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Tratamento da prostatite: como é feito?

por Dr. Augusto Bussab



"As alterações na próstata podem ser uma realidade esperada pela maior parte dos homens a partir de uma certa idade, já que há uma tendência natural para modificações celulares nesta que é uma das principais glândulas anexas do aparelho reprodutivo masculino. A próstata tem um […]"
Tratamento da prostatite: como é feito?

As alterações na próstata podem ser uma realidade esperada pela maior parte dos homens a partir de uma certa idade, já que há uma tendência natural para modificações celulares nesta que é uma das principais glândulas anexas do aparelho reprodutivo masculino.

A próstata tem um formato semelhante a uma noz e está localizada entre a bexiga e parte da estrutura retal, envolvendo um dos trechos da uretra que compartilha funções no aparelho urinário e no trato reprodutivo – a chamada uretra prostática.

Os ductos deferentes, que recebem espermatozoides dos epidídimos, estão conectados à uretra prostática e onde o sêmen é formado. Assim como as vesículas seminais e as glândulas bulbouretrais, a próstata também se abre nos ductos deferentes e o sêmen é produzido com a mistura dos espermatozoides e as secreções dessas glândulas.

Embora as diversas neoplasias prostáticas sejam mais conhecidas pela população em geral, outras alterações nessa glândula – como as diversas formas de prostatite – podem afetar o funcionamento da próstata, provocando, inclusive, infertilidade masculina.

Quer entender melhor o que é a prostatite e porque a doença pode afetar não só a fertilidade, mas também a qualidade de vida dos homens afetados? Então nos acompanhe no texto a seguir e boa leitura!

Entenda melhor as funções da próstata

As principais funções da próstata estão relacionadas tanto à sua localização em relação ao aparelho urinário, quanto ao papel desempenhado na função reprodutiva dos homens. A estrutura da próstata mostra uma glândula composta por dois tipos principais de células, formando um tecido glandular estromático e epitélio (de revestimento e preenchimento).

O tecido glandular da próstata responde às oscilações da testosterona convertendo este hormônio em um andrógeno mais potente – a DHT (di-hidrotestosterona) –, que participa tanto da estimulação da atividade prostática, como do metabolismo dos fatores de crescimento da glândula.

O posicionamento da próstata na base da bexiga e envolvendo um dos trechos da uretra é fundamental para que a próstata desempenhe uma de suas principais funções: o controle sobre o que deve passar pela uretra neste momento, urina ou sêmen.

Ao ser estimulada pela testosterona, produzida em sua maior parte pelas células de Leydig, localizadas nos testículos, a próstata passa a liberar líquido prostático nos ductos deferentes e adquire um formato maior, bloqueando a passagem da urina pela uretra.

Esse papel é fundamental para impedir que resquícios de urina entrem em contato com os espermatozoides e danifiquem a estrutura dessas células, interferindo na fertilidade masculina. Nesse sentido, as vesículas seminais complementam esta função prostática, liberando um líquido pré-ejaculatório que reforça a limpeza da uretra desse tipo de resíduo.

A produção e liberação do líquido prostático é outra função central da próstata. O líquido prostático corresponde à maior parcela líquida do sêmen e suas funções são proteger, nutrir e facilitar a mobilidade dos espermatozoides, após a ejaculação.

Para isso, o líquido prostático apresenta um pH mais alcalino – neutralizando a acidez natural do trato vaginal, que pode danificar os espermatozoides – e a capacidade de se tornar menos viscoso e mais liquefeito, após a ejaculação, melhorando a movimentação dos gametas masculinos no interior do corpo da mulher.

O que é a prostatite?

As alterações na próstata são, na realidade, muito frequentes especialmente nos homens na meia-idade e idosos, já que há uma tendência natural de que o tecido glandular da próstata se converta em tecido epitelial, tornando a glândula maior e mais fibrosa.

A prostatite, diferente desses processos naturais de modificação da próstata, é um quadro inflamatório que pode ou não ser precedido de infecções que atingem a próstata por diversas vias de contaminação.

Assim como na maior parte dos processos inflamatórios do corpo humano, na prostatite observamos alterações na permeabilidade dos vasos que irrigam a próstata.

