O equilÃbrio dos hormônios reprodutivos é essencial à reprodução e sucesso da gravidez.
Hormônios são substâncias quÃmicas produzidas por glândulas que compõem o sistema endócrino. Coordenam diferentes funções no organismo, levando mensagens pela corrente sanguÃnea para órgãos, pele, músculos e outros tecidos, em que encontram receptores funcionando como um sinalizador celular, regulando funções importantes, como por exemplo:
- metabolismo;
- crescimento e desenvolvimento;
- homeostase processo de regulação pelo qual um organismo mantém constante o seu equilÃbrio, como pressão arterial, glicose, fluidos, eletrólitos e temperatura corporal;
- função sexual;
- ciclo sono-vigÃlia;
- humor;
- reprodução.
Esse processo é orientado por eixos, geralmente compostos pelo hipotálamo, hipófise e órgãos alvo, em um tipo de comunicação que estimula a secreção e/ou diminuição da liberação de determinado hormônio, mantendo, dessa forma, os nÃveis sempre em equilÃbrio.
O eixo que orienta a produção dos hormônios reprodutivos é o HHO (hipotálamo-hipófise-gônadas), formado pelo hipotálamo, região localizada no centro do sistema nervoso, hipófise, glândula situada na base do cérebro e pelas gônadas, as glândulas ou gônadas sexuais de mulheres e homens, ovários e testÃculos respectivamente.
Mostramos, neste texto, a relação entre o eixo HHO e a fertilidade feminina. Continue a leitura até o final e confira!
Entenda como o eixo HHO funciona e sua relação com a fertilidade feminina
As mulheres nascem com uma reserva ovariana, estoque de folÃculos armazenados nos ovários, estruturas que contêm o óvulo imaturo, que são utilizados durante a fase reprodutiva, localizada entre a puberdade, quando ciclos menstruais se iniciam, e a menopausa, quando se encerram.
Nos ciclos menstruais, ocorrem as etapas iniciais da gravidez e diferentes hormônios atual nesse processo; o GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas), as gonadotrofinas FSH (hormônio folÃculo-estimulante e LH (hormônio luteinizante), bem como os principais hormônios femininos estrogênios e progesterona, além da testosterona que apesar de ser o hormônio masculino mais importante, também é produzida em pequenas quantidades no organismo feminino.
O ciclo menstrual acontece em três fases. Entenda, abaixo, como o eixo HHO atua em cada uma delas:
1ª fase – folicular
No inÃcio da fase folicular, o hipotálamo secreta o GnRH, que estimular a hipófise a secretar a gonadotrofinas FSH e LH. O FHS promove o recrutamento e crescimento de vários folÃculos ovarianos, porém apenas um deles se destaca, desenvolve e amadurece, bem como seu óvulo, sob estÃmulo do LH.
Durante o desenvolvimento do folÃculo o LH atua nas células da teca, situadas na parte externa, estimulando a produção de testosterona, convertida em estrogênio pelo FSH. O estrogênio, por sua vez, inicia o preparo do endométrio, tornando adequado para receber um possÃvel embrião formado na fecundação.
O endométrio é um tecido epitelial composto por glândulas, estroma e vasos sanguÃneos, que que reveste o útero internamente e se torna mais espesso e vascularizado pela ação do estrogênio. Nessa camada uterina ocorre a implantação do embrião, quando ele se fica para dar inÃcio à gravidez, é nutrido e abrigado até a formação da placenta.
2ª fase – ovulatória
Na segunda fase do ciclo menstrual, nÃveis altos de estrogênio sinalizam para a hipófise a liberação de mais LH, cujo pico induz o folÃculo ao amadurecimento final e rompimento para liberação do óvulo, evento conhecido como ovulação.
3ª fase do ciclo menstrual – lútea
Após o rompimento do folÃculo, suas células resquiciais transformam-se em uma glândula endócrina temporária denomina corpo-lúteo, que tem como função a secreção de progesterona, hormônio responsável pelo preparo final do endométrio, estratificando o processo iniciado pelo estrogênio, tornando-o receptivo ao embrião.
Quando a fecundação acontece, o corpo-lúteo continua a secretar progesterona mantido pelo LH, até a placenta estar estabelecida e assumir essa função. Se não houver fecundação, por outro lado, o corpo-lúteo degenera, os nÃveis hormonais diminuem levando à descamação do endométrio, menstruação e inÃcio de um novo ciclo.
Alterações no eixo HHO, portanto, podem levar ao desequilÃbrio dos hormônios reprodutivos, prejudicando etapas importantes do ciclo menstrual, resultando, dessa forma, em infertilidade feminina.
O que pode afetar o eixo HHO e prejudicar a fertilidade?
Qualquer problema em dos componentes do eixo HHO pode afetar o equilÃbrio dos hormônios reprodutivos e resultar em infertilidade. As consequências variam de quadros de anovulação, ausência de ovulação, ao preparo inadequado do endométrio, o que provoca falhas na implantação e abortamento.
Uma doença bastante comum durante a fase reprodutiva, a SOP (sÃndrome dos ovários policÃsticos), se destaca como causa comum de anovulação. A SOP é um distúrbio endócrino caracterizado pelo aumento de testosterona, interferindo no processo de desenvolvimento e amadurecimento dos folÃculos ovarianos, resultando em distúrbios ovulatório. Além da anovulação, a oligovulação, ovulação irregular está entre as consequências.
Distúrbios da tireoide, como o hipotireoidismo, também podem afetar o ciclo menstrual. Eles atuam no processo de desenvolvimento e amadurecimento dos folÃculos ovarianos e na implantação do embrião, quando se fixa ao endométrio para dar inÃcio à gestação.
A falência ovariana prematura (FOP), também conhecida como menopausa precoce, condição em que os sintomas da menopausa acontecem antes dos 40 anos, é ainda uma das possÃveis causas.
O desequilÃbrio hormonal pode ser percebido por irregularidades nos ciclos menstruais, como ciclos mais longos ou curtos do que o normal, fluxo em maior ou menor intensidade ou ausentes. A ausência de menstrual (amenorreia) é, inclusive, o principal sinal de anovulação.
Após os tratamentos primários dos problemas que afetaram o eixo HHO, entretanto, é possÃvel engravidar naturalmente em boa parte dos casos. Se não houver sucesso, técnicas de reprodução assistida podem auxiliar a gravidez.
Podem ser indicadas da mais simples, relação sexual programada (RSP) à mais complexa, fertilização in vitro (FIV), de acordo com cada caso e severidade do quadro.
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