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Mórula: o que é? Saiba mais

por Dr. Augusto Bussab



"Embora mórula seja um termo pouco conhecido pela maioria das pessoas, faz parte da rotina daquelas submetidas à reprodução assistida, área da medicina que reúne um conjunto de técnicas e procedimentos para o tratamento de infertilidade.  Isso porque em tratamentos com técnicas como a FIV, […]"
Mórula: o que é? Saiba mais

Embora mórula seja um termo pouco conhecido pela maioria das pessoas, faz parte da rotina daquelas submetidas à reprodução assistida, área da medicina que reúne um conjunto de técnicas e procedimentos para o tratamento de infertilidade. 

Isso porque em tratamentos com técnicas como a FIV, fertilização in vitro, por exemplo, são reproduzidas etapas essenciais da gravidez e toda informação relacionada a elas é importante. 

Mórula é um aglomerado de células formadas no início do desenvolvimento embrionário, que ocorre após a fecundação, processo em que óvulo e espermatozoide se fundem para gerar uma nova vida. Como o termo indica, sua aparência é semelhante à de uma amora. O nome deriva da palavra em latim morum, que designa o fruto. 

Continue a leitura até o final para saber mais sobre a mórula, entender como e quando é formada e sua importância no processo reprodutivo. Confira!

Entenda como a mórula é formada

A cada ciclo menstrual o corpo da mulher é preparado para uma possível gravidez. Na primeira fase, chamada folicular, vários folículos, que contêm o óvulo imaturo, são recrutados e crescem, porém apenas um deles se torna dominante, desenvolve, amadurece e rompe liberando o óvulo, também maduro. 

O óvulo liberado é capturado pelas tubas uterinas, que sediam a fecundação e fazem a ligação entre os ovários e o útero. Quando ocorre a relação sexual, milhões de espermatozoides são liberados na ejaculação e viajam pela porção uterina das tubas para encontrar o óvulo.

No entanto, durante o trajeto, sobrevivem só os mais capacitados e apenas um deles o alcança. Para fecundá-lo, o espermatozoide deve penetrar a camada que o protege, chamada zona pelúcida. 

Após penetrar a zona pelúcida, os pronúcleos, que carregam as informações genéticas dos pais, se fundem e originam a primeira célula do embrião. Denominada zigoto, essa célula primordial permanece abrigada pela zona pelúcida e começa a se dividir. Os estágios iniciais da divisão celular são chamados de clivagem ou segmentação e ocorrem ainda nas tubas uterinas enquanto o embrião é transportado ao útero. 

Durante a clivagem, as células não aumentam de tamanho, mas se dividem para formar outras menores. Inicialmente, o zigoto é dividido em duas células filhas, os blastômeros, que têm a metade do tamanho da original, o que geralmente ocorre nas 24 horas após a fecundação e, a segunda divisão, em aproximadamente 40h, quando ambas se dividem simultaneamente em quatro células. 

A terceira e quarta divisões também ocorrem simultaneamente e criam um aglomerado de células de 16 blastômeros, formando a mórula, cerca de 4 dias depois da fecundação. Durante a formação há um processo de compactação, com todas as células ainda indiferenciadas.

A compactação dos blastômeros é uma das características da mórula, após essa etapa, as células começam a se dividir mais rapidamente e a se diferenciar em externas, grupo celular conhecido como trofoblasto, que vai formar a placenta e os anexos embrionários, e, internas, embrioblasto, cujas futuras divisões celulares formam o embrião propriamente dito e seus sistemas orgânicos. 

O embrião chega ao útero ainda na fase de mórula e, entre o quinto e sexto dia de desenvolvimento, quando é denominado blastocisto, já possui centenas de células diferenciadas e se implanta no endométrio, tecido que reveste o útero internamente, para dar início à gestação. 

Para receber o embrião o endométrio é preparado durante os ciclos menstruais tornando-se mais espesso e vascularizado, o que possibilita sua nutrição até que a placenta seja formada. Ao final da oitava semana de gravidez o embrião passa ser chamado de feto até o nascimento. 

A formação da mórula, portanto é uma etapa importante no desenvolvimento embrionário, tanto na gestação natural quanto na reprodução assistida.

Como acontece a formação da mórula na reprodução assistida?

A reprodução assistida conta atualmente com três técnicas principais, relação sexual programada (RSP), inseminação artificial (IA) e fertilização in vitro (FIV). Elas se diferenciam pela complexidade dos procedimentos. Nas duas primeiras, por exemplo, de baixa complexidade, a fecundação acontece naturalmente, nas tubas uterinas, e não é possível acompanhar o desenvolvimento embrionário. 

Já na FIV, técnica de alta complexidade, a fecundação é realizada em laboratório. Os embriões formados se desenvolvem por alguns dias e são posteriormente transferidos diretamente ao útero materno.

Essa etapa do tratamento é chamada de cultivo embrionário: os embriões são acomodados em incubadores em meios de cultura que simulam o ambiente natural e podem se desenvolver até a fase de blastocisto.

Um embriologista acompanha o desenvolvimento diariamente, observando cada fase, inclusive a formação da mórula, selecionando, dessa forma, apenas os embriões mais saudáveis para serem transferidos ao útero.

Na maioria dos casos a transferência ocorre na fase de blastocisto, porém muitas vezes é necessário que o desenvolvimento aconteça em ambiente uterino, por isso os embriões são transferidos ainda durante as clivagens iniciais, entre o segundo e terceiro dia, fase chamada D3, o que é particularmente importante quando eles possuem a saúde mais frágil.

A observação do desenvolvimento embrionário está entre os aspectos que aumenta as chances de sucesso gestacional. Os percentuais registrados pela FIV são, em média, de 40% por ciclo de tratamento. 

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