O que são endometriomas?

O tecido endometrial, ou endométrio, é a camada que reveste a parede interna do útero. Ele tem uma importância muito grande na vida fértil de uma mulher, já que é ali onde o embrião fecundado se fixa para dar início à gestação.

Durante o período fértil, o endométrio tem sua espessura aumentada pelos hormônios e assim ele se prepara para receber o embrião. Caso a mulher não engravide naquele ciclo, ele vai se desfazendo e é eliminado pelo corpo no processo que conhecemos como menstruação.

Apesar de sua importância, é fundamental que o endométrio se apresente apenas dentro do útero. Quando o tecido, por motivos ainda não muito claros, atinge outros órgãos, é causada uma doença chamada endometriose. A endometriose pode se manifestar de diferentes formas no corpo feminino, sendo os endometriomas uma delas.

Para que você possa entender melhor o que é essa doença e como ela pode afetar sua vida, assim como as formas de tratá-la, continue lendo este conteúdo:

O que é endometriose?

Para entender o que são os endometriomas, é necessário saber o que é a endometriose. Apesar de algumas pessoas acreditarem que são doenças diferentes, na verdade os endometriomas são um tipo de endometriose.

A endometriose possui diferentes tipos e níveis de gravidade, dependendo do órgão atingido e do estágio em que ela se encontra. Ainda não se sabe com exatidão quais são as causas da doença, mas alguns estudiosos acreditam que o tecido endometrial pode desviar seu caminho e, ao invés de ser eliminado durante a menstruação, ele acaba se alojando em órgãos pélvicos e abdominais.

É uma doença que, de modo geral, não tem cura nem prevenção. Porém, existem alguns tratamentos de acordo com sua forma de manifestação. É importante que a endometriose seja tratada, pois, além de sintomas incômodos — como cólicas menstruais e dispareunia —, ela pode causar infertilidade feminina.

Os três tipos de endometriose são:

Superficial Peritoneal

A endometriose superficial peritoneal é o tipo mais comum e menos grave da doença. Ela acomete órgãos abdominais, como o próprio útero, o intestino, a bexiga e outros. As lesões são pequenas e não atingem os órgãos com profundidade.

Os sintomas mais comuns são as cólicas e irregularidade na menstruação, além da infertilidade.

Endometriomas

A endometriose também pode se manifestar em forma de endometriomas, que surgem no interior dos ovários. É um tipo um pouco mais grave da doença, pois é de difícil tratamento e pode afetar a reserva ovariana. A seguir este assunto será abordado com mais detalhes.

Infiltrativa profunda

A endometriose infiltrativa profunda é o tipo mais grave da doença, pois ela atinge uma área maior em diversos órgãos e se apresenta de forma mais profunda. As lesões podem ser encontradas nas tubas uterinas, nos ovários, na bexiga e em outros órgãos.

O que são endometriomas?

Os endometriomas são um tipo de endometriose que possui características bem específicas: são cistos que se encontram apenas nos ovários. Os outros tipos da doença também podem acometer os ovários, mas só é considerado um endometrioma caso se apresentem em forma de cistos.

Estes cistos são formados de células do tecido endometrial e possuem sangue em seu interior. Eles podem ter tamanhos bem variados. Os endometriomas são cistos benignos, que muito raramente se transformam em um câncer.

Sintomas

Além da possibilidade de afetar seriamente a fertilidade da mulher, os cistos causam sintomas bastante incômodos. Os principais são cólicas muito fortes, que podem ser sentidas até mesmo fora do período menstrual, além de irregularidade na menstruação e sangramentos inesperados.

Corrimento vaginal amarronzado também pode ser um sinal da doença. Outro sintoma apresentado por muitas mulheres é a dispareunia, dores nas relações sexuais.

Ainda, os endometriomas podem causar infertilidade por afetarem diretamente a reserva ovariana e a ovulação. Mulheres que apresentam esse tipo de cistos nos ovários podem ovular com menor frequência.

Outro fator prejudicial à vida fértil é o tratamento da doença, que muitas vezes exige intervenção cirúrgica. A cirurgia pode causar danos aos ovários, o que também afeta negativamente a reserva ovariana.

Diagnóstico

O diagnóstico dos endometriomas se dá por meio de exames de imagem, mais comumente a ultrassonografia pélvica transvaginal. Se necessário, o médico também pode solicitar uma ressonância magnética da pelve.

É importante procurar um médico o mais rápido possível, logo que perceber qualquer sintoma. O tratamento pode ser facilitado se a doença for diagnosticada nos estágios iniciais, além de aumentar a possibilidade de preservar a fertilidade da mulher.

Tratamentos

Em grande parte dos casos o tratamento de endometriomas é cirúrgico, pelo fato da doença não ter cura e dos cistos não desaparecerem apenas com o uso de medicamentos. A cirurgia indicada é a videolaparoscopia, um procedimento minimamente invasivo e de rápida recuperação.

A questão que preocupa as pacientes em relação ao tratamento é a possibilidade de causar danos aos ovários ou de uma grande diminuição na reserva ovariana, que pode deixar uma mulher infértil.

Para evitar estas consequências, uma opção muito indicada é realizar o congelamento dos óvulos antes da cirurgia. Assim, mesmo que a fertilidade seja muito afetada pelo tratamento, a mulher garante suas chances de engravidar no futuro tendo seus gametas saudáveis preservados.

Quando a mulher decidir que é o momento certo para ter um filho, os óvulos são descongelados e fecundados em laboratório com o sêmen de seu parceiro. Então, o embrião formado é transferido para o útero para que a gestação possa acontecer normalmente. Essa técnica é chamada de fertilização in vitro (FIV).

Se a mulher não realizou o congelamento de seus gametas e teve sua fertilidade afetada pelos endometriomas ou pelo tratamento, também é possível realizar a FIV utilizando óvulos de uma doadora anônima.

Para saber mais sobre o assunto, leia o artigo sobre endometriose e tenha mais informações sobre a doença.

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