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Histerossalpingografia: indicações do exame

por Dr. Augusto Bussab



"A infertilidade feminina é uma condição permanente ou transitória, que normalmente provocada por alterações na dinâmica hormonal ou problemas relacionados às estruturas do sistema reprodutivo: ovários, útero e tubas uterinas. Enquanto as alterações ovarianas normalmente resultam em infertilidade por oligovulação ou anovulação (ausência de ciclos […]"
Histerossalpingografia: indicações do exame

A infertilidade feminina é uma condição permanente ou transitória, que normalmente provocada por alterações na dinâmica hormonal ou problemas relacionados às estruturas do sistema reprodutivo: ovários, útero e tubas uterinas.

Enquanto as alterações ovarianas normalmente resultam em infertilidade por oligovulação ou anovulação (ausência de ciclos ovulatórios), as uterinas e tubárias podem prejudicar a fertilidade por danos à fecundação, ao trânsito do embrião até o útero e ao processo de implantação embrionária.

O útero é composto por três tipos de tecido: endométrio, miométrio e perimétrio, com funções específicas no ciclo reprodutivo e na gestação.

O endométrio reveste a cavidade uterina, portanto está em contato direto com o embrião quando há fecundação e com a placenta, durante a gestação. Para realizar essas tarefas, a cada ciclo reprodutivo se prepara para uma possível gravidez, aumentando sua espessura e complexidade sob a ação dos hormônios estrogênio e progesterona.

Quando não há fecundação, no final do ciclo reprodutivo, com a queda dos hormônios que atuam no endométrio, esse tecido descama e é expelido em forma de sangue menstrual, marcando o início de um novo ciclo.

As tubas uterinas conectam os ovários ao útero, sendo por isso fundamentais na condução dos gametas em seu encontro para a fecundação, e do embrião ao útero, para que possa se fixar e dar início à gestação.

Os problemas relacionados às estruturas e dinâmicas hormonais mencionadas podem prejudicar a fertilidade, além de aumentar a chance para gestações de risco, por isso, devem ser rigorosamente investigados e tratados, especialmente quando a mulher inicia as tentativas para engravidar.

Os exames de imagem são ferramentas muito importantes para a realização de diagnósticos precisos e, nesse sentido, a histerossalpingografia tem se mostrado um instrumento valioso na avaliação da saúde uterina e tubária, como veremos no texto a seguir.

Boa leitura!

O que é histerossalpingografia?

A histerossalpingografia é um exame de imagem do tipo radiológico – ou seja, que utiliza radiação – utilizado para observar a cavidade do útero e as tubas uterinas. Para isso, essas estruturas devem ser previamente preenchidas por contraste, para que haja o destacamento das áreas nas imagens obtidas pelo exame.

Embora demande equipamento de radiação específico, a histerossalpingografia é um exame simples e acessível, que permite observar a morfologia dos órgãos reprodutores femininos e identificar suas alterações.

Como a histerossalpingografia é feita com contraste, que permanece em contato com a cavidade uterina e tubas, é importante ficar atenta à preparação prévia ao exame, evitando problemas e erros nos resultados.

Para determinar a data do exame é necessário monitorar a ovulação, agendando-o entre o 8º e 10º dia do ciclo reprodutivo. Nos dias que antecedem o procedimento, a mulher deve realizar o preparo intestinal, que pode ser feito com o auxílio de medicação prescrita pelo médico. Também sob orientação médica, analgésicos podem ser prescritos cerca de 15 minutos antes do exame para diminuir possíveis desconfortos.

É importante ressaltar que a histerossalpingografia é contraindicada para mulheres grávidas, podendo provocar perda gestacional caso o médico não seja informado do estado gravídico.

Mulheres com ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) ativas, especialmente a clamídia, bem como aquelas diagnosticadas do DIP (doença inflamatória pélvica), não devem realizar a histerossalpingografia.

Como a histerossalpingografia é realizada?

No momento do exame a mulher deve permanecer em posição ginecológica, com os tornozelos apoiados, para que o contraste seja injetado com o auxílio de um cateter introduzido por via transvaginal até o interior da cavidade uterina.

Após a injeção do contraste, um aparelho de tamanho específico é posicionado frontalmente à maca ginecológica, de onde emite a radiação e registra as imagens, que serão posteriormente analisadas.

É interessante que sejam obtidas várias imagens com o objetivo de observar o percurso que o contraste faz pelo útero e em direção às tubas uterinas, identificando, assim, as possíveis alterações de forma mais específica.

Quais são as indicações da histerossalpingografia?

Quando a mulher busca atendimento médico em face de sintomas dolorosos, alterações no ciclo reprodutivo e no sangramento menstrual, bem como àquelas que não manifestam sintomas, contudo têm encontrado dificuldades para engravidar, a histerossalpingografia pode ser um exame solicitado no processo da investigação diagnóstica.

Por ser uma ferramenta de análise morfológica, ou seja, que observa a forma do útero e das tubas uterinas, a histerossalpingografia geralmente é indicada quando se desconfia de malformação uterina, como útero septado, ou tubária, da presença de massas tumorais e aderências, tanto nas tubas, como no útero.

Os miomas uterinos e pólipos endometriais são duas das principais doenças em que se manifestam o surgimento e crescimento de massas tumorais (benignas) nas paredes da cavidade uterina. Especialmente quando são maiores, essas estruturas provocam deformação do útero como um todo, o que pode ser observado na histerossalpingografia.

A permeabilidade tubária, ou seja, a capacidade da tuba uterina em conduzir os gametas para a fecundação, e o embrião em direção ao útero, também pode ser observada com a histerossalpingografia. Caso as tubas estejam obstruídas, o contraste não consegue penetrar essas estruturas, que não aparecem no exame, confirmando a obstrução.

A endometriose também pode ser observada quando os focos endometrióticos estão aderidos às tubas uterinas, constituindo um dos possíveis motivos de obstrução tubária.

Além dessas condições, a histerossalpingografia identifica obstruções tubárias originadas pela presença de ISTs, como a clamídia, inclusive após o tratamento, pois estas doenças podem deixar cicatrizes em forma de aderências, que prejudicam o fluxo nas tubas uterinas, mesmo quando erradicadas.

Histerossalpingografia como ferramenta para a reprodução assistida

Embora atualmente a medicina reprodutiva ofereça técnicas de reprodução assistida – RSP (relação sexual programada), IA (inseminação artificial) e FIV (fertilização in vitro) – com taxas de gravidez bastante expressivas, a presença de doenças que afetam a fertilidade e não foram previamente identificadas e tratadas, pode diminuir consideravelmente a chance de conseguir uma gestação.

Por isso, a histerossalpingografia costuma ser um exame solicitado durante a investigação das causas da infertilidade conjugal, mesmo na ausência de sintomas, já que algumas alterações identificadas pelo exame podem ser assintomáticas.

Caso ainda tenha dúvidas sobre a histerossalpingografia, toque o link e leia mais.


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