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Como saber se tenho DIP?

por Dr. Augusto Bussab



"A região pélvica fica localizada na parte inferior do abdômen e sustenta os órgãos do sistema reprodutivo, bem como órgãos e estruturas que compõem os sistemas urinário e intestinal. A pelve feminina é maior do que a masculina, permitindo, dessa forma, a expansão do útero […]"
Como saber se tenho DIP?

A região pélvica fica localizada na parte inferior do abdômen e sustenta os órgãos do sistema reprodutivo, bem como órgãos e estruturas que compõem os sistemas urinário e intestinal. A pelve feminina é maior do que a masculina, permitindo, dessa forma, a expansão do útero para o desenvolvimento do feto durante o processo gestacional.

Além do útero, os outros órgãos reprodutores são os ovários, as tubas uterinas e a vagina. Os ovários, gônadas sexuais das mulheres, têm como função a produção dos hormônios femininos, estrogênio e progesterona, e a liberação de um óvulo a cada ciclo menstrual.

Dois tubos musculares, as tubas uterinas abrigam a fecundação, evento em que ocorre a união do óvulo com o espermatozoide formando a primeira célula do embrião. Para isso, facilita o transporte dos gametas e, posteriormente, do embrião formado ao útero, órgão em que que se implanta e desenvolve até o nascimento, que ocorre pelo canal vaginal durante o parto normal.

DIP é a sigla para doença inflamatória pélvica que, como o nome indica, pode causar inflamações nos órgãos localizados nessa região. Quando afeta os reprodutores, geralmente compromete a capacidade de engravidar, resultando em quadros de infertilidade.

Acompanhe a leitura do texto até o final e saiba como reconhecer a DIP, o que pode causar a condição, diagnóstico e tratamento.

Doença inflamatória pélvica – DIP

Embora a DIP possa ser consequência de procedimentos ginecológicos, entre eles parto normal, abortamento, ou mesmo a colocação do dispositivo intrauterino (DIU), isso acontece mais raramente.

A infecção por bactérias, particularmente as sexualmente transmissíveis, incluindo as que provocam ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) comuns, como clamídia e gonorreia, são consideradas a principal causa.

Os processos inflamatórios ocorrem a partir das ascensão das bactérias pelo canal vaginal. Assim, o colo do útero, parte que se conecta vagina, e o endométrio, camada que reveste o órgão internamente na qual o embrião se implanta, costumam ser atingidos primeiro.

Essas condições são conhecidas como cervicite e endometrite. Quando não são adequadamente tratadas, as bactérias se espalham para as tubas uterinas, (salpingite) e ovários (ooforite).

Os processos inflamatórios podem interferir na capacidade reprodutiva das mulheres de diferentes formas. Por exemplo, durante os ciclos menstruais, para que um óvulo seja liberado diversos folículos, estruturas que os abrigam, são recrutados e crescem, um deles se torna dominante desenvolvendo, amadurecendo e rompendo.

A inflamação compromete do crescimento à ruptura dos folículos ovarianos, resultando em distúrbios de ovulação, como oligovulação (ovulação irregular) e anovulação (ausência de ovulação). Nesse caso, a fecundação se torna mais difícil ou não acontece. Os óvulos também perdem em qualidade.

Já nas tubas uterinas, leva ao acúmulo de líquidos no interior, hidrossalpinge, e à formação de aderências. As duas situações provocam bloqueios que impedem o transporte dos gametas e, dessa forma, a fecundação.

Durante os ciclos menstruais, o endométrio também é preparado para receber um possível embrião formado na fecundação, tornando-se mais espesso e vascularizado. A endometrite, além de comprometer esse processo e, consequentemente, a implantação, também pode causar a formação de aderências que distorcem a anatomia uterina e dificultam a sustentação da gravidez, resultando em falhas e abortamento nas duas situações.

Efeitos negativos no preparo endometrial podem igualmente ser causados pela cervicite, inflamação do colo do útero.

A capacidade de provocar diferentes alterações no funcionamento do sistema reprodutor feminino, situa e DIP entre as condições mais associadas à infertilidade de mulheres e homens atualmente, especialmente pelo aumento de casos de ISTs entre as populações mais jovens. Assim, saber reconhecê-la, é fundamental para evitar maiores danos à saúde reprodutiva.

Como saber se tenho DIP?

Observar mudanças corporais é o primeiro passo para suspeitar da DIP. Ainda que a condição possa muitas vezes ser assintomática, é comum que as mulheres apresentam dor pélvica, que pode variar em intensidade de acordo com a gravidade.

A dificuldade para engravidar depois de um ano de tentativas sem o uso de métodos contraceptivos, também é um alerta importante. Após esse período, o quadro é de infertilidade, considerada um dos principais sintomas.

Entre os sintomas que podem surgir estão, ainda, o sangramento de escape, que ocorre fora do período menstrual, corrimento vaginal com odor forte, dor durante a relação sexual (dispareunia), queimação ou dor ao urinar, fadiga e febre.

A DIP é confirmada posteriormente por exames laboratoriais e de imagem. Os laboratoriais, como sangue, urina e análise das secreções, permitem detectar bactérias indicando o tipo, enquanto os de imagem verificam os possíveis danos causados aos órgãos reprodutores. A ultrassonografia transvaginal e a vídeo-histeroscopia são os mais frequentemente solicitados.

Geralmente, o tratamento da DIP inicia com a administração de antibióticos, prescritos para cada tipo de bactéria. Mulheres com quadros de infertilidade podem ser submetidas à cirurgia para remoção de possíveis aderências, drenagem de líquidos tubários e correções em distorções anatômicas.

Após o tratamento, a maioria das mulheres conseguem engravidar naturalmente. No entanto, se não houver sucesso e nos casos em que os danos à fertilidade forem maiores, ainda é possível ter filhos biológicos com auxílio da reprodução assistida.

Infertilidade e reprodução assistida

A técnica indicada para fatores de infertilidade de maior gravidade é a fertilização in vitro (FIV). O tratamento inicia com a estimulação ovariana e o preparo seminal, procedimentos que possibilitam a coleta e seleção dos melhores óvulos e espermatozoides, posteriormente utilizados na fecundação, realizada em laboratório, dispensando, dessa forma, a função das tubas uterinas.

Os embriões formados, também iniciam o desenvolvimento em ambiente laboratorial e depois são transferidos diretamente ao útero materno. Mulheres com quadros de abortamento repetido podem ter o endométrio previamente preparado por medicamentos hormonais, diminuindo as chances de isso ocorrer.

A FIV, portanto, contorna os principais problemas consequentes da DIP e apresenta os percentuais de sucesso gestacional mail altos da reprodução assistida.

Siga o link e conheça o texto que aborda em detalhes a infertilidade feminina, destacando as principais causas e formas de tratamento.


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