Já faz tempo que a gestação compartilhada para casais homoafetivos está sendo procurada nas clÃnicas de Reprodução Assistida.
Nos últimos anos temos testemunhado um aumento nos casos de famÃlias que se afastam do conceito tradicional formado por pai, mãe e filhos. Mulheres solteiras e casais homoafetivos são alguns exemplos desses novos modelos.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) é o órgão que estabelece as regras para o uso das técnicas de medicina reprodutiva no paÃs. Segundo o CFM, a medicina não tem preconceitos e deve respeitar a todos igualmente.
A gestação compartilhada em casais femininos que desejam ter filhos está se tornando uma opção muito popular na nossa sociedade.
Este texto aborda um pouco sobre os métodos existentes de reprodução assistida e esclarece quais são as opções para os casais homoafetivos femininos.
Acompanhe o artigo e descubra de que maneira você pode realizar o sonho de aumentar a famÃlia.
Mas afinal, o que é gestação compartilhada?
Gestação compartilhada é a situação em que o embrião obtido a partir da fecundação de óvulos de uma mulher é transferido para o útero de sua parceira, ainda que não exista diagnóstico de infertilidade. Esse procedimento permite que ambas as futuras mães participem ativamente do tratamento e se sintam conectadas à criança.
Atualmente, um casal homoafetivo formado por mulheres, pode ter filhos graças às técnicas de reprodução assistida: inseminação artificial (IA) e fertilização in vitro (FIV), ambas com sêmen de um doador.
No entanto, para realizar o tratamento, é preciso observar algumas regras. A mulher que vai doar os óvulos deve ter no máximo 35 anos, da mesma forma que a receptora da gravidez não poderá ter mais do que 50 anos, segundo recomendação do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Qual técnica possibilita a gestação compartilhada?
A única técnica que possibilita a gestação compartilhada é a fertilização in vitro. Veja a seguir como ela funciona.
Na fertilização in vitro, ambas participam do processo de fecundação e gestação, ou seja: é possÃvel usar o óvulo de uma das mulheres, e a gestação irá se desenvolver no útero da sua parceira.
1. Estimulação ovariana
A estimulação ovariana controlada consiste na administração de medicamentos hormonais para que os ovários, em vez de desenvolverem um único folÃculo — como o fazem naturalmente a cada mês —, sejam estimulados a desenvolver uma quantidade maior, obtendo, assim, o número adequado de óvulos para a fertilização e, consequentemente, mais embriões.
2. Punção folicular e preparo seminal
Após a confirmação, por exames de ultrassonografia transvaginal, de que a maioria dos folÃculos ovarianos atingiu a dimensão adequada, são administrados novos medicamentos para induzir o amadurecimento e rompimento do folÃculo: a ovulação ocorre em aproximadamente 36 horas.
A punção folicular, ou captação dos folÃculos maduros, é realizada durante esse perÃodo: os folÃculos maduros são coletados individualmente e os óvulos extraÃdos em laboratório.
Simultaneamente o sêmen do doador é submetido ao preparo seminal, técnica que possibilita a seleção dos mais saudáveis.
3. Fecundação
Esse processo pode ser realizado pela técnica de FIV convencional, que consiste em colocar óvulos na placa de cultura juntamente com os espermatozoides capacitados. Porém, atualmente o método mais utilizado á FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide) em cada um é injetado diretamente no óvulo por um aparelho especial.
4. Cultivo embrionário
Os embriões formados pela fecundação são cultivados por até seis dias em laboratório, processo acompanhado diariamente.
5. Transferência de embriões
Os embriões são depositados no útero da mulher responsável pelo desenvolvimento da gestação, para que a implantação ocorra naturalmente. Para isso, é utilizado um cateter especÃfico de transferência de embriões. O número a ser transferido depende da idade da paciente. O CFM determina: de 1 a 2 embriões até 35 anos, de 36 a 39 anos, 3 embriões e acima dos 40 anos, 4 embriões.
Apesar de a FIV ser a única técnica que possibilita a gestação compartilhada, os casais homoafetivos femininos também podem engravidar com o auxÃlio da inseminação artificial. Veja como ela funciona:
Inseminação artificial com sêmen de doadores (IA)
A inseminação artificial é uma técnica simples, rápida (leva alguns minutos) e é praticamente indolor. É realizado na mesma consulta e não é necessário internação nem anestesia.
Uma única inseminação por ciclo é suficiente se feita no momento certo, ou seja, no momento da ovulação.
Para aumentar a eficácia da inseminação são utilizados medicamentos para induzir a ovulação e o desenvolvimento folicular, quando necessário, cuja dose é ajustada a cada paciente em particular, evitando assim que o ovário responda à medicação excessiva e obtenha gravidezes múltiplas.
Também é fundamental verificar a evolução do folÃculo por meio de ultrassonografia vaginal em série (foliculograma) para melhor controle da resposta. Essas verificações de ultrassom são curtas e geralmente variam de duas a quatro. No perÃodo adequado, é feita a introdução do sêmen doado diretamente no útero da paciente.
Pela lei o doador de sêmen deve ser anônimo, mas as futuras mães podem escolher traços fÃsicos e comportamentais, como cor dos olhos, cabelos, estatura, profissão e hobbies.
Taxas de sucesso
As taxas de sucesso das técnicas de gestação compartilhada em reprodução assistida variam de acordo com todos as técnicas e os fatores que possam influenciá-las.
A inseminação artificial, por exemplo, depende da qualidade dos gametas, mas sua taxa de sucesso varia entre 20% e 25% por ciclo de tratamento, um valor bem inferior à FIV.
Já a fertilização in vitro (FIV), mensura sua taxa de sucesso relacionando o número de ciclos realizados com o número de nascidos vivos. Um dos principais fatores que interferem nesse processo é a idade da mulher.
De modo geral, a FIV possui cerca de 40% de chances de sucesso a cada ciclo e é uma das técnicas de reprodução assistida mais eficaz.
Caso queira entender melhor sobre a gestação compartilhada em casais homoafetivos, acesse o artigo aqui.
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