Embora essas alterações tenham como objetivo facilitar a chegada das células imunológicas ao local das lesões, as consequências da inflamação prejudicam as funções da próstata, provocando sintomas.

Dependendo dos sintomas gerais do quadro de prostatite, podemos classificar a doença em alguns tipos:

  • Prostatite inflamatória assintomática;
  • Prostatite infecciosa aguda;
  • Síndrome da dor pélvica crônica.

Como identificar os diversos tipos de prostatite?

Exceto nos casos de prostatite inflamatória assintomática, em que o homem normalmente descobre o quadro nos exames de rotina, o primeiro passo para a identificação da prostatite é a abordagem dos sintomas relatados, normalmente na primeira consulta.

Na maior parte das vezes, a prostatite começa como um episódio agudo, com sintomas diversos, normalmente muito incômodos, que podem tornar-se crônicos:

  • Necessidade urgente e frequente de urinar, acompanhada de retenção urinária e dificuldade para iniciar a micção;
  • Micção dolorosa, acompanhada de ardor;
  • Hematúria (sangue na urina);
  • Fluxo urinário fraco ou interrompido;
  • Dores que irradiam para o abdome, base da coluna e virilha;
  • Dor na região genital;
  • Náuseas, vômitos, febre e calafrios.

Os exames utilizados para o diagnóstico da prostatite podem ser laboratoriais e de imagem.

Entre os exames laboratoriais, destacamos as testagens para identificação dos agentes microbianos envolvidos no aspecto infeccioso da prostatite: avaliação da urina, testagens sorológicas para ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) e a espermocultura.

O espermograma pode ser solicitado para análise dos parâmetros espermáticos, que podem se mostrar alterados como resultado da infecção e inflamação da próstata.

Os exames de imagem, nos casos de prostatite, mostram se há alteração no volume da próstata, além de identificar possíveis abcessos e tumores. As modalidades mais utilizadas, nestes casos, são a ultrassonografia da próstata, a ressonância magnética e a tomografia.

Somente com os resultados de todos esses exames em mãos é possível delinear os melhores tratamentos para cada caso.

Prostatite tem tratamento: conheça melhor as possibilidades terapêuticas da doença

Como a maior parte dos casos de prostatite é infecciosa, o principal tratamento para a doença é essencialmente antibiótico. Nesse sentido, dependendo dos microrganismos envolvidos e do estágio de desenvolvimento da doença (aguda ou crônica), o homem pode receber indicação para diversas terapias medicamentosas.

A prostatite infecciosa aguda pode ser tratada por antibióticos únicos ou em esquemas combinados de mais de um medicamento antibiótico, abrangendo tanto uma medicação específica como antibióticos de amplo espectro.

Os medicamentos podem ser administrados por via oral, normalmente em tratamentos continuados por ao menos sete dias, embora em alguns casos o homem possa receber indicação para antibióticos injetáveis.

Normalmente após o período de tratamento, os exames devem ser repetidos, com objetivo de avaliar o sucesso da abordagem medicamentosa e a erradicação das bactérias que provocam a infecção e a inflamação da próstata.

Quando há demora em buscar atendimento médico para a prostatite, o quadro agudo pode se tornar crônico e os tratamentos, nestes casos, podem ser mais demorados. A terapia antibiótica para prostatite crônica normalmente utiliza doses menores da medicação, mas o tratamento pode se estender por alguns meses.

Os sintomas dolorosos e relacionados à dificuldade de micção podem ser controlados também por anti-inflamatórios, analgésicos e medicamentos alfa-bloqueadores, que atuam no relaxamento da próstata.

Prostatite, infertilidade e reprodução assistida

Por seu papel central na formação do sêmen e na proteção dos espermatozoides, as alterações na próstata podem prejudicar a qualidade dos gametas e do líquido ejaculado, afetando a fertilidade em diversos graus.

A reprodução assistida pode ser indicada para essas situações, especialmente a FIV (fertilização in vitro), que permite uma seleção maior dos espermatozoides e pode contar com a fecundação por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide) – uma das tecnologias complementares à FIV que atende às demandas dos casos mais graves de infertilidade masculina.

Para encontrar mais informações sobre infertilidade masculina, toque neste link.


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