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Como saber se tenho hipotireoidismo?

por Dr. Augusto Bussab



"As funções corporais são reguladas por hormônios, substâncias produzidas e/ou secretadas por glândulas que compõem o sistema endócrino, que são liberadas na corrente sanguínea e viajam até os órgãos-alvo. A tireoide é uma das maiores e mais importantes glândulas do sistema endócrino. Com um formato […]"
Como saber se tenho hipotireoidismo?

As funções corporais são reguladas por hormônios, substâncias produzidas e/ou secretadas por glândulas que compõem o sistema endócrino, que são liberadas na corrente sanguínea e viajam até os órgãos-alvo.

A tireoide é uma das maiores e mais importantes glândulas do sistema endócrino. Com um formato semelhante ao de uma borboleta, fica localizada no pescoço, abaixo da laringe, e produz hormônios que controlam o metabolismo das células, essenciais em diferentes processos, incluindo o reprodutivo.

Distúrbios da tireoide, portanto, podem comprometer a função reprodutiva de mulheres e homens, bem como afetar a saúde geral de diferentes formas. O hipotireoidismo está entre eles e pode resultar, muitas vezes, em infertilidade. Continue a leitura até o final e descubra como essa condição é diagnosticada. Confira!

Saiba mais sobre o hipotireoidismo e o que pode indicar a condição

O eixo hipotálamo-hipófise-tireoide é o responsável pelo controle dos hormônios tireoidianos. O hipotálamo, região localizada no encéfalo, centro do sistema nervoso, produz o hormônio liberador de tireotrofina (TRH), que por sua vez estimula a hipófise, glândula localizada na base do cérebro, a produzir o hormônio estimulante da tireoide (TSH).

O TSH é liberado na corrente sanguínea e, quando atinge a tireoide, estimula a produção de triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4), os hormônios tireoidianos. Hipotireoidismo, é o distúrbio da tireoide caracterizado pela produção insuficiente desses hormônios, geralmente provocado pela tireoide de Hashimoto, uma doença autoimune em que anticorpos atacam por engano a glândula.

Outras causas de hipotireoidismo incluem:

  • tumores na hipófise, geralmente benignos;
  • histórico familiar;
  • tratamento para o hipertireoidismo, condição contrária em que há um aumento na produção dos hormônios tireoidianos;
  • câncer da tireoide e seus tratamentos;
  • distúrbios hereditários que impedem a produção adequada;
  • falta de iodo.

Além de atuar em órgãos do sistema reprodutor, como os ovários e testículos, responsáveis pela produção das células sexuais, óvulos e espermatozoides, os hormônios tireoidianos regulam, ainda, funções de outros importantes para a saúde geral, como coração, cérebro fígado e rins, interferindo, assim, em aspectos como peso, memória, humor, produção dos espermatozoides, desenvolvimento e amadurecimento dos folículos ovarianos, que contém o óvulo primário ou imaturo.

Assim, quando os níveis estão abaixo do normal, o corpo sinaliza de diferentes formas. Observar os possíveis sintomas do hipotireoidismo é uma das formas de saber se tem o distúrbio, contribuindo para diagnosticá-lo precocemente. Os mais comuns são:

  • ganho de peso com dificuldades para emagrecer;
  • cansaço extremo;
  • irregularidades no ciclo menstrual;
  • aumento do fluxo menstrual;
  • problemas na potência sexual masculina;
  • diminuição da libido;
  • diminuição da memória;
  • diminuição dos reflexos;
  • diminuição da frequência cardíaca;
  • ressecamento da pele;
  • queda de cabelo;
  • intolerância ao frio;
  • dores musculares;
  • dor, rigidez ou inchaço nas articulações;
  • inchaço na face;
  • ressecamento da pele;
  • queda de cabelo;
  • rouquidão;
  • glândula tireoide aumentada;
  • elevação do colesterol;
  • depressão;
  • infertilidade.

