ovariana com indução da ovulação é a primeira etapa de todas as técnicas de reprodução assistida. Porém, os protocolos utilizados são diferentes, de acordo com a complexidade do procedimento.
Nas de baixa complexidade, relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA), as dosagens hormonais são mais baixas, pois a fecundação acontece naturalmente nas tubas uterinas. Geralmente são indicadas quando os distúrbios de ovulação são mais leves.
A fertilização in vitro (FIV), por outro lado, prevê a fecundação em laboratório, por isso, para obter uma quantidade maior de óvulos e aumentar as chances de sucesso, as dosagens hormonais utilizadas são mais altas. A FIV é a melhor opção para casos mais graves de anovulação ou outras causas de infertilidade, inclusive masculina.
Qual é a taxa de sucesso da indução da ovulação?
As taxas de sucesso variam de acordo com a técnica utilizada. Nas de baixa complexidade, RSP e IA, como a fecundação acontece naturalmente são semelhantes às da gestação natural: em média 20% a cada ciclo de tratamento.
Já a FIV, por ser de maior complexidade e proporcionar o acompanhamento de diferentes etapas, como a fecundação e o cultivo embrionário, apresenta taxas mais altas: em média 40% por ciclo.
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