Falha de implantação: o que é e por que ocorre?

O processo realizado pelo corpo feminino para dar início a uma gravidez é bastante complexo, envolvendo vários órgãos e diferentes etapas. Se qualquer detalhe não acontece como deveria, o resultado para a gestação é negativo.

E se engana quem acredita que a fecundação é o último passo deste processo. Após fecundado, o embrião formado precisa se deslocar das tubas uterinas e seguir para o útero, onde ele deve se fixar para que a gravidez, de fato, se inicie. Esta etapa, chamada de nidação, é extremamente importante, mas muitas vezes não é bem-sucedida.

Quando a nidação não acontece, considera-se que houve a falha de implantação do embrião. Isso pode acontecer tanto nas tentativas convencionais de engravidar, quanto na realização de técnicas de reprodução assistida.

Para entender o que caracteriza este problema e porque ele pode ocorrer, continue lendo o conteúdo a seguir:

O que é nidação?

Para entender o que é nidação, é necessário entender como o período fértil da mulher funciona e como se dá o início da gestação.

Todos os meses as mulheres passam por um ciclo no qual o corpo se prepara gerar um bebê. Isso começa com alterações hormonais que têm o objetivo de preparar o endométrio para receber o embrião e de estimular os óvulos para a ovulação.

Por volta do décimo quarto dia deste ciclo, a ovulação acontece e um óvulo sai dos ovários e vai para as tubas uterinas, onde poderá ser fecundado por um espermatozoide. Quando a fecundação acontece, um embrião é formado ainda nas tubas e em seguida vai para o útero, onde se desenvolverá durante os 9 meses de gestação.

O útero é um órgão formado por vários elementos e um deles é o endométrio — um tecido que reveste a camada interna do útero. Os hormônios sexuais, durante o ciclo menstrual, fazem com que o endométrio tenha sua espessura aumentada, para que o embrião recém-formado possa se fixar ali.

Este processo de fixação do embrião no endométrio é chamado de nidação, o estágio inicial de qualquer gravidez. A nidação pode acontecer até duas semanas depois do momento em que o óvulo foi fecundado, e pode causar sintomas como sangramento e cólicas.

O que é a falha de implantação?

A falha da implantação acontece quando a nidação não é bem-sucedida. Ou seja, a fecundação acontece e o embrião é formado, mas não consegue chegar até o endométrio ou chega até lá e não consegue se fixar.

É um problema que pode acontecer com qualquer mulher, fazendo com que ela seja considerada infértil após 12 meses de tentativas sem um resultado positivo. Quando isso acontece, uma solução é buscar os procedimentos de reprodução assistida, mas é preciso saber que a falha de implantação também pode acontecer nessa situação.

A diferença é que, quando se realiza um procedimento de RA e este problema ocorre, é mais fácil identificar sua causa e resolvê-lo.

Quais são as causas da falha de implantação?

A falha de implantação pode acontecer até mesmo entre as mulheres que não possuem nenhum problema aparente, mas é mais comum que seja causada por alguma doença ou por alterações hormonais. Algumas que podem ser citadas, são:

Endometrite

A endometrite é uma inflamação do endométrio, geralmente causada por infecções bacterianas ou infecções sexualmente transmissíveis. é uma doença que afeta diretamente o tecido, fazendo com que ele não esteja receptivo ao embrião.

Endometriose

A endometriose é uma das principais causas da infertilidade feminina, e também pode causar a falha de implantação. A doença pode afetar a anatomia do útero, dificultando a fixação do embrião.

Além disso, os fragmentos do tecido endometrial podem atingir e obstruir as tubas uterinas, fazendo com que o embrião não consiga se deslocar até o útero.

Alterações hormonais

A espessura do endométrio é extremamente importante para que o embrião consiga se fixar, e os hormônios sexuais são os responsáveis por prepará-lo a cada ciclo menstrual.

Quando ocorrem alterações hormonais, elas podem afetar esse processo e fazer com que o tecido não fique espesso o suficiente para a nidação, causando a falha na implantação.

Hidrossalpinge

A hidrossalpinge é uma doença infecciosa que provoca um acúmulo de líquidos nas tubas uterinas, causando sua dilatação e obstrução. Isso pode impedir que o embrião consiga chegar até o útero, impossibilitando a gravidez, ou, em casos mais graves, causando uma gestação ectópica.

Miomas uterinos

Os miomas uterinos são tumores que podem se desenvolver por todo o útero. Apesar de serem benignos, podem causar diversos sintomas, incluindo a infertilidade. Existem diferentes tipos de miomas, de acordo com sua localização.

Os miomas submucosos crescem para dentro do útero e podem prejudicar o desenvolvimento endometrial, dificultando a implantação do embrião.

Pólipos endometriais

Os pólipos endometriais são tumores causados pelo crescimento excessivo das células do endométrio, que se fixam na cavidade interna do útero. Eles podem impedir que o embrião fecundado chegue até o útero ou, quando chegam, encontram grande dificuldade para se fixar ali.

Quais são os tratamentos para falha de implantação?

O primeiro passo para solucionar a falha de implantação é identificar e tratar sua causa. Problemas como miomas, pólipos e endometrite, por exemplo, devem ser tratados antes de dar início a uma nova tentativa de gravidez.

Outra opção para gerar uma gravidez quando há dificuldade na implantação, são as técnicas de reprodução assistida. A FIV é a técnica mais indicada por apresentar maior taxa de sucesso e pelo fato do embrião já fecundado e desenvolvido ser transferido diretamente para o útero, não havendo a necessidade de passar pelas tubas uterinas, por exemplo. Ainda assim, a nidação precisa acontecer e isso só pode ser feito de forma natural pelo corpo feminino.

Para evitar as falhas de implantação, é necessário tratar cada caso individualmente, após diagnosticar o problema. Existem diversos possíveis tratamentos, e apenas um médico poderá indicar a melhor opção para o seu caso.

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