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Qual a diferença entre endometriose e endometrite?

por Dr. Augusto Bussab



"Endometriose e endometrite"
Qual a diferença entre endometriose e endometrite?

Os nomes de doenças às vezes são semelhantes e confundem muitas pessoas, fazendo com que acreditem que duas doenças distintas sejam a mesma. Um exemplo dessa situação é endometriose e endometrite.

A endometriose e a endometrite são duas patologias diferentes. Enquanto uma se caracteriza pela presença de tecido endometrial em outras regiões do corpo feminino que não o útero, como órgãos da pelve, a outra é uma inflamação endometrial.

No texto de hoje, vou falar sobre as diferenças entre ambas as patologias e mostrar que, embora possam causar infertilidade, isso ocorro de maneira diferente.

Endometriose e suas características

A endometriose é uma afecção em que células do endométrio, revestimento muscular que recobre internamente a cavidade uterina migra para outras regiões do organismo feminino, alcançando tubas uterinas, ovários, bexiga, cavidade abdominal, intestinos e reto. Trata-se de um problema grave que pode provocar a infertilidade feminina.

Diferentes tipos e sintomas

A endometriose pode ser superficial peritoneal, ovariana cística (endometrioma) ou infiltrativa profunda, atingindo diferentes órgãos. Embora em algumas mulheres ela possa se desenvolver de modo assintomático, é mais comum que os seguintes sintomas sejam relatados:

  • Dores pélvicas e abdominais no período menstrual;
  • Cólicas que ocorrem de modo cíclico antes da menstruação;
  • Dor ou desconforto durante relações sexuais;
  • Sensação de cansaço sem causa aparente;
  • Diarreia ou prisão de ventre;
  • Alterações intestinas e urinárias cíclicas;
  • Dificuldades para engravidar – infertilidade.

Tratando a endometriose

O tratamento para endometriose envolve o uso de medicamentos ou a realização de procedimentos cirúrgicos.

No caso de medicamentos, normalmente é feito o uso de agonistas hormonais, como forma de controlar o avanço das células endometriais. Já quando se opta pelo procedimento cirúrgico, é possível remover o excesso de tecido endometrial em regiões infiltradas ou optar pela remoção dos órgãos, quando possível (histerectomia).

É importante ressaltar que cada mulher possui um organismo diferente. Dessa maneira, o tratamento também é individual.

Endometrite

Embora o endométrio também seja lesado na endometrite, a patologia se difere da endometriose. Nessa doença, as células endometriais não invadem outros tecidos, mas se tornam inflamadas devido a algum agente etiológico, como bactérias, ou algum tipo de lesão tecidual.

Tipos e sintomatologia

A endometrite pode ser aguda ou crônica. Essa diferença está diretamente relacionada ao período de duração da doença e sua forma de manifestação. Quando ocorre de maneira rápida e súbita, é considerada aguda. Se perdura por longos períodos, pode-se afirmar que se trata do tipo crônico da doença.

Os sinais dessa afecção são:

  • Dor abdominal em volta do umbigo;
  • Presença de febre, podendo superar os 39 ºC;
  • Dismenorreia;
  • Aumento do fluxo menstrual;
  • Presença de corrimento;
  • Sensação de peso acima do útero.

Tratamento da endometrite

O tratamento da endometrite pode ser medicamentoso ou cirúrgico.

Os fármacos indicados para tratamento dessa condição são antibióticos, que combatem as bactérias, ou anti-inflamatórios, visando fazer com que a inflamação cesse.

Em situações mais graves, quando a inflamação é crônica, pode ser indicada a intervenção cirúrgica: cistectomia, que visa à restauração da anatomia pélvica, retirando o tecido inflamado, ou histerectomia, cirurgia radical que retira o útero.

DIP e endometrite

Outra condição que pode favorecer ou agrava a endometrite é a DIP (doença inflamatória pélvica). A DIP tem origem infecciosa na vagina e pode avançar para os órgãos internos, tornando-os inflamados e fazendo com que percam sua funcionalidade anatômica.

Endometriose, endometrite e infertilidade

Endometriose e endometrite possuem relação semelhante com a infertilidade pelo fato de afetarem a funcionalidade do endométrio.

Quando o útero sofre algum tipo de dano ou lesão, o embrião pode não se fixar (processo denominado nidação) de maneira adequada, o que pode impedir a gestação.

No entanto, além de impedir o processo de nidação, a endometriose e a endometrite ainda afetam a saúde do endométrio, aumentando as chances de abortamento espontâneo.

Endometriose e endometrite e as técnicas de reprodução assistida

Embora a endometriose e a endometrite possam trazer dificuldades do ponto de vista da fertilidade, não significa que uma mulher portadora desse tipo de problema se torne obrigatoriamente infértil.

Em ambos os casos, recomenda-se que um tratamento seja feito antes do início da reprodução assistida devido à chance de falha. É possível planejar todo o processo terapêutico da doença em paralelo com a indicação das técnicas de reprodução assistida.

A técnica de reprodução assistida mais indicada para casos de endometriose e endometrite é a FIV (fertilização in vitro).

Se esse texto foi útil para você, mas ainda deseja mais informações sobre endometriose, indico a leitura desse artigo.

 


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