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Hipófise e fertilidade

por Dr. Augusto Bussab



"Sistema endócrino é o termo que descreve o conjunto de glândulas responsáveis pela produção e secreção de hormônios, substâncias químicas que ajudam a controlar as funções do corpo, do metabolismo e crescimento às emoções, sono, humor e reprodução. A hipófise é a principal glândula do […]"
Hipófise e fertilidade

Sistema endócrino é o termo que descreve o conjunto de glândulas responsáveis pela produção e secreção de hormônios, substâncias químicas que ajudam a controlar as funções do corpo, do metabolismo e crescimento às emoções, sono, humor e reprodução.

A hipófise é a principal glândula do sistema endócrino. Também conhecida como glândula pituitária, tem o formato semelhante ao de um feijão, fica situada na base do cérebro e produz hormônios que afetam quase todos os sistemas do corpo, incluindo o reprodutor. 

É formada por dois lobos ativos, um anterior e um posterior. O lobo anterior, adeno-hipófise, produz e secreta a maior parte dos hormônios hipofisários. Já o posterior, neuro-hipófise, apesar de não produzir nenhum hormônio libera dois entre os produzidos nos núcleos do hipotálamo.

Hipotálamo é a região do encéfalo localizada no centro do sistema nervoso, acima da hipófise, que controla a secreção hipofisária por sinais hormonais e nervosos.

Fundamental para a fertilidade de mulheres e homens, a hipófise compõe um eixo importante para o sucesso gestacional, hipotálamo-hipófise-gônadas, as glândulas sexuais femininas e masculinas, ovários e testículos respectivamente.

Continue a leitura até o final para conhecer mais sobre a hipófise e sua relação com a fertilidade. Confira!

Entenda qual a relação da hipófise com a fertilidade

Os ciclos reprodutivos iniciam na puberdade, quando os homens passam a produzir espermatozoides e as mulheres a ovular. Enquanto a produção de espermatozoides é contínua, ou seja, dura durante toda a vida, as mulheres já nascem com uma reserva ovariana, quantidade de folículos, bolsas que contêm os óvulos primários, para serem utilizados durante a fase fértil. 

Enquanto os ovários são responsáveis pelo armazenamento dos folículos ovarianos, os testículos respondem pela produção dos espermatozoides, que acontece nos túbulos seminíferos, estruturas enoveladas localizados em cada lóbulo testicular. 

Óvulos e espermatozoides, por sua vez, são as células sexuais que carregam as informações genéticas de cada um dos pais e se fundem para originar uma nova vida. 

O sistema reprodutor, assim como outros, depende de diferentes hormônios para funcionar corretamente. Regidos pela hipófise, eles são essenciais para o sucesso gestacional e qualquer alteração pode comprometer a capacidade reprodutiva. Veja, abaixo, qual a relação da hipófise com a fertilidade feminina e masculina: 

Hipófise e fertilidade feminina

O ciclo menstrual ou reprodutivo das mulheres inicia com a menstruação, quando o hipotálamo secreta o hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), de forma pulsátil, para estimular a hipófise a secretar o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH), que viajam pela corrente sanguínea até os ovários.

O FSH promove o recrutamento e crescimento de vários folículos para que um deles se destaque, desenvolva e amadureça. O folículo dominante é chamado de folículo antral e seu amadurecimento acontece pela ação do LH. 

Aproximadamente na metade do ciclo o LH atinge seu pico, induzindo o folículo ao rompimento e liberação do óvulo, também maduro, para ser fecundado pelo espermatozoide, processo em que ocorre a fusão dos gametas. 

Hipófise e fertilidade masculina

As gonadotrofinas FSH e LH secretadas pela hipófise também são necessárias para a produção de espermatozoides, processo denominado espermatogênese. Após serem liberadas, elas viajam na corrente sanguínea até os testículos e atuam em células especializadas. 

As células de Sertoli, aderidas aos túbulos seminíferos, respondem ao FSH sintetizando fatores de crescimento que modulam o processo de divisão e diferenciação das células germinativas, enquanto o LH atua nas células de Leydig, localizadas no espaço entre os túbulos, responsáveis pela secreção de testosterona, principal hormônio masculino, que garante o desenvolvimento e manutenção da espermatogênese e amadurecimento dos espermatozoides. 

Após serem produzidos os espermatozoides amadurecem nos epidídimos, quando a cauda é formada, parte que lhes confere motilidade, capacidade de movimento no organismo feminino. Durante o estímulo sexual são transportados aos ductos deferentes e incorporados aos líquidos produzidos pelas glândulas anexas compondo o sêmen, expelido pelo pênis durante a ejaculação. 

O funcionamento inadequado da hipófise, portanto, pode causar problemas na fertilidade ao interromper o sistema hormonal. 

Os tumores que afetam a glândula (adenomas hipofisários) são a causa principal e apesar de geralmente serem benignos podem provocar um desequilíbrio nos níveis de FSH e LH, interferindo, consequentemente, no processo de desenvolvimento, amadurecimento ou ruptura do folículo, resultando em anovulação ou ausência de ovulação.

Nos homens, por outro lado, comprometem a produção dos espermatozoides. Nesse caso, o resultado é a ausência dos gametas no sêmen, condição denominada azoospermia, assim como interferem no amadurecimento, levando muitas vezes à formação incorreta da cauda, o que impede ou dificulta o movimento no organismo feminino (astenozoospermia). 

Nas duas situações a fecundação, fusão dos gametas que origina a primeira célula do futuro ser humano, não acontece.

O tratamento geralmente é feito com medicamentos, eficazes para bloquear ou corrigir a produção de hormônios. A cirurgia para remoção dos tumores é opção apenas nos casos em que a terapia farmacológica não é bem-sucedida. 

Com a correção dos níveis hormonais, muitas vezes é possível engravidar naturalmente. Quando isso não acontece, a reprodução assistida é um recurso importante e ajuda bastante a aumentar as chances. 

Reprodução assistida

A técnica mais indicada nesses casos é a fertilização in vitro com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que a fecundação é realizada em ambiente laboratorial, precedida da coleta e seleção dos melhores óvulos e espermatozoides. 

Para coletar os óvulos, a mulher é submetida à estimulação ovariana, procedimento que utiliza medicamentos hormonais sintéticos semelhantes aos naturais para estimular o desenvolvimento de mais folículos ovarianos, acompanhado por exames de ultrassonografia periódicos.

Quando eles atingem o tamanho ideal novos medicamentos os induzem ao amadurecimento final e ovulação, momento em que são coletados por aspiração folicular para posterior extração e seleção dos óvulos.

Em homens com azoospermia, por outro lado, os espermatozoides podem ser coletados diretamente dos epidídimos ou testículos e, após a coleta, são capacitados por técnicas de preparo seminal, que selecionam os mais saudáveis. 

Durante a fecundação cada espermatozoide é ainda novamente avaliado, em movimento, por um microscópio de alta magnificação. Depois de ter a saúde confirmada é injetado diretamente no citoplasma do óvulo. Os embriões formados se desenvolvem por alguns dias e são transferidos ao útero materno. 

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