Câncer, denomina um conjunto de doenças que têm em comum o crescimento anormal das células. Trilhões compõem o corpo humano, com formas e funções distintas trabalham de maneira integrada, são responsáveis, por exemplo, pela produção de energia, proteção, nutrição e reprodução.
Naturalmente novas crescem e se dividem para substituir as que envelhecem. Esse processo acontece de forma ordenada, no entanto, mutações genéticas, erros no DNA das células, podem levar a um crescimento e divisão desordenado, resultando no acúmulo de células anormais, originando um tumor.
Isso pode acontecer em qualquer região do corpo, incluindo os órgãos reprodutores, como o câncer de colo uterino, endométrio ou ovários e o testicular. Independentemente do órgão afetado, os percentuais de remissão e cura são bastante altos atualmente, no entanto os tratamentos podem comprometer a capacidade reprodutiva de mulheres e homens; a quimioterapia está entre as opções.
Mostramos, neste texto, como a quimioterapia pode provocar infertilidade e como garantir a preservação da fertilidade. Continue a leitura até o final e entenda em detalhes. Confira!
O que é quimioterapia e como pode causar infertilidade?
A quimioterapia é um tipo de tratamento contra o câncer que utiliza medicamentos para destruir as células cancerÃgenas ou retardar seu crescimento. Geralmente, é administrada em ciclos de diferentes maneiras, como por via intravenosa, oral ou por meio de injeções, individualmente ou em associação com a radioterapia.
Porém, embora seja altamente eficaz no combate à s células cancerÃgenas, também pode ter efeitos, incluindo possÃveis impactos na fertilidade, resultando em infertilidade feminina ou masculina.
Efeitos na fertilidade feminina
Os medicamentos utilizados na quimioterapia podem danificar ou destruir os folÃculos ovarianos, que contêm o óvulo imaturo, levando à redução da reserva ovariana e afetando a qualidade dos óvulos. O que pode resultar em menopausa precoce ou infertilidade permanente.
O impacto na fertilidade pode variar dependendo dos medicamentos quimioterápicos especÃficos usados, da dosagem e de fatores individuais.
Efeitos na fertilidade masculina
Os efeitos da quimioterapia na saúde reprodutiva masculina também estão relacionados às células reprodutoras, os espermatozoides. Os medicamentos podem danificar as células percursoras, que se dividem para formar um espermatozoide completo, resultando em baixa concentração ou ausência no sêmen, causas comuns de infertilidade masculina.
Além disso, afetam igualmente a qualidade dos gametas formados. O tipo de medicamento utilizado, bem como a dosagem e duração, como no caso das mulheres interferem no impacto provocado.
Os gametas ou células sexuais, óvulos e espermatozoides, carregam as informações genéticas e são essenciais para formar uma nova vida; a partir da sua fusão é formada a primeira célula do embrião, estágio inicial do futuro ser humano.
No entanto, com a evolução tecnológica e das técnicas de reprodução assistida, hoje é possÃvel preservar a fertilidade para utilizá-los no futuro, quando o tratamento for finalizado e houver o desejo de engravidar. Esse procedimento é conhecido como preservação oncológica da fertilidade e deve ser feito antes de o tratamento iniciar.
Preservação oncológica da fertilidade
A preservação oncológica da fertilidade é um procedimento realizado na fertilização in vitro (FIV), a técnica mais avançada de reprodução assistida. Envolve o congelamento de óvulos e espermatozoides, geralmente feito por uma técnica denominada vitrificação, que evita danos as células criopreservadas e permite o armazenamento por muitos anos. Veja abaixo como acontece em cada caso:
Preservação da fertilidade feminina
Para preservação da fertilidade feminina, a mulher é submetida à estimulação ovariana, procedimento em que medicamentos hormonais são utilizados para estimular a função ovariana. O desenvolvimento dos folÃculos é acompanhado por exames de ultrassonografia transvaginal realizados a cada dois ou três dias. No momento em que eles atingem o auge do desenvolvimento, novos medicamentos os induzem ao amadurecimento final e rompimento.
Após a administração dos medicamentos indutores, o rompimento do óvulo, evento conhecido como ovulação, acontece em aproximadamente 36 horas. Nesse perÃodo, cada folÃculo maduro é coletado por aspiração folicular, os óvulos são, então, extraÃdos em laboratório, quando recebem uma solução crioprotetora e são congelados.
Nos casos em que a doença afeta meninas na pré-puberdade que ainda não ovulam, ou se a doença estiver em estágios mais avançados, impossibilitando a estimulação dos ovários, é feito o congelamento do tecido ovariano, cujos fragmentos são coletados por técnicas minimamente invasivas.
Preservação da fertilidade masculina
A preservação da fertilidade masculina, por sua vez, inicia com a coleta de amostras de sêmen, posteriormente analisadas pelo espermograma, exame que permite determinar as que possuem maior concentração de espermatozoides, com qualidade, posteriormente mergulhadas em solução crioprotetora e congeladas. O tecido testicular que contêm espermatozoides também pode ser congelado.
No futuro, após a finalização do tratamento, o material criopreservado também é utilizado na FIV para obter a gravidez. Os óvulos são descongelados e as amostras de sêmen submetidas ao preparo seminal após o descongelamento, técnica que capacita os espermatozoides por diferentes métodos, possibilitando, assim, a seleção dos melhores.
A fecundação, é realizada por injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), técnica em que cada espermatozoide é injetado diretamente no óvulos por um micromanipulador de gametas.
Os embriões formados se desenvolvem por alguns dias em laboratório e são transferidos diretamente ao útero materno. Os percentuais de sucesso gestacionais da FIV são os mais altos da reprodução assistida, independentemente de serem utilizados gametas frescos ou congelados.
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