O hipotireoidismo pode interferir de diferentes formas na fertilidade de homens e mulheres. O hormônios tireoidianos atuam no processo de desenvolvimento e amadurecimento dos folículos ovarianos e na implantação do embrião, quando se fixa ao endométrio para dar início à gestação.

Vários folículos são recrutados a cada ciclo menstrual, no entanto, apenas um deles se desenvolve e amadurece o suficiente, liberando o óvulo durante a ovulação. Baixos níveis de hormônios tireoidianos podem comprometer esse processo, levando à distúrbios de ovulação como a anovulação, condição em que não ocorre a liberação do óvulo.

A cada ciclo menstrual o endométrio, tecido de revestimento interno do útero, também é preparado para receber um possível embrião. O hipotireoidismo pode, da mesma forma, comprometer o preparo adequado, levando, nesse caso, a falhas na implantação e abortamento.

Nos homens, por outro lado, afeta principalmente processo de produção dos espermatozoides, espermatogênese, resultando em baixa concentração no sêmen, o que é chamado de oligozoospermia, ou ausência total, azoospermia.

O diagnóstico de hipotireoidismo é feito a partir do acolhimento dos sintomas e da realização de exames.

Exames e diagnóstico do hipotireoidismo

O hipotireoidismo é diagnosticado por dois exames que analisam amostras de sangue, o teste de TSH e os teste de T4. O diagnóstico de hipotireoidismo considera a elevação do TSH e o rebaixamento da tiroxina (T4):

  • Teste de TSH: é realizado para avaliar os níveis de TSH, o hormônio estimulante da tireoide. Níveis altos significa que a produção dos hormônios tireoidianos é insuficiente; a hipófise aumenta a liberação de TSH para estimular maior produção dos hormônios tireoidianos;
  • Teste de T4: os hormônios circulam ligados (fração ligada) a diversos tipos de proteínas e na forma não ligada (fração livre). No caso dos hormônios tireoidianos, apenas a tiroxina livre, ou seja, não ligada a proteínas, consegue penetrar as células do corpo. Níveis baixos, portanto, também indicam hipotireoidismo.

A infertilidade é igualmente considerada um sintoma, por isso, quando há dificuldades reprodutivas, são solicitados às mulheres testes para avaliação da reserva ovariana, indicando a quantidade de folículos com capacidade para ovular, e, aos homens, o espermograma, exame que analisa a saúde seminal e dos espermatozoides.

A abordagem terapêutica mais adequada em cada caso é definida a partir dos resultados diagnósticos.

Tratamento e reprodução assistida

Todos os casos de hipotireoidismo devem ser tratados por reposição hormonal, os resultados diagnósticos orientam as dosagens adequadas para cada paciente. O tratamento é vitalício, ou seja, os medicamentos devem ser administrados diariamente durante toda a vida, embora as dosagens sejam ajustadas com o tempo.

O tratamento proporciona o alívio dos sintomas, devolvendo a qualidade de vida para os pacientes, porém nem sempre a fertilidade é restaurada. Se a dificuldade de engravidar permanecer, entretanto, ainda é possível ter filhos biológicos com auxílio da reprodução assistida.

A técnica mais indicada quando a infertilidade é consequência do hipotireoidismo é a fertilização in vitro (FIV), a mais avançada entre as técnicas de reprodução assistida.

Na FIV, a fecundação é realizada em laboratório. Óvulos e espermatozoides são anteriormente coletados e selecionados e durante o processo cada gameta masculino é injetado diretamente no feminino. Se os espermatozoides não estiverem presentes no sêmen, é possível coletá-los diretamente dos testículos ou dos epidídimos.

Os embriões formados, após alguns dias de desenvolvimento são transferidos ao útero materno. Antes da transferência, o endométrio pode ser preparado por medicamentos hormonais, reduzindo, assim, as chances de ocorrerem falhas na implantação.

Pessoas com infertilidade consequente do hipotireoidismo, portanto, podem contar com a FIV para ter filhos quando há o desejo de engravidar. As chances de sucesso gestacional são as mais altas da reprodução assistida.

Siga o link e conheça outras condições que podem provocar a infertilidade masculina.


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