Ácido fólico durante a gestação: natural e reprodução assistida

A gravidez é um dos momentos mais importantes na vida das mulheres que desejam ser mães. No entanto, apesar de a expectativa da maternidade gerar ansiedade, é importante planejá-la junto com um especialista, pois além das alterações corporais e psicológicas que ocorrem naturalmente diferentes ações são necessárias para garantir um processo saudável para a mãe e seu futuro bebê.

Entre elas estão a realização de exames para confirmar a saúde geral e reprodutiva, bem como a orientação de uma dieta adequada ao período gestacional e pós-parto, com nutrientes essenciais à saúde de ambos.

Também é importante iniciar antes da concepção a suplementação de algumas vitaminas. Incluindo o ácido fólico, que se destaca por sua ação na formação de células saudáveis, evitando, por exemplo, o desenvolvimento de condições fetais como defeitos no tubo neural, que podem causar de lesões graves no sistema nervoso central (SNC) a dificuldades de aprendizagem e de desenvolvimento.

Continue a leitura até o final para entender a importância do ácido fólico durante a gestação natural ou obtida com auxílio da reprodução assistida. Confira!

Ácido fólico

Ácido fólico é uma vitamina do complexo B, também conhecido como B9 ou folato. Atua na formação de proteínas estruturais e glóbulos vermelhos, contribuindo para a prevenção de doenças cardiovasculares, para o bom funcionamento do cérebro, saúde mental e emocional, bem como o fortalecimento do sistema imunológico.

Além disso, é essencial durante as fases em que células e tecidos estão crescendo rapidamente, como a gravidez, infância e adolescência, pois auxilia na formação do material genético, DNA e RNA.

O ácido fólico é a forma sintética da vitamina B9, encontrada em suplementos, enquanto o folato está naturalmente presente em alguns alimentos, incluindo:

• folhas verdes escuras, com couve, espinafre ou brócolis;
• feijão;
• cereais integrais;
• ovo de galinha;
• abacate;
• banana;
• manga;
• laranja.

Porém, não fica armazenado durante muito tempo por ser uma vitamina hidrossolúvel, assim, deve ser reposto diariamente. Por isso, a suplementação é necessária em etapas como a gravidez, independentemente de ela ocorrer naturalmente ou com auxílio da reprodução assistida, uma vez que atua em etapas essenciais.

Ácido fólico durante a gestação natural e por reprodução assistida

Na gestação natural e nas técnicas de reprodução assistida de baixa complexidade, relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA), a fecundação acontece nas tubas uterinas, órgãos que fazem a ligação entre o útero e os ovários.

Durante esse processo, o espermatozoide, gameta ou célula sexual masculina com as informações genéticas do homem, penetra o óvulo, gameta ou célula sexual feminina com as informações genéticas da mulher, gerando a primeira célula do embrião, que inicia o processo de divisão celular ainda nas tubas uterinas enquanto é transportado ao útero.

O embrião chega ao útero aproximadamente no quinto dia de desenvolvimento, etapa denominada blastocisto em que já possui centenas de células divididas por função, e inicia a interação com o endométrio, camada interna uterina na qual se implanta para dar início à gestação, preparada durante os ciclos menstruais para recebê-lo e nutri-lo até a placenta ser formada e assumir essa função.

Na fertilização in vitro (FIV), por sua vez, técnica de reprodução assistida de alta complexidade, a fecundação e o desenvolvimento do embrião acontecem em ambiente laboratorial. Posteriormente, eles são transferidos diretamente ao útero materno para se implantarem naturalmente.

Ao final da oitava semana de gestação o embrião passa a ser denominado feto. Durante esse estágio as estruturas que já se formaram crescem e se desenvolvem.

As funções do ácido fólico são fundamentais em diferentes etapas do processo gestacional. Pode prevenir de malformações fetais à anemia materna, bem como contribui para a formação da placenta e minimiza o risco de pré-eclâmpsia durante a gravidez. Veja abaixo:

• Auxilia na formação do DNA e RNA desde que a primeira célula do embrião, denominada zigoto, começa a se dividir, garantindo, assim, que esse processo ocorra adequadamente. Erros de divisão celular comprometem a qualidade do embrião, que não consegue interagir com o endométrio e se implantar resultando em falhas e abortamento. Se a implantação ocorrer, por outro lado, pode levar ao desenvolvimento de doenças congênitas, como a Síndrome de Down;
• Auxilia na formação do tubo neural, estrutura embrionária que vai originar o sistema nervoso central (SNC) composto pelo encéfalo e pela medula espinhal, prevenindo, assim, diversas malformações, incluindo a anencefalia, condição em que há ausência do encéfalo, região pertencente ao sistema nervoso que engloba as principais porções do cérebro e, a mielomeningocele, defeito que ocorre quando a espinha dorsal, que protege a medula espinhal, não se forma e fecha corretamente;
• Auxilia a função cerebral, estimulando a capacidade cognitiva, a saúde mental e emocional;
• Auxilia a formação da placenta;
• Minimiza o risco de pré-eclâmpsia durante a gravidez, hipertensão arterial que pode começar após 20 semanas de gestação em mulheres com pressão arterial normal e levar a complicações graves, até mesmo fatais, para a mãe e o feto.

O ácido fólico dever ser preferencialmente administrado desde o mês que antecede a gravidez natural ou por reprodução assistida até o final do primeiro trimestre. A dosagem mais adequada para cada paciente é definida pelo médico especialista.

Siga o link e conheça em detalhes o tratamento com a fertilização in vitro (FIV), principal técnica de reprodução assistida!

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