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Alopecia e SOP: qual a relação?

por Dr. Augusto Bussab



"A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma doença endócrina com prevalência mais alta em mulheres durante a idade fértil, presente entre 6% e 10% das mulheres. Na SOP, há um desequilíbrio hormonal, caracterizado particularmente pelo aumento de hormônios andrógenos como a testosterona, que pode […]"
Alopecia e SOP: qual a relação?

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma doença endócrina com prevalência mais alta em mulheres durante a idade fértil, presente entre 6% e 10% das mulheres. Na SOP, há um desequilíbrio hormonal, caracterizado particularmente pelo aumento de hormônios andrógenos como a testosterona, que pode levar a uma série de manifestações clínicas.

Além de ser uma das principais causas de infertilidade feminina por anovulação, alguns sintomas da doença podem interferir de maneira significativa na autoestima e qualidade de vida das mulheres portadoras, entre eles a alopecia.

Continue a leitura para entender a relação entre alopecia e SOP. O texto destaca, ainda, como a doença pode afetar a capacidade reprodutiva das mulheres.

Como a SOP afeta o corpo da mulher?

As mulheres têm nos ovários, desde que nascem, a reserva ovariana. Mas o que é a reserva ovariana? É o conjunto de óvulos que um dia, durante o ciclo menstrual, podem crescer, amadurecer e se romper para liberar o óvulo que está em seu interior. Há apenas um óvulo dentro de cada folículos (às vezes o folículo pode não ter o óvulo).

Durante o ciclo menstrual diversos folículos são recrutados. Um deles se desenvolve o suficiente e se rompe, liberando o óvulo, processo conhecido como ovulação. Isso acontece pela ação de diferentes hormônios.

As gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante) atuam no recrutamento e amadurecimento dos folículos ovarianos. Enquanto o FSH é responsável por recrutá-los, o LH estimula o folículo que se desenvolve a produzir testosterona, convertida pelo FSH em estrogênio, hormônio responsável pelo espessamento do endométrio, preparando-o para receber um possível embrião.

Aproximadamente na metade do ciclo, um pico na concentração desses hormônios induz o rompimento do folículo para a liberação do óvulo. O folículo rompido se torna corpo-lúteo, estrutura responsável pela produção de progesterona, hormônio que atua no preparo final do endométrio para torná-lo receptivo para receber o possível embrião.

O LH garante a manutenção do corpo-lúteo, que degenera quando não há fecundação, resultando na redução dos níveis hormonais, o que provoca a descamação do endométrio e a menstruação, iniciando um novo ciclo.

O desequilíbrio hormonal característico da SOP pode levar à manifestação de diferentes sintomas, embora muitas vezes a doença seja assintomática, o que dificulta o diagnóstico precoce.

Os níveis de FSH, por exemplo, são mais baixos, enquanto os de LH são mais elevados, resultando no aumento da produção de testosterona e no hiperandrogenismo.

Níveis baixos de FSH, por outro lado, comprometem a conversão em estrogênio, que em pequenas quantidades não cumpre a função de preparar o endométrio.

Com essas alterações, o pico hormonal, que induz o rompimento do folículo, não acontece e o óvulo não é liberado, assim não há formação do corpo-lúteo e produção de progesterona.

Como consequência do desequilíbrio hormonal os ciclos se tornam irregulares, com menor quantidade de fluxo ou ausência de menstruação (amenorreia), que pode resultar em anovulação crônica.

Já o hiperandrogenismo pode levar ao desenvolvimento de características masculinas, entre elas a alopecia.

Conheça os principais sintomas da SOP

Entre os principais sintomas da SOP estão:

  • irregularidades no fluxo menstrual, como a oligomenorreia, quando há redução do sangramento, ou amenorreia, quando há ausência de menstruação;
  • infertilidade;
  • hirsutismo: crescimento de pelos em locais anormais, como a face, as costas e os seios;
  • acúmulo de gordura em locais tipicamente masculinos;
  • dificuldade para perder peso;
  • acne;
  • pele oleosa;
  • seborreia;
  • alopecia.

O que é alopecia?

Alopecia é uma condição em que ocorre a perda de pelos no corpo, geralmente na cabeça. Existem diferentes tipos. A androgenética, responsável pela maioria dos casos de queda capilar feminina, é que pode se desenvolver nas mulheres com SOP.

Na alopecia androgenética, ocorre o afinamento dos fios e a perda progressiva de cabelos, principalmente na região central, causando alterações na aparência, interferindo na autoestima e qualidade de vida e levando muitas vezes ao afastamento social e desenvolvimento de transtornos emocionais, como a depressão.

Dependendo das causas da alopecia, ela pode ser tratada com acompanhamento de um profissional especializado em dermatologia. Contudo, no caso da SOP, é preciso um tratamento multidisciplinar, que considere não apenas as consequências da alopecia, mas a interferência da doença nos diferentes aspectos da saúde feminina.

O papel da reprodução assistida para mulheres com SOP que querem engravidar

A SOP pode provocar oligovulação (ovulação irregular) ou anovulação (ausência de ovulação). Assim, a doença pode dificultar ou impedir a fecundação, provocando a infertilidade feminina.

A reprodução assistida possui técnicas de baixa e alta complexidade que podem ajudar mulheres com SOP a engravidar. A relação programada (RSP), de baixa complexidade, pode ser uma indicação para SOP em estágios iniciais, quando geralmente a ovulação é irregular (oligovulação).

Já a fertilização in vitro (FIV), de maior complexidade, é indicada para os casos mais avançados, caracterizados pela ausência de ovulação ou anovulação.

Em ambas, a primeira etapa é a estimulação ovariana, que estimula o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos. Como no ciclo menstrual apenas um óvulo é liberado, precisamos estimular os ovários a liberarem mais óvulos.

Porém, na RSP, como a fecundação acontece naturalmente nas tubas uterinas, as dosagens utilizadas são mais baixas para que no máximo 3 folículos amadureçam, garantindo que pelo menos 1 deles se rompa.

Na FIV, a fecundação é realizada em laboratório, por isso são utilizadas dosagens mais altas, obtendo, dessa forma, uma quantidade maior de óvulos.

As duas aumentam as chances de gravidez de mulheres com SOP quando indicadas corretamente. Na RSP, as taxas de sucesso acompanham as da gestação natural, cerca de 20% por ciclo de tratamento, enquanto na FIV são em média 40% por ciclo.

Siga o link para conhecer tudo sobre a SOP.


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