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ISTs: por que é importante tratar rapidamente?

por Dr. Augusto Bussab



"ISTs é a sigla para infecções sexualmente transmissíveis, como gonorreia, clamídia e sífilis, que estavam, inclusive, quase erradicadas na maioria dos países industrializados em função das campanhas de prevenção e evolução de medicamentos antimicrobianos. No entanto, atualmente os percentuais registrados mundialmente estão cada vez mais […]"
ISTs: por que é importante tratar rapidamente?

ISTs é a sigla para infecções sexualmente transmissíveis, como gonorreia, clamídia e sífilis, que estavam, inclusive, quase erradicadas na maioria dos países industrializados em função das campanhas de prevenção e evolução de medicamentos antimicrobianos.

No entanto, atualmente os percentuais registrados mundialmente estão cada vez mais em crescimento em diferentes países, entre eles o Brasil. O que transformou o controle para evitar a disseminação em um problema de saúde pública mundial.

Os adolescentes e jovens adultos são o grupo que mais contribuiu para aumentar as estatísticas. O problema é ainda agravado pela assintomatologia das ISTs, principalmente em estágios iniciais, resultando, dessa forma, em diferentes complicações para a saúde geral e reprodutiva, tornando a doença uma das principais causas de infertilidade, feminina e masculina.

Continue a leitura para entender por que é importante tratar rapidamente as ISTs, como elas são transmitidas e qual a forma de prevenção. Confira!

O que causa ISTs e como preveni-las?

As ISTs são causadas pelo contato sexual (vaginal, anal e oral) desprotegido com pessoas infectadas por bactérias, vírus, ou outros agentes sexualmente transmissíveis.

A transmissão também pode ocorrer das mães para os filhos durante o parto e amamentação, por transfusão sanguínea ou uso compartilhado de seringas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os preservativos de barreira, camisinhas masculina e feminina, ainda são os métodos mais efetivos para prevenir a infecção. No entanto, a prevenção deve ocorrer durante todas as formas de contato sexual, inclusive o sexo oral.

Os homens também podem utilizar a camisinha para receber sexo oral, existem algumas próprias para isso, que proporcionam maior sensibilidade. Para as mulheres, por outro lado, é indicado o uso de filme plástico cobrindo a região genital.

Apesar de serem geralmente assintomáticas, algumas podem provocar sintomas que indicam a necessidade de procurar um especialista. Entre elas estão a clamídia e a gonorreia, ISTs que causam mais impacto à saúde reprodutiva de mulheres e homens.

Causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, a clamídia é a IST de maior incidência no mundo todo. Os sintomas podem manifestar duas semanas após a infecção; nas mulheres corrimento vaginal com odor forte, sangramento entre os períodos menstruais, dor abdominal e durante as relações sexuais, inchaço na vagina e ao redor do ânus, além de micção frequente e urgente com sensação de queimação são os mais comuns.

Dor e sensação de queimação ao urinar também são comuns aos homens, que podem apresentar ainda secreção peniana aquosa e leitosa, inchaço e sensibilidade nos testículos, irritação no ânus e sangramento retal.

Os sintomas da gonorreia, causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, são semelhantes aos da clamídia nas mulheres, enquanto nos homens é mais comum a dor ao urinar, secreção semelhante ao pus, dor ou inchaço em um testículo.

Elas podem ocorrer em associação em ambos os sexos, porém a gonorreia pode afetar os olhos, causando dor ocular, sensibilidade à luz e secreção, em um ou nos dois e, a garganta, cujos sinais incluem dor e inchaço dos gânglios linfáticos no pescoço.

A observação dos sintomas contribui para o diagnóstico e tratamento precoces dessas ISTs, estratégia igualmente importante de prevenção ao ajudar a evitar a disseminação, além de maiores danos à capacidade reprodutiva.

Como as ISTs impactam a fertilidade?

ISTs, como a clamídia e a gonorreia, são consideradas a principal causa de DIP (doença inflamatória pélvica), que pode provocar a inflamação dos órgão reprodutores. Nas mulheres, ooforite, dos ovários, salpingite, das tubas uterinas, cervicite, do colo do útero e endometrite, do endométrio.

A ooforite, por exemplo, pode levar ao desenvolvimento de distúrbios ovulatórios, como a dificuldade de desenvolvimento e amadurecimento folicular, ou impedir a liberação dos óvulos quando o processo inflamatório forma aderências, além de afetar a qualidade deles.

Enquanto na salpingite, das tubas uterinas, as aderências podem dificultar ou impedir a captação do óvulo e o transporte dos espermatozoides. Em ambos os casos a infertilidade acontece pois não há fecundação.

Já a endometrite, inflamação do endométrio, pode causar um deslocamento da janela de implantação, período mais receptivo para o embrião se implantar no endométrio, resultando em falhas e abortamento, muitas vezes de repetição.

Nos homens, por outro lado, a DIP pode resultar na inflamação dos epidídimos (epididimite), dos testículos (orquite) e da próstata (prostatite). Na epididimite, as aderências podem impedir o transporte dos espermatozoides para serem ejaculados.

Quando a inflamação ocorre nos testículos, o processo de produção dos espermatozoides pode ser prejudicado, assim como a qualidade deles. Na prostatite, também há o risco de má qualidade, pois o líquido prostático é fundamental para a composição do sêmen e têm como função proteger e nutrir os espermatozoides durante o trajeto até o encontro com o óvulo.

As ISTs, tendem, portanto, a impactar a fertilidade de diferentes formas, por isso é importante que sejam diagnosticadas e tratadas rapidamente, uma vez que o tratamento promove a cura, mas não repara os possíveis danos causados.

Infertilidade e reprodução assistida

Inicialmente as ISTs consequentes de bactérias, como a clamídia e a gonorreia, são tratadas com bastante eficácia por antibióticos, indicados de acordo com cada tipo. A parceria sexual também deve ser investigada e medicada para evitar a reinfecção.

Nos casos em que processos inflamatórios levam à formação de aderências, elas podem ser removidas por cirurgia, restaurando a função dos órgãos afetados. Na maioria das vezes é possível engravidar após os tratamentos primários. No entanto, quando não há sucesso gestacional ou nos casos em que as ISTs resultaram em maiores danos para a fertilidade, é indicado o tratamento por fertilização in vitro (FIV) para aumentar as chances.

Na FIV, principal técnica de reprodução assistida, a fecundação é realizada em laboratório, após a coleta e seleção prévia dos melhores gametas, óvulos e espermatozoides, contornando, assim, desde problemas com a má qualidade dos gametas, a obstruções tubárias, já que as tubas uterinas não têm nenhuma função no tratamento: os embriões formados se desenvolvem por alguns dias e são posteriormente transferidos ao útero.

Nos casos em que o resultado das ISTS são obstruções no transporte dos espermatozoides ou interferências na produção, a principal consequência é a ausência deles no sêmen, condição denominada azoospermia. Porém, na FIV, eles podem ser recuperados diretamente dos epidídimos ou dos testículos por diferentes métodos.

A FIV, portanto, pode proporcionar a gravidez mesmo quando as ISTs provocam maiores danos à saúde reprodutiva. O tratamento adequado, entretanto, evita também outras complicações mais sérias, como a septicemia, conhecida como sepse, condição em que a infecção se espalha pela corrente sanguínea e acaba causando disfunção orgânica, comprometendo o funcionamento normal do organismo.

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