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Preparo seminal: veja como a técnica aumenta as chances de gravidez

por Dr. Augusto Bussab



"Para a gravidez ser bem-sucedida, além do funcionamento adequado dos órgãos reprodutores de mulheres e homens, diferentes elementos são necessários. A saúde dos gametas, por exemplo, é essencial, uma vez que eles são os protagonistas do processo gestacional. Os gametas femininos ou células sexuais são […]"
Preparo seminal: veja como a técnica aumenta as chances de gravidez

Para a gravidez ser bem-sucedida, além do funcionamento adequado dos órgãos reprodutores de mulheres e homens, diferentes elementos são necessários. A saúde dos gametas, por exemplo, é essencial, uma vez que eles são os protagonistas do processo gestacional.

Os gametas femininos ou células sexuais são os óvulos e carregam as informações genéticas da mãe. As mulheres já nascem com uma reserva ovariana, estoque de folículos, estruturas que contêm o óvulo imaturo, armazenados nos ovários e utilizados durante a idade fértil. Enquanto os masculinos com o material genético paterno, espermatozoides, são produzidos durante toda a vida do homem desde a puberdade.

Durante a fecundação, ocorre a fusão dos pronúcleos quando o espermatozoide penetra o óvulo. Assim, é gerada a primeira célula do futuro ser humano com os genes de dos pais. Essa é uma das etapas mais importantes da gravidez e se não houver sucesso o processo não evolui.

Preparo seminal é uma técnica que ajuda a contornar possíveis problemas nos gametas masculinos e no sêmen, substância que os abriga. Acompanhe a leitura do texto até o final e veja como aumenta as chances de gravidez. Confira!

Sêmen e espermatozoides

O sistema reprodutor masculinos é composto por órgãos internos e externos:

  • órgãos internos: incluem os testículos, epidídimos, ductos deferentes, ductos ejaculatórios (incluindo a uretra) e glândulas acessórias, vesículas seminais , próstata e glândulas bulbouretrais;
  • órgãos externos: incluem o pênis e a bolsa testicular.

Os testículos ou gônadas sexuais, são duas glândulas em formato oval, que estão situadas na bolsa testicular. Têm como função a produção de espermatozoides e de testosterona, principal hormônios dos homens fundamental para esse processo.

Na estrutura de cada testículo encontram-se túbulos enovelados denominados túbulos seminíferos. Neles, acontece a produção de espermatozoides, espermatogênese. Após serem produzidos os gametas masculinos são transportados ao epidídimos, ductos em amadurecem e formam a cauda.

O espermatozoide maduro possui cabeça, em que fica armazenado o núcleo com as informações, peça intermediária e cauda com flagelo, que proporciona o movimento no organismo feminino.

Quando ocorre o estímulo sexual, são transportados aos ductos deferentes e rebem os líquidos produzidos pelas vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais formando o sêmen. Posteriormente, são lançados nos ductos ejaculatórios, uretra e expelidos pelo pênis durante a ejaculação.

O sêmen é substancia branca ou acinzentada e alcalina, cuja função, além de abrigar os espermatozoides, é protege-los do ambiente ácido da vagina, assim como facilitar o transporte até os óvulos, nas tubas uterinas, órgãos em que a fecundação acontece.

Apesar de milhões de espermatozoides serem ejaculados, apenas os mais capacitados chegam às tubas e somente um alcança o óvulo para fecundá-lo. Alterações no sêmen e na qualidade dos espermatozoides, portanto, tendem a resultar em infertilidade masculina, porém podem ser solucionadas pelo preparo seminal.

O que é preparo seminal?

Preparo seminal é o nome dado à técnica que capacita os espermatozoides por diferentes métodos. O mais adequado em cada situação, é determinado após a realização do espermograma, exame padrão para avaliar a fertilidade masculina, analisando a qualidade do sêmen e dos espermatozoides abrigados nas amostras.

Indica, por exemplo, critérios como cor, volume, viscosidade, capacidade de liquefação e pH do sêmen; concentração dos espermatozoides nas amostras analisadas, morfologia e motilidade, apontando percentualmente possíveis alterações.

A partir dos resultados diagnósticos, três métodos de preparo seminal podem ser utilizados, possibilitando a recuperação de espermatozoides com maior qualidade:

  • lavagem simples: usado quando as amostras são de maior qualidade, ou seja, os parâmetros analisados comprometem pouco o desempenho dos espermatozoides. Prevê centrifugação duas vezes em um meio de lavagem, selecionando os com maior motilidade;
  • migração ascendente ou swim-up: usado nos casos em que critérios como morfologia e motilidade estão dentro dos padrões de normalidade. A força da centrifugação leva os espermatozoides de melhor qualidade a se desprenderem das amostras de sêmen depositadas no fundo do recipiente e nadarem até o meio de cultura posicionado no topo, em que ficam armazenados;
  • gradiente descontínuo de densidade: usado quando as amostras possuem espermatozoides com parâmetros escassos de concentração, motilidade ou morfologia. Com a força centrífuga, os espermatozoides devem vencer gradientes de densidades diferentes. Os de maior qualidade formam um sedimento no fundo do tubo, enquanto os menos qualificados estratificam na amostra posicionada no topo da mídia.

O preparo seminal é fundamental para aumentar as chances de gravidez em tratamentos de reprodução assistida.

Preparo seminal e reprodução assistida

O preparo seminal é uma das principais etapas das técnicas de reprodução assistida indicadas para o tratamento da infertilidade masculina: inseminação artificial (IA) e fertilização in vitro com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (FIV com ICSI).

A IA é indicada quando os fatores de infertilidade são de menor gravidade, como pequenas alterações na morfologia e motilidade dos gametas. Nessa técnica, amostras de sêmen com os espermatozoides de melhor qualidade são inseridas diretamente no útero durante o período fértil das mulheres, encurtando, dessa forma, o caminho até as tubas uterinas.

Como a fecundação acontece naturalmente, nas tubas uterinas, elas devem estar permeáveis, sem nenhum tipo de obstrução.

Já a FIV com ICSI é indicada para os de maior gravidade; além de alterações estruturais, baixa concentração (oligozoospermia) e ausência de espermatozoides no sêmen (azoospermia) estão ainda entre os fatores.

Nessa técnica a fecundação é realizada em laboratório após a coleta e seleção dos melhores óvulos e espermatozoides, capacitados pelo preparo seminal. Cada gameta masculino é novamente avaliado por um microscópio de alta magnificação e injetado diretamente no feminino por um micromanipulador de gametas, solucionando, dessa forma, problemas estruturais e aumentando as chances de sucesso quando há baixa concentração.

Em homens com azoospermia, por outro lado, os espermatozoides podem ser recuperados diretamente dos epidídimos ou testículos, selecionados pelo preparo seminal e utilizados na fecundação.

Os embriões formados na fecundação são transferidos diretamente ao útero materno após se desenvolverem por alguns dias, também em ambiente laboratorial.

As duas técnicas, quando bem indicadas proporcionam percentuais expressivos de sucesso gestacional.

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