Dr. Augusto Bussab | Reprodução Humana | WhatsApp
Ebook SOP Baixe agora o e-book sobre Síndrome dos Ovários Policísticos e entenda tudo sobre essa doença! Clique Aqui!
Ficou com alguma dúvida? Agende sua consulta agora! Clique Aqui!

Muco cervical e fertilidade: veja a relação

por Dr. Augusto Bussab



"A fertilidade é atualmente um tema abordado por milhares de pessoas no mundo todo. Isso porque, com os hábitos das sociedades contemporâneas, como a tendência de adiar a gravidez, a infertilidade se tornou um problema de saúde pública mundial. A capacidade de gerar filhos, depende […]"
Muco cervical e fertilidade: veja a relação

A fertilidade é atualmente um tema abordado por milhares de pessoas no mundo todo. Isso porque, com os hábitos das sociedades contemporâneas, como a tendência de adiar a gravidez, a infertilidade se tornou um problema de saúde pública mundial.

A capacidade de gerar filhos, depende de diferentes elementos, como a saúde dos órgãos reprodutores de mulheres e homens, o equilíbrio dos hormônios que coordenam o processo reprodutivo e a saúde de óvulos e espermatozoides, as células sexuais que carregam as informações genéticas dos pais.

Embora o muco cervical seja mais conhecido por seu papel como marcador do período fértil das mulheres, ele desempenha outras funções importantes na fertilidade feminina, entre elas está a de facilitar o transporte dos espermatozoides para que eles alcancem o óvulo.

Por outro, possíveis alterações no muco cervical podem ser um indicativo de doenças que causam a dificuldade em engravidar. Continue a leitura até o final para entender tudo sobre essa substância e sua relação com a fertilidade. Confira!

Entenda o que é o que é muco cervical e sua função na fertilidade

Principal órgão dos sistema reprodutor feminino, o útero tem a importante função de abrigar o embrião formado na fecundação até o nascimento. É dividido em três partes, corpo do útero, istmo do útero e colo do útero.

O corpo do útero é a maior delas e possui três camadas de revestimento, endométrio, a interna, miométrio, a intermediária e perimétrio, a externa. Endométrio e miométrio estão diretamente envolvidas no processo gestacional.

No endométrio, o embrião formado na fecundação se implanta para dar início à gestação. É um tecido epitelial composto por estromas, glândulas e vasos sanguíneos que, motivado pela ação do estrogênio, se torna mais espesso e vascularizado durante os ciclos menstruais. Enquanto o miométrio, camada formada por células musculares lisas, auxilia as contrações na hora do parto.

O istmo do útero é um segmento que liga o corpo ao colo do útero, enquanto o colo do útero faz ligação com a vagina e possui duas partes, ectocérvice, a externa, em contato com a vagina, e endocérvice, a interna, que se abre para a cavidade uterina, ligadas pelo canal endocervical.

O colo do útero é a parte responsável pela produção do muco cervical, que também ocorre sob estímulo do estrogênio. Essa substância cumpre duas funções essenciais à fertilidade feminina, facilitar o transporte dos espermatozoides pelo canal endocervical para que eles cheguem ao útero e, assim às tubas uterinas, órgãos em que a fecundação acontece, bem como evitar a ascensão das bactérias naturalmente presentes na vagina.

Para isso, durante os ciclos menstruais o muco cervical sofre diferentes variações. Logo após a menstruação, por exemplo está presente em menor quantidade e é mais pegajoso ao toque. A produção aumenta à medida que a ovulação se aproxima, evento em que o folículo, que contém o óvulo primário, libera-o já maduro para ser fecundado pelo espermatozoide.

Até o óvulo ser liberado, adquire uma consistência cremosa e, em seguida, nos dias que antecedem esse evento, se torna semelhante a uma clara de ovo, mais fino e elástico, o que vai permitir a entrada dos espermatozoides e facilitar o transporte.

Depois da ovulação, a quantidade naturalmente reduz e se torna mais espesso, impedindo, dessa forma, a entrada de novos espermatozoides.

Alterações no muco cervical geralmente são consequência de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como a clamídia e a gonorreia, que causam um processo inflamatório no colo do útero conhecido como cervicite, diminuindo seu volume e tornando-o mais espesso durante o período fértil, impedindo a entrada dos espermatozoides e, consequentemente, a fecundação.

A persistência da inflamação, por outro lado, pode levar à disseminação para os outros órgãos reprodutores. Se atingir o endométrio, endometrite, causa interferências no preparo endometrial, resultando em falhas na implantação do embrião e abortamento.

Nos ovários, provoca ooforite, cuja consequência são interferências no processo de desenvolvimento e amadurecimento do folículo e seu óvulo e interferências na qualidade; nas tubas uterinas, pode levar à formação de aderências que impedem a captação do óvulo, o transporte dos espermatozoides ou do embrião ao útero se houver fecundação.

O volume e consistência do muco cervical durante a ovulação, portanto, são fatores importantes para a concepção ser bem-sucedida; assim, observar sua aparência ajuda desde a identificação do período mais fértil, quando o óvulo é liberado e há mais chances de engravidar, a alertar para a presença de possíveis doenças que podem impedir a gravidez, sinalizando infertilidade feminina.

Para ser considerada infértil, entretanto, é preciso haver pelo menos um ano de tentativas sem o uso de nenhum método contraceptivo. Ainda que hoje seja um problema de saúde pública mundial, tem tratamento na maioria dos casos, incluindo a reprodução assistida, que auxilia a gravidez quando as abordagens primárias não solucionam o problema, ou podem ainda ser indicadas como primeira opção.

Reprodução assistida

Hoje, três técnicas de reprodução assistida estão disponíveis para o tratamento de infertilidade, feminina e masculina: relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA), consideradas de baixa complexidade por preverem a fecundação de forma natural, nas tubas uterinas, e fertilização in vitro (FIV), mais complexa, em que é realizada em laboratório.

No entanto, a função do muco cervical é necessária apenas na RSP, cujo objetivo do tratamento, como o nome indica, é programar o melhor momento para intensificar a relação sexual. Na IA, por outro lado, os melhores espermatozoides são selecionados por técnicas de preparo seminal e inseridos diretamente no útero durante o período fértil, contornando o muco cervical.

Já na FIV, os gametas são manipulados em laboratório; cada espermatozoide selecionado é novamente avaliado por um microscópio potente e injetado diretamente no óvulo, técnica denominada ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide). Os embriões formados são, então, transferidos ao útero após alguns dias de desenvolvimento.

Além dos fatores femininos, a dificuldade do casal em engravidar também pode ser resultado de fatores masculinos. Siga o link e saiba tudo sobre a infertilidade masculina, das causas aos tratamentos indicados.


Se inscrever
Notificação de
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
Pr¨®xima leitura
Mórula, embrião e blastocisto: qual é a relação?

A gravidez é um processo complexo, que envolve diferentes elementos, por isso é comum várias dúvidas surgirem durante a tentativa de engravidar. Termos como gônadas, gametas, embrião, mórula, blastocisto, fecundação, nidação e eclosão, por exemplo, são frequentemente utilizados em referência ao processo, por profissionais de […]

Ler mais...